Perdões

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Quando ele entrou no quarto foi para perto da cama e, no real sentido da palavra, jogou Desirée em cima dela.

Ela foi rápida para levantá-se, mas não antes dele trancar as portas, tanto a principal quanto a de ligação.

- Joshua, você não pode me trancar aqui. - Ela estava ultrajada, mas a peste que se dizia duque parecia muito feliz consigo mesmo. - Ora, seu...

Desirée já não tinha nervos para aquilo, ele não imaginava o que ela teve que fazer, quantos pensamentos teve que suprimir até aparecer na sala de jantar.

- Abra essa porta. - Ela gritava enquanto esmurrava o peito dele, que venhamos e convenhamos não se movia. - Por favor, Joshua.

Ele olhava toda aquela cena como um expectador, se divertindo muito pelo modo como ela mudava de agressiva à gentil quando suas táticas não funcionavam, mas estava na hora de falar sério, não podia demorar muito com ela, não em seu quarto.

- Me escute e entenda. - Disse ele segurando seus pulsos. - Então destranco as portas.

Desirée bufou de inconformismo, o que a fez ficar parecida com a filha, depois se afastou e caminhou para perto da janela.

- Precisa acreditar em mim, Mia Moglie. - Enquanto Joshua falava Desirée olhava além da janela aberta, para o breu total. - Não há nada entre mim e aquela senhora, fui a sua procura e, por acaso, encontrei ela.

Essa era a ponta que incomodava a duquesa, até mesmo ele lembrar da existência dela. Ela tinha errado tanto e mesmo sabendo dos seus erros não permitiria que ele quisesse outra.

- Quando você chegou, você...

Ela não continuou a frase, pois não conseguia conceber a idéia de Joshua realmente procura-se outra, afinal fazia meses que ele estava ali e ela não se deu a ele.

Ela virou-se para encará-lo e disse o que sentia.

- Você quer saber por que não acredito que tenha sido por acaso seu encontro com ela?

Joshua sentiu que o que quer que ela falasse, ele não estava pronto para ouvi-la.

- Quando você chegou nós discutimos, no primeiro dia, lembra?

Ele lembrava, de cada detalhe, e podia ver onde aquilo ia terminar.

- Desirée, eu não...

- Você disse que precisava de uma substituta para a minha docilidade e para meu... meu fogo.

Inferno, quando ele aprenderia a guardar a maldita língua na boca?

-Desirée, me escute...

- O que me impede de pensar que ela, a mulher que você conhece intimamente, não é a mulher que pode dar a você o que eu não dei?

A dor e dúvida nos olhos da esposa era cortante, a sua respiração fazia seu peito subir e descer freneticamente. Joshua imaginou que aquele vestido a incomodava.

Desirée sabia que não suportaria mais, queria sair dali, seus olhos ardiam e ela não queria armar uma cena melodramático na frente do marido. Não queria se colocar como vítima, e por mais que ela fosse vista como uma, não era melhor do que ele. E imaginar que é essa a dor que ele vai sentir quando descobrir sobre o passado dela, mas tantas vezes mais.

- Me deixe sair, por favor.

Joshua não conseguia engolir, mas juntou toda a força do seu corpo para ir até a porta de ligação e destrancar ela.

Desirée foi até a porta e girou a maçaneta preparada para deixar aquele quarto e se distanciar de Joshua, mas ele não estava pronto para vê-la sair.

O Regresso Do Duque Onde histórias criam vida. Descubra agora