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Vinnie Hacker

— Oi linda. — Falei me aproximando de Audrey, ela estava sozinha mexendo no armário dela.

— Oi gatinho. — Ela sorriu para mim, segurei o rosto dela com as duas mãos e lhe dei um selinho demorado, vi que ela ficou meio tensa.

— O que foi? — Perguntei confuso.

— Ah... É que eu fiquei surpresa sabe? Não imaginei que você iria querer me beijar na frente de todos. — Admitiu envergonhada fazendo um sinal discreto apontando para os alunos que nos olhavam.

— Desculpa Audy, eu não te perguntei se você queria, mas é que pra mim é tão natural te beijar que eu... — Suspirei nervoso e ela ficou na ponta dos pés para tocar meu rosto.

— Tudo bem Vinnie, eu só fiquei surpresa, mas acho fofo você não ter vergonha de nós. — Franzi o cenho com o que ela falou.

— Eu seria incapaz de sentir vergonha de você... — Sorri colocando minhas mãos na cintura dela. — Na verdade, eu quero esfregar na cara de todos que eu tenho do meu lado a mulher mais incrível do mundo. — Ela riu e eu a beijei rapidamente.

— Qual o conselho que você precisa? — Falou fechando o armário e eu suspirei me apoiando ao lado da porta.

— É sobre meu pai... — Me encarou atenta. — Vem aqui... — Puxei ela até um banco, nós sentamos e eu entrelacei nossas mãos. — Ontem depois que eu cheguei em casa, fui contar as coisas que aconteceram pra minha mãe, nós conversamos um pouco sobre isso e algumas coisas sobre o meu pai e o passado deles, depois que eu saí da cozinha, meu pai me convidou para um jogo de basquete no sábado...

— Ok, mas isso é ruim? — Perguntou confusa. — Porque eu não acho que seja.

— Ele odeia basquete e nunca quis ir em nenhum dos meus jogos, muito menos me levar para um. — Expliquei e ela balançou a cabeça parecendo entender. — E ele estava todo calmo, até riu, o que eu nunca tinha visto. — Ressaltei e ela fez uma expressão surpresa. — Eu não sei o que fazer Audy. — Suspirei frustrado.

— Ok... — Ficou em silêncio por alguns segundos. — Vamos começar do começo. — Brincou. — Sobre o que você e sua mãe conversaram exatamente?

— Sobre eu e você, sobre como eles se conheceram e porquê meu pai é como é. — Dei de ombros.

— E o que você falou sobre o seu pai?

— Que ele é um insensível, arrogante, grosseiro e que isso acabou com qualquer sentimento bom que eu poderia ter por ele?! — Perguntei sorrindo fraco, mas a frase soou como uma afirmação.

— E assim... Tem alguma chance dele ter ouvido? — Perguntou e parei para pensar.

— Bom... Quando eu cheguei não tinha ninguém em casa, mas quando eu terminei de fazer meu sanduíche minha mãe já estava lá e quando eu saí da cozinha ele estava na sala... Então, talvez sim. — Respondi receoso.

— E isso pode ter influenciado ele de alguma forma?

— Não sei, ele nunca pareceu se importar com o que eu pensava sobre ele. — Respondi sinceramente.

— Mas você já tinha falado que não "gostava" dele? — Neguei. — Talvez isso o abalou. Não sei ele, mas eu me sentiria péssima ao escutar meu filho falando que não gosta de mim.

— Eu não sei o que fazer. — Bufei.

— Vai no jogo com ele. — Deu de ombros. — Pode ser que a relação de vocês não melhore, pode ser que ele não mude, mas você já conviveu tanto tempo com ele assim... — Olhei para frente, talvez ela esteja certa. — Tenta descobrir porquê ele agiu diferente e, pense positivo, se não descobrir nada vai ter assistido um jogo do esporte que você gosta. — Sorriu envergonhada. — Desculpa, eu sou péssima em conselhos, mas isso é o que eu faria.

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