(in)Certezas

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Desirée havia recebido seu café na cama - na cama de Joshua. Sophie e Liz se esforçavam para mantê-la quieta no lugar, e até certos pontos funcionava, especialmente quando ela sentia a dor na cabeça retornar, quando isso acontecia ela fingia costume e deitava na cama, ao invés de ficar apenas sentada, fazia preces mentais para que as duas moças falassem mais baixo ou simplesmente ficassem em silêncio.

Ela não ficava sozinha desde que Edward a colocou na área posta para seu banho. Depois disso tinha sempre alguém com ela, o que era ruim, pois a impedia de pensar e o que é era bom já que ela sabia em quem ia pensar.

Fazia horas que o marido a havia deixado e ela ainda podia sentir o cheiro dele, que o universo tentasse dizer a ela que era porque ela estava no centro da essência dele - no quarto dele, era desperdício de tempo, pois ela sabia que o cheiro tinha ficado com ela quando ele disse as últimas palavras antes de sair.

Quisesse admitir ou não seu estômago já dava vida as malditas borboletas azuis.

Queria, em parte, que ele cumprisse as ameaças e sabia que ele poderia até fazer um dia, mas agora, por ora, ela não podia permitir isso.

E nem mesmo sabia se ele esperaria, pela forma como falou, não muito. Desirée sabia que havia desecadeado algo físico entre eles quando o beijou, aquela energia que os afastava fisicamente havia estalado e quebrado naquela manhã do beijo... mas agora o marido poderia quebrar mais coisas.

- Está tão calada, Day. - Liz comentou. - Senti-se bem?

- Estou um pouco cansada.

- Você não se levantou para nada.

Ela não contava com a franqueza de Sophie quando deu a primeira desculpa que veio a sua cabeça.

- É um cansaço mental.

- O que vai fazer você regredir na sua doença.

Talvez, mas com certeza não seria a exaustão e sim o marido dela.

- Gostaria de dormir um pouco?

Ela queria sair, andar ao ar livre, mas se a única forma para ficar a sós fosse mentir para sua irmã e melhor amiga, aceitando a oferta de Sophie ela falou.

- Ficaria grata se me permitissem.

Ela nem estava cansada, e tirando o fato de não conseguir fazer força sem sentir a cabeça doer, ela estava nova.

- Claro que sim, querida.

Elas lhe entregaram um sino e sairam, dizendo que, para qualquer coisa que precisasse, bastava tocar o sino e alguém viria vê-la.

Sentia-se mais duquesa do que em toda sua vida.

Ela se deixou levar pelo silêncio, não conseguria dormir com a claridade que vinha das janelas, mas permaneceu deitada fingindo dormir para que o sono viesse.

Não veio.

Mas ainda assim ficou deitada, rodeada pelos cheiros de Joshua. Seu cobertor era macio, e seu quarto todo em cores fortes - como ele, pensou Desirée. Ele era forte, e ela sabia que havia maciez nele, já viu uma vez, e se fosse contar com a maciez dos lábios dele, bem teria visto mais de um vez.

Ela ficou divagando pelas partes macias do marido até que decidiu que seria melhor dormir, afinal já estava eacurecendo e se queria dormir antes jantar, que fosse rápida.

Ela colocou o sino sobre a cama e com um tanto de esforço se arrastou até a ponta do móvel, sua cabeça implorava para que ela parasse, mas ela insistia, até que colocou os pés no chão. Aquela era a parte mais difícil depois de colocá-se de pé e estivesse firme tudo estaria feito.

O Regresso Do Duque Onde histórias criam vida. Descubra agora