Cinzas

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São Petersburgo
Dois meses antes

Ela estava lá de novo, seu sorriso era o mesmo de sempre, e por um deslize de seu pensamento ele quase estende a mão para toca-la, mas para. Ele sabe que se tentar tocar em seu anjo ele vai sumir, sabe que nunca será capaz de descobrir se sua pele causa a ardência que ele sempre julgou causar. A grama está verde, como se estive em plena primavera, há flores em todo lugar, e ele pode sentir o cheiro que vem delas, ela veste um vestido branco, tão fino que até a mais leve brisa consegui deixá-lo maleável, indo e vindo na direção que os ventos ordenam.

De novo ela dançava e ria, o som de sua era equivalente ao das águas correndo em um rio e ele só assistia, não sabia se era visto, se estava de corpo presente, ele apenas a via.

Os ventos aumentam e ele sentiu alguém tocando seu braço e então a consciência o puxou de volta.

- Acorde bela adormecida.

Era Edward, o homem não lhe dava paz um único segundo, ainda se perguntava como permanecia ao lado dele durante toda uma vida.

Olhando de cara feia para o amigo ele pergunta por que foi acordo de forma tão sutil.

- Precisamos sair.

Sim! Como pudera esquecer?

Depois de seis anos trabalhando juntos para o serviço secreto aquilo havia se tornado um hábito, as saídas a "trabalho" não eram mais tão esperadas e eufóricas como eram no início, até uma vida de risco e mistérios cai em rotina.

- Dora vai começar a trabalhar em menos de uma hora e você precisa segui-la e descobri onde ela vai depois. - O homem dava ordens e mais ordens, mas no fundo Joshua sabia que as razões que ligavam Edward ao caso de Dora eram mais do que profissionais. - Precisamos provar que ela tem contato com o Derrick.

- Achei que você iria para a taberna e eu iria segui o criado de Derrick.

A dois meses a coroa havia designado ambos para descobri se era real o relacionamento e a troca de informações entre a dona de uma taberna no centro de São Petersburgo e um Duque londrino suspeito de traição. Qual não foi a surpresa de Edward quando descobriu que a dona da taberna era Dora, ou Sibila Smith, mulher por quem ele havia arriscado seu coração!? Mas Sibila ou Dora nunca disse ser a dona de uma taberna suspeita de acolher conspiradores, mas sim uma preceptora dócil e gentil.

- Iria. Mas da última vez ela quase me viu, então é melhor que seja você a fazer essa aproximação hoje.

Joshua sabia o que ele queria dizer: hoje eles iriam descobri aonde ela ia, e dependendo de onde e com quem fosse vista, certas atitudes poderiam ser tomadas.

Ele empurrou as lembranças de mais um sonho com seu anjo, sonhos que vinham lhe tirando e trazendo paz por anos, e trocou-se para sair para mais um dia.

Pouco depois estava na esquina que dava vista para a taberna Pomo Dourado. O lugar era extremamente movimentado. Perfeito para procurados se enturmar sem serem vistos, e por ser tão obvio acabava por passar despercebido. Até pouco tempo atrás Pomo Dourado era visitado por funcionários da coroa à paisana, mas vendo o perigo, caso os russos desconfiassem, resolveram que o distanciamento seria melhor.

Em minutos ele havia tomado seu posto e logo Dora chegou ao estabelecimento. A mulher era bem recebida pelas pessoas que se amontoavam na porta. Mesmo de longe, era possível ver por que Edward tinha se deixado cair os pés da mulher, ela tinha curvas e confiança, sabia mexer os quadris. Com muita facilidade ela conseguiria enfeitiçar um homem.

O pensamento deixou Joshua consciente do peso da aliança unida a corrente em seu pescoço. As lembranças vieram como uma enxurrada, atacando sua mente. Ele era aterrorizado por elas, tanto acordado como nos seus pesadelos onde estava acorrentado em uma cama branca ao som de risadas aterrorizantes, indefeso e inútil.

O Regresso Do Duque Onde histórias criam vida. Descubra agora