53, mommy

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Audrey Miller

Nick suspirou mais uma vez, já estávamos parados na porta da casa faz uns 5 minutos e nenhum de nós teve coragem de tocar a campanhia.

— Ok Nick, eu vou apertar logo essa merda. — Bufei levando meu dedo indicador até o pequeno botão que após apertado emitiu um som estranho.

— Agora fodeu. — Falou sorrindo nervoso. — Vamos correr para o carro Audy? Ainda dá tempo para fugir.

— Você me arrastou para cá, vamos enfrentar isso logo, se der merda, deu. — Dei de ombros parecendo despreocupada, mas na verdade o meu interior todo está agitado e nervoso.

— Boa noite? — Uma senhora idosa abriu a porta com uma expressão confusa, ela olhou eu e meu irmão de cima a baixo e contraiu os lábios. — Posso ajudar?

— Boa noite. Nós estamos procurando a Lindsey. — Meu irmão falou educadamente e a senhora pareceu impaciente.

— Já está tarde meninos. — Suspirou passando a mão pela testa. — Posso passar o recado de vocês, mas a senhora Austin não atende desconhecidos nesse horário.

— Você poderia nos anunciar, por favor? — Perguntei um pouco rude. — Audrey Austin Miller e Nick Austin Miller. — Enfatizoei o sobrenome dele. — Os filhos dela.

— F-Filhos? — Perguntou assustada e nós assentimos, ela arregalou os olhos arrumando a postura e alisando amassados que não existiam no uniforme preto que vestia. — Só um minuto.

Então a senhora de nome ainda desconhecido entrou na casa fechando a porta, eu e Nick trocamos um olhar confuso e em menos de um minuto a porta foi aberta de novo. Ela parecia ter vindo correndo, pois sua respiração estava acelerada. Apesar disso e de algumas linhas de expressão a mais, ela continuava quase idêntica a única foto que eu
ainda tinha dela, do nosso último passeio a casa da minha tia.

— Vocês... — A voz dela estava embargada. — Vocês estão tão lindos

Sorri sem graça, Nick entrelaçou sutilmente as nossas mãos, percebi que ele estava suando e nervoso, da mesma forma que eu.

— Você está igual. — Escutei meu irmão falar em tom baixo. — Só que agora suas roupas custam o valor do meu carro. — Riu sem humor ao olhar para o vestido elegante de seda que Lindsey usava. — Parece que conseguiu o que tanto queria.

— Pega leve Nick. — Sussurrei.

— Nós temos tanto para conversar — Lindsey falou, sua mão já estava branca de tanta força que fazia para apertar a maçaneta. — Fico feliz que vocês tenham vindo.

— Nós podemos entrar? — Perguntei baixo após um vento forte me fazer tremer, meu shorts de moletom e o casaco não eram o suficiente para me aquecer. — Está frio. — expliquei e ela assentiu abrindo mais a porta.

— Claro, entrem. — Sorriu carinhosa.

Após passar pela porta que deveria valer mais do que eu poderia imaginar, andamos por um corredor cheio de quadros em preto e branco, a decoração era, em geral, muito moderna.

— Sentem, por favor — Pediu quando chegamos na sala, eu e Nick ficamos no sofá maior e Lindsey sentou-se em uma das poltronas de estofado branco.

Um silêncio se instalou pela sala enquanto eu observava discretamente todos os detalhes do cômodo. O clima estava tenso, ninguém parecia saber como iniciar qualquer assunto. Lindsey realmente parecia ter conseguido o que queria quando fugiu com o treinador que eu não lembro o nome.

É até errado da minha parte chamá-lo só de treinador, o cara é um olheiro de times importantes, treina uma das melhores equipes do estado e no tempo livre dá treinos de basquete em escolas por aí.  Dinheiro é o que não falta para ele. Isso tudo de acordo com a pesquisa que eu fiz a um tempinho atrás.

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