37, nate's story

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Vinnie Hacker

— Que saudade de você meu amor. — Falei me jogando na minha cama como se estivesse abraçando ela.

Era segunda quase de noite, eu tinha acabado de chegar em casa e só tinha o pessoal que trabalhava aqui mesmo. Nós passamos o dia só na casa dos Huxhold arrumando as nossas coisas e curtindo um tempo só entre nós. Eu passei mais tempo beijando a Audrey do que fazendo qualquer outra coisa, mas quem liga né?

Enfim, estou apaixonado.

Suspirei, levantei da minha cama, tirei as roupas da mala e separei as que estavam sujas, coloquei tudo no cesto no banheiro, guardei os produtos de higiene e meus eletrônicos, tomei banho e vesti uma roupa de ficar em casa, fui até a cozinha, fiz um sanduíche, servi um copo de suco e sentei na bancada para comer.

— Já chegou Vinnie? — Minha mãe perguntou sorrindo ao entrar na cozinha.

— Eu até pensei em uma resposta, mas eu gosto de ter uma casa e todos os dentes na boca. — Sorri para ela que revirou os olhos.

Me conta tudo... — Bateu palmas animada e sentou em um banquinho do meu lado. — Se declarou para a Audy? Já posso chamar ela de nora oficialmente?

— Ah mãe... — Sorri bobo. — Eu me declarei sim, mas ainda não pode chamar ela de nora oficial porque não temos um relacionamento sério.

— E o que ela falou? Por que não é sério? — Perguntou rápido.

— Ela falou que gosta de mim, não falou que é apaixonada por mim, mas já é alguma coisa. — Dei de ombros. — Pra mim o que nós temos é sério, mas ainda não temos nenhum rótulo.

— Nem sempre precisamos de rótulos para ter alguma coisa, muitas vezes nomear as relações que estão começando acaba estragando toda a mágica do amor. — Sorriu carinhosa. — Mas sobre ela não falar que é apaixonada por você... Dê tempo ao tempo filho, nem todas as pessoas se apaixonam rapidamente. — Assenti sabendo que nem todos são iguais.

— Como você e o meu pai se conheceram? — Perguntei do nada. Eu com 18 anos nunca tinha feito essa clássica pergunta para nenhum deles.

— Ah... — Sorriu de lado e seu olhar ganhou um brilho de nostalgia. — Foi no primeiro ano da faculdade, nós fizemos uma apresentação em grupo, nos aproximamos, viramos melhores amigos e depois de muito tempo e com muita paciência, da minha parte, a nossa relação virou algo a mais.

— Ele sempre foi assim? — Perguntei me referindo ao comportamento mesquinho, egocêntrico e irritante do meu pai.

— É difícil te responder Vinnie. — Suspirou. — Você quer saber a história inteira? Ela é longa.

— Eu tenho tempo mãe, pode contar.

— Seu pai me contou a história depois de algum tempo de relacionamento, me explicou porque ele é tão fechado e adotou a frase "amar é para os fracos". — Falou sem me olhar. — Ele tinha quase 17 anos quando se apaixonou pela primeira vez, mas a menina era só uma interesseira que queria o dinheiro e o sobrenome dele, além de nunca ter o amado, ela ainda fez ele de bobo, o traiu com o melhor amigo e mais sabe-se lá mais quantos, difamou ele para o colégio inteiro e tantas outras coisas absurdas. — Ela negou com a cabeça. — Ele estava indo bem no plano de não se apaixonar, mas aí eu cheguei, aos poucos as barreiras que ele construiu foram cedendo e hoje estamos aqui casados e com um filho lindo. Não foi e ainda não é fácil, mas a gente se entende bem.

— E por que ele é tão "assim" comigo? — Perguntei confuso.

— Ele só não quer que você passe pelo mesmo que ele... — Suspirou. — Ele não é o monstro que quer parecer, Vinnie. O Nate te ama muito.

— Mas ele não percebe que com esse jeito insuportável de ser ele perdeu qualquer migalha de amor e consideração que eu poderia ter por ele? — Levantei colocando a louça que eu tinha usado na pia. — Nem o meu respeito ele tem, mãe.

— Eu nunca entendi porquê ele age assim, mas quem é que entende seu pai? — Riu sem humor.

— É... — Sorri de lado. — Ninguém entende ele.

— Vai descansar meu filho. — Acariciou meu braço. — E sobre a Audy, espera o tempo dela, não se apresse, você já esperou bastante tempo, uns dias a mais ou a menos não vai fazer tanta diferença.

— É... Acho que eu não vou morrer de esperar mais um pouco. — Brinquei e ela riu concordando.

— Eu te amo Vinnie, muito. — Falou e eu sorri.

— Eu te amo mãe, mais que tudo. — Dei um beijo na cabeça dela e saí da cozinha.

Meu pai estava sentado no sofá da sala com o notebook no colo e alguns papéis e plantas de casa na mesa do centro. Eu tentei passar reto e fingir que não o vi, mas aparentemente ele queria conversar.

— Oi filho. — Falou, eu suspirei e o olhei com o cenho franzido.

— Oi. — Resmunguei cruzando os braços me apoiando no batente da porta.

— Como foi sua viagem? — Perguntou me olhando rapidamente antes de voltar a digitar, seu tom de voz estava neutro, sem deboche ou aquela prepotência irritante, isso me deixou em alerta.

— Boa... Muito boa, na verdade. — Respondi cauteloso.

— E a Audrey? Como ela está? — Arqueei a sobrancelha e suspirei impaciente.

— Bem.

— E os seus outros amigos? — Perguntou novamente, isso está ficando muito estranho.

— Bem também... — Dei de ombros. — Olha Nate, eu estou cansado da viagem, então...

— Tudo bem... — Me interrompeu. — Vai lá descansar filho.

Assenti e comecei a subir as escadas, não entendia o senhor Hacker, não conseguia prever as ações e reações dele.

— Vincent? — Me chamou e eu parei no meio da escada, revirei os olhos e desci dois degraus da escada para conseguir vê-lo.

— Esse é o nome que vocês escolheram né. — Respondi indiferente.

— Vai ter um jogo dos Lakers no sábado e um amigo me deu dois ingressos. — Franzi o cenho por ele ter ignorado minha resposta grosseira. — Quer ir comigo? — Perguntou me surpreendendo.

— Eu e você em um jogo de basquete? — Perguntei em choque. — Você sempre me falou pra não usar nenhum tipo de droga pai, não acho que você deveria começar a usar nessa idade. — Falei ainda assustado e ele riu.

ELE RIU!

Gente isso está ficando cada vez mais estranho.

— Eu não estou usando drogas. — Falou em um tom brincalhão que eu nunca tinha visto ele usar. — Vai querer ir ou não?

— Vou ver e te aviso. — Falei e ele assentiu.

Queria pedir um conselho para Audrey sobre isso, afinal não era uma situação que eu saberia lidar sem ajuda.

— Boa noite Vinnie. — Falou bagunçando o cabelo.

— Boa noite. — Respondi e fui rapidamente para o meu quarto.

Mandei uma mensagem para Audrey falando que amanhã precisaria de um conselho, ela logo respondeu que me ajudaria em qualquer coisa, agradeci e mandei um boa noite, coloquei meu celular para carregar e dormi em poucos minutos.

Mandei uma mensagem para Audrey falando que amanhã precisaria de um conselho, ela logo respondeu que me ajudaria em qualquer coisa, agradeci e mandei um boa noite, coloquei meu celular para carregar e dormi em poucos minutos

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