40, i locked the college

4.1K 275 54
                                    

Audrey Miller

— O que você fez Nick? — Meu pai perguntou assim que viu meu irmão entrar pela porta da casa no domingo de manhã, meu irmão deixou as malas que estava carregando.

— Oi pai, tudo bem sim e com o senhor? — Perguntou em tom debochado, mas dava para perceber como estava nervoso.

— Nick! — Falei em repreensão e ele sorriu de lado vindo me abraçar.

— Estava com saudades. — Falou apertando os braços em volta do meu corpo.

— Eu também, praga. — Retribui o carinho dele sendo sincera.

Nick cumprimentou meu pai e Anny, que agora ficava aqui em casa quase todos os dias, com abraços apertados e em seguida nos sentamos nos sofás, enquanto eles conversavam sobre banalidades do dia a dia eu olhava para a televisão onde passava um jogo qualquer de basquete que meu pai estava assistindo. Com isso acabei lembrando que Vinnie havia me convidado para ir com ele assistir hoje a noite um jogo amistoso de algum time de outra cidade que eu não conheço.

— Não querendo ser chata, mas eu tenho certeza que você não veio até aqui pra falar do clima né? — Anna questionou para Nick que sorriu sem graça.

— É complicado de explicar... — Meu irmão sussurrou.

— Você matou alguém? — Meu pai perguntou apreensivo. — Não é só porque você tem um pai advogado criminalista e tá estudando direito que pode matar alguém achando que vai se livrar de pagar por isso.

— Eu não matei ninguém. — Ele se defendeu.

— Vai pedir o Jett em namoro? — Questionei esperançosa e ele fez careta negando.

— Engravidou alguém? — Anny perguntou e ele negou imediatamente. — Roubou um banco? Espancou velhinhas? Pagou alguém para conseguir um panda pra dar de presente para a sua querida ex babá?

— Não, não e definitivamente não... — Comentou com um sorriso chocado. — Mas eu posso tentar comprar um panda pra você.

— Eu também quero um panda. — Protestei.

— Nada de pandas. — Meu pai rebateu. — Isso é ilegal. — Ambos acabamos por dar de ombros.

— Se você não matou, não roubou, não espancou ninguém, não vai ter um filho e não tá traficando pandas... O que você fez? — Perguntei curiosa.

— Além de esquecer de puxar o freio de mão do meu carro, ele descer uma avenida e bater em um poste tendo perca total e quase destruir toda uma loja de roupas caríssimas, trancar a faculdade porque descobri que quero ser escritor depois que o livro que eu escrevi fez sucesso no Wattpad, me inscrever em aulas de basquete, adotar um porquinho da Índia que vai chegar em uma semana e voltar pra cá querendo abrigo? — Questionou e nós o encaramos totalmente chocados. — Além disso, eu comprei os bolinhos preferidos de vocês. — Apontou para a embalagem que estava sobre a mesa de centro, eu nem havia reparado quando ele deixou aquela caixinha ali.

— Achei que fosse pior. — Meu pai deu de ombros. — Você já fez um acordo com o pessoal da loja que destruiu?

— Sim, eu vou pagar o valor da reforma. — Meu irmão falou simples.

— Amanhã ligamos para o seguro do carro pra ver o que podemos fazer, pago o prejuízo da loja, compramos outro carro e depois resolvemos como você me paga. — Papai falou calmamente e eu até ficaria surpresa se não soubesse como ele é. — Depois pode colocar suas malas no seu antigo quarto, eu vou buscar um café pra tomar com os bolinhos. — Concluiu se levantando para ir até a cozinha.

— Você não tá bravo? — Nick perguntou olhando para nosso pai com receio. — Eu sei que o senhor queria que alguém assumisse o seu escritório.

Por que eu estaria bravo por você estar buscando sua felicidade? — Questionou confuso e balancei a cabeça sorrindo. Queria que todos tivessem um pai como o meu. — A questão do escritório é fácil de resolver, é só vender quando me aposentar. — Explicou. — Mas eu não vou comprar comida pro porquinho da Índia. — Avisou e nós fizemos cara de tédio enquanto ele deixava a sala. Tenho certeza que não levaria duas semanas para meu pai estar até dormindo abraçado com o porquinho.

— Ricos são tão estranhos. — Anny fez careta se levantando e pegando os bolinhos que Nick havia comprado.

— To orgulhosa de você. — Falei sincera para o meu irmão e ele sorriu agradecendo. — Quer ir em um jogo de basquete comigo e o Vinnie hoje a noite? — Perguntei mudando de assunto.

— Não vou ficar de vela pra vocês. — Fez careta.

— O Jett também vai. — Dei de ombros despreocupada.

— Por que você não falou antes? — Sorriu debochado. — Eu vou, com certeza.

— Quem é Jett? — Meu pai perguntou voltando da cozinha.

— O melhor amigo do Vinnie. — Anna falou, ela estava em silêncio enquanto eu e Nick conversamos. — Audrey já falou dele antes.

— Mas eu não sabia que o Nick e ele estavam juntos. — Senhor Miller deu de ombros entregando uma xícara de café para cada um.

— E nós não estamos. — Ele rebateu. — Ele é só o amigo do namoradinho da Audrey.

— O Vinnie não é meu namoradinho. — Foi a minha vez de rebater e ele riu em deboche.

— Vinnie é o menino que conta os dias desde quando Audrey entrou no colégio? — Anna perguntou e meu pai confirmou.

— Como vocês sabem disso? — Questionei perplexa.

— Eu contei. — Nick admitiu orgulhoso.

— E como você... O Jett né? — Questionei o óbvio e ele confirmou. — Vocês se merecem. — Meu irmão deu de ombros sorrindo fraco.

— Eu tenho uma pergunta muito importante... — Anny chamou nossa atenção ao falar. — Seu livro tem hot? — Nick sorriu envergonhado e ela fez uma dancinha de comemoração, meu pai a olhou meio estranho enquanto eu dava risada. — O que foi? Livros com hot são bem melhores.

— Eu concordo. — Falei e meu pai suspirou negando com a cabeça.

— Essa família é cheia de desviados, senhor. — Fez drama. — Eu vou marcar um dia pra irmos em família pra igreja. — Olhamos para ele com tédio.

— Pai você lê fanfic e quer falar que nós somos desviados? — Questionei rindo.

— Vamos cancelar a visita na igreja. — Concluiu mordendo seu bolinho de limão.

 — Concluiu mordendo seu bolinho de limão

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
in the second wallet. Onde histórias criam vida. Descubra agora