52, lindsey austin

3.2K 176 4
                                    

Audrey Miller

Chegamos em casa depois de algumas horas de viagem, meu pai e Anna foram para o quarto dele, Nick foi para o antigo quarto dele e eu para o meu. Conversei rapidamente com Vinnie enquanto desfazia minhas malas, tomei um banho rápido, vesti um conjunto de moletom e deitei na cama com a intenção de dormir, já que a viagem tinha sido bem cansativa.

Fiquei por alguns minutos brincando com a aliança que ainda estava no meu dedo, sorri boba ao lembrar que eu namorava um menino incrível. Coloquei o anel em cima da mesa de cabeceira e voltei a me aninhar entre as almofadas, travesseiros e cobertas.

Estava quase adormecendo quando minha porta foi aberta com tudo e, muito assustada, levantei vendo meu irmão eufórico se aproximando.

— Temos que conversar. — Respirou fundo e eu assenti o puxando para sentarmos na cama.

— Pode falar.

— Lindsey acabou de me ligar. — Falou de uma vez e eu engoli em seco. — Ela está em uma cidade aqui pertinho e quer saber se nós queremos ver ela.

— Não sei Nick. Eu não imaginava que a oportunidade de conversar com ela chegaria tão cedo.

— Se você quiser, nós podemos ir agora, resolvemos esse assunto e voltamos o mais cedo possível. — Falou e eu fiquei em silêncio por um breve momento para pensar.

Esse era um assunto que eu queria resolver, não sei se no momento que eu estiver na frente dela vou ter forças para encarar tudo, mas como meu pai falou, nós não vamos morrer se escutarmos ela.

— Tudo bem, vamos ir. — Suspirei.

— Então vamos. — Ele levantou e me puxou pela mão para fora do quarto, quase não tive tempo de colocar os chinelos.

— Você ficou louco Nick? — Perguntei rindo. — E o nosso pai?

— PAI, ANNA! EU E A AUDY ESTAMOS INDO CONVERSAR COM A LINDSEY. — Gritou antes de terminar de descer a escada. — VAMOS VOLTAR LOGO.

— É O QUE? — Escutei o senhor Miller gritar, mas Nick ignorou saindo de casa só com as chaves do carro, o celular dele e a carteira.

— Vai devagar. — Reclamei sem conseguir acompanhar os passos dele, minhas pernas eram muito pequenas e ele andava rápido.

— Entra. — Abriu a porta do carro e eu fiz o que ele pediu, meu irmão rapidamente entrou do outro lado e ligou o motor, saindo do condomínio em alguns poucos minutos.

— Mas o que ela te falou certinho? — Perguntei vendo ele bater os dedos no volante em sinal de nervosismo.

— Ela e o marido estão em um torneio aqui perto e como é só duas horas de distância da nossa casa... — Deu de ombros. — Eu propus para ela vir para cá, mas o nosso tempo é mais flexível que o deles, por isso estamos indo.

— E você resolveu sair sem avisar ninguém? E o Vinnie? O Jett? Os nossos outros amigos? Eles vão surtar com o nosso sumiço. — Exclamei lembrando desse pequeno detalhe.

— Nós vamos voltar antes do seu horário de aula amanhã, fica tranquila. — Resmungou procurando alguma coisa no compartimento que ficava entre os bancos, de lá ele tirou um bloco de papel e uma caneta. — Anota esse endereço e esse número por favor, a bateria do meu celular está quase acabando.

Peguei os itens que ele me entregou enquanto revirava os olhos, anotei tudo e guardei no lugar que estavam.

— Isso é uma loucura muito inconsequente. — Resmunguei bufando. — E eu estou sentindo que algo ainda vai dar errado.

— Não vai não, confia em mim. — Sorriu convencido.

— Deus me proteja. — Sussurrei e ele bufou, obviamente tinha escutado.

[...]

Como Nick tinha falado, duas horas depois nós estávamos na cidade onde nossa mãe estava, uma cidadezinha pequena, porém parecia bem receptiva. Nunca tinha visitado esse lugar, mas era bonito.

As ruas era cheias de árvores e construções coloridas feitas em tijolos tingidos, as pessoas se vestiam de modo alegre e fofo, mesmo sendo bem tarde tinham várias pessoas nas ruas.

— Acho que vou parar naquele posto de combustível pedir informações sobre o endereço. — Nick falou ao virar em uma rua com várias luzes azuis e amarelas penduradas entre os postes de iluminação.

— Deveria ter pego meu celular, o carregador, alguma roupa. — Revirei os olhos. — Quem são os loucos que saem sem nada de casa?

— Nós. — Respondeu rindo. — Eu trouxe dinheiro e meus cartões, não precisamos de mais nada.

— Burguês safado. — Cruzei os braços enquanto ele estacionava.

— Vem comigo, aí você compra alguma coisa para a gente comer. — Chamou após desligar o carro na frente da lojinha do posto.

— Comida, eu amo. — Sorri animada saindo do carro.

Enquanto Nick conversava com a moça que trabalhava no caixa da lojinha, eu fui até o corredor dos salgadinhos e escolhi um que nós dois gostamos. Em seguida fui até o refrigerador e olhei para as latas de refrigerante.

Peguei duas e virei para ir até onde meu irmão tinha ficado, mas acabei esbarrando em um menino que estava passando por trás de mim.

— Desculpa moço, eu não te vi. — Sorri nervosa, agradecendo internamente por não ter derrubado a garrafa de bebida que ele segurava e nem o celular que estava na outra mão.

— Tudo bem, eu estava distraído. — Ele sorriu de lado. — Eu sou o Aidan.

— Audrey. — Sorri simples. — Com licença e desculpa novamente.

— Sem problemas, tchau. — Acenou com a cabeça.

— Conseguiu? — Perguntei para Nick quando cheguei onde ele estava.

— Sim, a moça simpática aqui me ajudou. — Ele sorriu maroto para a mulher jovem que calculava o valor das minhas compras. Segurei a risada, Nick tinha usado o "charme" dele para conseguir informações, eu não sabia se isso era engraçado ou trágico. Queria que ele tivesse toda essa atitude com Jett.

Nick passou o cartão para pagar a comida e depois de piscar sedutoramente para a mulher, nós fomos até o carro e ficamos por ali mesmo até terminar de comer o salgado e beber o refrigerante.

— Pronta para ir? — Perguntou engolindo em seco.

— Não sei, porém vamos. — Sorri nervosa.

— E se der merda? — Questionou em um suspiro.

— Vai ser história para contar. — Dei de ombros. — E se não der?

— Provavelmente vamos acertar nossas diferenças com a senhora Lindsey Austin. — Sorriu fraco. — Vamos antes que eu perca a coragem.

Assenti e ele ligou o carro, o guiando pela estrada por longos minutos até parar na frente de uma mansão de cor avermelhada.

— É aqui. — Desligou o motor

— Vamos lá. — Respondi descendo do carro antes que a coragem sumisse.

 — Respondi descendo do carro antes que a coragem sumisse

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
in the second wallet. Onde histórias criam vida. Descubra agora