24, dinner with the hackers

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Vinnie Hacker

Ao chegar na sala de jantar, meu pai e minha mãe levantaram das cadeiras onde estavam sentados, minha mãe sorriu e meu pai só ficou lá parado, sério como sempre.

— Boa noite senhor Hacker. — Audrey falou tímida e estendeu a mão para ele, meu pai ainda relutante apertou a mão dela e acenou brevemente com a cabeça depois de a observar com indiferença.

— Boa noite...? — Ele deixou a frase no ar esperando Audrey se apresentar.

— Audrey, Audrey Miller. — Respondeu rapidamente e meu pai concordou.

— Nate Hacker. — Falou e foi a vez dela assenti.

— Sentem-se crianças, vou pedir para servirem o jantar. — Minha mãe falou com um sorriso meigo tentando, como sempre, evitar uma briga entre meu pai e eu.

Eu e Audrey nos sentamos na mesa e aguardamos em silêncio dona Brigitte voltar da cozinha. Isso aconteceu dois minutos depois, ela chegou na sala com algumas das moças que trabalham ali segurando pratos de alguma comida chique que eu não fazia questão de saber o nome.

Imagino que uma pessoa normal ficaria perdida com aquela quantidade de talheres e taças na mesa, mas Audrey parecia entender perfeitamente sobre o assunto e não se demonstrou tímida ou em dúvida sobre qual usar.

— Então... — Meu pai começou a falar depois de alguns minutos em silêncio. — Miller né? — Perguntou e Audrey assentiu. — Algum parentesco com o Harold Miller?

— Sou filha dele, senhor Hacker. — Respondeu depois de limpar a boca educadamente no guardanapo e vi os olhos do meu pai brilharem de interesse.

— Finalmente fazendo boas amizades filho... — Falou sorrindo convencido e eu revirei os olhos com vontade de mandar ele ir para um lugar não muito educado. — Vincent nunca foi de fazer amizade com pessoas do nosso nível, entende Audrey? — Voltou a olhar para a morena que arqueeou a sobrancelha.

— Conheço seu filho faz pouco tempo, mas sei que ele deve ter motivos para isso... — Respondeu e tomou um gole de suco tranquilamente.

Eu realmente tinha motivos para isso.

As pessoas com quem meu pai se relaciona por causa do trabalho são insuportáveis e os filhos deles também.

— Claro que tem... — Falou sarcástico. — Sempre falo pra ele que mesmo não gostando, deve se envolver com o nosso círculo social, afinal, em pouco tempo ele vai estar comandando a empresa da família e uma boa índole e reputação são importantes nesse meio.

— Assim como o sobrenome... — Audrey deu de ombros. — Afinal, nesse meio, não muda muito ter uma boa educação, caráter e boa índole se não tiver um bom sobrenome, que te coloque em ascensão mais rápido.

Vi minha mãe contrair os lábios, tentando evitar um sorriso, assim como eu. Não é qualquer pessoa que diria a Nate Hacker algumas verdades como essa, sem medo da reação dele.

Audrey sabia jogar o mesmo jogo dele. Meu Deus, essa menina não tem defeitos? Na verdade, ela tem um sim, não ser minha namorada é um defeito que, um dia, eu pretendo corrigir.

Meu pai deu um dos seus sorriso presunçosos e irritantes antes de voltar a falar.

— Claro... — Concordou com a cabeça. — A senhorita, por exemplo, sem o sobrenome Miller, seria só mais uma menina comum que, provavelmente, nunca se sentaria nessa mesa.

Arqueei a sobrancelha o olhando com um sorriso desacreditado, minha mãe chutou meu pé por baixo da mesa em repreensão. No momento eu sentia vontade de quebrar esses pratos caríssimos na cabeça dele.

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