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-Durante a noite passada, foram registrados três incêndios. - a repórter falava na televisão da cozinha enquanto Clarissa e Jasper limpavam os pratos sujos do café da manhã. Bree tentava fazer Embry comer alguma coisa e Jared não tirava os olhos da televisão enquanto comia. - Um em Paris, um na cidade de Santa Ana, no México e um em Forks. Os três incêndios aconteceram no mesmo horário e nenhum deles deixou suspeitas. Em Paris, a antiga casa dos Chase…

Embry e Clarissa olharam para a televisão, o prato escorregando por entre os dedos de Clarissa e caindo na pia, quase se quebrando.

-Foram recolhidos três corpos da casa dos Chase, e vizinhos afirmam que antes do acontecimento, ninguém tinha saído ou entrado na casa, onde morava os pais e uma filha. Em Santa Ana, foram confirmadas as mortes de um casal e uma das filhas. De acordo com moradores da região, a família era composta por dois advogados e duas filhas, e a que não estava presente no ocorrido estava em uma aula de ginástica. - a repórter continuou impassível. - Até agora, não há vestígios da segunda filha, mas é certo de que era a casa dos di Angelo, uma família famosa na região.

Os joelhos de Clarissa fraquejaram e, antes que Jasper pudesse segurá-la, ela já tinha atingido o chão, as unhas bem fincadas nas palmas das mãos. Ela agradeceu mentalmente pelas crianças estarem na escola. O peito queimava com fogo com a notícia e sangue começou a escorrer por entre os dedos. Bree desligou a televisão.

Chase. Di Angelo. A mãe de Embry.

-Clary? - Jasper chamou e, pelo tom, não era a primeira vez que chamava. O loiro estava à frente dela, segurando as mãos trêmulas e vermelhas da esposa. - O que foi?

-As casas… - ela disse com dificuldade. - Giulia Chase foi minha melhor amiga antes de se mudar para Paris. Margot e Elise di Angelo são minhas primas e de Embry e Sam.

-Não estavam todos. - Embry murmurou baixo. - Margot ou Elise.

-De que adianta? O que nós podemos fazer? - Clarissa retrucou. O coração estava acelerado, as mãos tremendo e ela não conseguia respirar direito. - Nunca mais vou ver minha melhor amiga. Nunca mais vou ver uma das minhas primas. E quais as chances de uma delas conseguir sair viva? Mínimas, Embry! Mínimas!

-Ei, respira. - Jasper disse, segurando-a pelo rosto. - Você pode fazer isso. Precisa respirar, Clary.

-Eu sou a próxima. - ela gaguejou. - Embry, Sam, até mesmo Jacob, Leah e Seth! Você não entende, Jasper. Estão vindo atrás de nós.

-Vai ficar tudo bem. - Embry se ajoelhou ao lado dela. - Ninguém mais vai precisar morrer. Sabíamos desse problema e deveríamos ter lidado com ele antes, mas ainda assim vamos conseguir. E você precisa sair dessa, por Júniper, Bree e Aaron. Por Jasper e por mim. Não podemos fazer nada sem você.

-Não acho que eu consiga fazer nada, Embry. - ela negou. - Não sou boa em rastrear, não tenho contatos. Não sou Lizzy ou Gio.

-Não. Você é melhor. - ele disse. - E por isso vai se levantar, lavar as mãos e se recompôr, porque vamos precisar de você. Eu preciso.

*

-Não posso mais fazer isso. - ele disse, andando de um lado para o outro na frente do sofá.

-Não pode mais fazer o quê? - ela perguntou, perdida.

-Não posso mais continuar fingindo que gosto de você.

-Não… gosta de mim? - ela gaguejou e, naquele momento, ele se deu conta de que todos estavam certos.

-Eu gostava, no início. Te achava interessante. Depois, você se envolveu demais e eu precisei dar um jeito de te proteger, porque você vivia com ideias idiotas na cabeça. - ele contou as informações nos dedos.

Until the End Onde histórias criam vida. Descubra agora