02, crazy

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Vinnie Hacker

Estava indo para o treino após as aulas, ignorando todos os olhares eu continuei andando até o ginásio tranquilamente até uma cena me chamar atenção. Jaden Hossler, a sombra da Audrey, estava beijando uma menina morena perto da entrada para a quadra, eu jurava que ele e Audy tinham algum lance, bom... Talvez eles tenham e ele está traindo ela...

Dei de ombros tentando me manter indiferente ao assunto, não deveria me envolver com isso ou ficar criando paranóias.

— Vai se trocar Hacker, sem perder tempo. — O treinador González gritou assim que eu passei pela porta de entrada do ginásio.

— Eu to indo, fica tranquilo. — Levantei as mãos em rendição.

Fui até o vestiário tranquilamente, conversei com alguns dos outros jogadores/alunos enquanto me trocava, saímos todos juntos para a quadra e focamos no treino. A ideia de hoje era trabalhar a confiança entre todo o time, então fizemos vários exercícios sobre isso, mudanças de tática e outras coisas.

Nada muito diferente.

[...]

Tomei um banho rápido e saí do ginásio me arrastando depois de 2 horas de treino sem parar.

Estava muito cansado, só queria chegar em casa e dormir.

— Oi Vincent. — Uma voz feminina falou enquanto eu atravessava os corredores do colégio, me virei encontrando Emma mascando um chiclete e enrolando o cabelo loiro escuro no indicador.

Nós já ficamos algumas vezes, mas parece que ela não entende que foi tudo casual, sem sentimentos ou cobranças e tals.

Pelo menos da minha parte né.

— Eu to atrasado Emma, tenho que ir para casa. — Falei e continuei andando, não queria conversar com ela.

— Sabe Vinnie, eu estava pensando, você poderia ir lá em casa amanhã né, quero que meus pais te conheçam. — Ela falou manhosa, eu parei no meio do corredor a olhando incrédulo.

— Você ficou louca Emma? Por que eu iria conhecer seus pais? — Cruzei os braços ao mesmo tempo que arqueava uma sobrancelha.

— Porque eu quero fazer as coisas certas Vincent, como você vai me pedir em namoro sem conhecer meus pais? — Ela falou como se fosse óbvio e eu ri alto. É cada coisa louca que eu sou obrigado a escutar.

— Emma eu não vou te pedir em namoro, o que nós tivémos foi coisa de momento, só um lance casual, entende? Não gosto de você e nunca te pediria em namoro, sempre deixei isso bem explicado e você concordou todas as vezes. — Voltei para o meu caminho.

Menina emocionada, ficamos umas duas ou três vezes e acha que eu me apaixonei e vou namorar ela.

— MAS EU TE AMO VINCENT! — Gritou atraindo a atenção das poucas pessoas que estavam ali, fiz careta passando a mão pelo rosto com vergonha por ela.

— Sinto muito Emma, mas não vai rolar. — Falei sem parar de andar.

Já no estacionamento, eu entrei no meu carro e fui direto para casa, estacionei na minha vaga da garagem e entrei em silêncio tentando não atrair a atenção dos meus pais.

— Vincent? Está atrasado!

Merda!

Virei vendo meu pai sentado em um dos sofás da sala, a expressão séria e os braços cruzados mostram que ele não está nada feliz.

— Foi mal pai, o treino me atrasou um pouco mais. — Dei de ombros com uma explicação qualquer, só queria dormir.

E meu pai não precisa saber que uma louca que acha que vai ser minha namorada me atrasou enquanto fazia uma cena no meio do corredor.

— Você deveria parar com essa brincadeira de jogar, isso não vai te levar para lugar nenhum Vincent. — Ele falou levantando e caminhando até parar na minha frente.

— Pai, por favor né, eu faço tudo o que o senhor pede, sou uma marionete nas suas mãos e a única coisa que eu pedi é para jogar basquete enquanto isso. — Me apoiei na parede e suspirei, não queria entrar em outra discussão sobre esse assunto, mas parece que ele faz de propósito.

Meu pai já planejou quase tudo na minha vida. Eu vou terminar o colégio, fazer faculdade de administração enquanto vou me aprofundando mais nos assuntos da empresa Hacker, depois de formado vou assumir a presidência e me dedicar de corpo e alma para a empresa.

Da mesma forma que ele fez.

A única coisa que eu pedi foi para me deixar jogar basquete durante o tempo que estivesse estudando.

Isso sim é minha grande paixão, não queria ter que passar o resto da minha vida sentado em uma cadeira na sala da presidência da Hacker Internacional Buildings.

— Felizmente isso vai acabar quando você concluir o ensino médio, filho. — Ele deu um tapinha no meu ombro com um sorriso debochado. — Vai se arrumar, logo vamos jantar.

Virei sem responder ele e subi as escadas até o segundo andar, entrei no meu quarto, joguei a mochila no chão e deitei na cama. Suspirei derrotado enquanto encarava o teto, as dúvidas na minha mente eram dolorosas.

Eu poderia seguir a vida que meu pai planejou e deixar meus sonhos de lado.

OU....

Mandar ele se fuder, pegar o dinheiro na minha poupança e fazer o que eu quero.

Parece fácil escolher tendo dinheiro para me manter durante uns 5 anos sem precisar trabalhar, só que ele me educou a vida toda para estar pronto para assumir a espresa e sei que no momento em que eu colocasse os pés para fora dessa vida seria rejeitado pelo meu pai e ele faria de tudo para me manter longe da minha mãe.

E está aí uma coisa que eu não quero, dona Maria, vulgo minha mãe, é a pessoa mais importante na minha vida, minha conselheira, meu refúgio, quem me apoia apesar de tudo. Eu ainda tenho alguns meses para decidir meu futuro e com certeza esse tempo está cheio de acontecimentos malucos que não posso nem imaginar.

 Eu ainda tenho alguns meses para decidir meu futuro e com certeza esse tempo está cheio de acontecimentos malucos que não posso nem imaginar

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