dois

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Medo

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Medo. Acho que era isso que eu sentia nesse momento.

Tudo começou quando eu tive a capacidade de esquecer a porra da minha mochila na porra da sala de aula da porra da escola.

Eu voltei para a sala de aula e procurei a minha mochila. Ou eu fui roubado ou eu realmente sou cego, porque eu não achei aquela merda.

Mas aí eu descobri que não fui só eu que esqueci minha mochila. Sabina Hidalgo também esqueceu.

O que dá para dizer sobre ela? Bom, nunca falei com Sabina, mas sei muita coisa sobre ela. Uma nerd. É isso que dizem sobre a Hidalgo.

Nunca disse que eu achava ela uma nerd. Mas as pessoas achavam que eu pensava isso dela por apenas ser o capitão do time de hóquei. E isso era bem irritante.

Eu troquei poucas palavras com Sabina, mas uma coisa realmente deu errado.

Um "vapor" saiu da entrada de ar. Bom, a partir dessa parte a gente ia morrer. 'Tava confirmado.

Minha visão ficou turva e eu caí no chão. Provavelmente, eu desmaiei, e talvez a Sabina também. Legal, não é?

Assim que abro os olhos, percebo que eu já não estava na sala de aula. Não fazia ideia se eu estava sozinho ou não. E talvez eu não queria saber.

— Acordou, 'né? Diz que acordou, pelo amor de Deus, não aguento mais olhar a parede.

— O que faz aqui, Sabina?

— O que você acha? — pergunta — O mesmo motivo que você.

O mesmo motivo que eu? Então, eu não estava sozinho nessa. E isso era bom?

— Pode me relembrar o que aconteceu?

— Hm, acho que posso. — diz – É, bom, a gente esqueceu das mochilas, não estavam nas salas. Aí 'tava saindo algo da entrada de ar que não deu tempo de saber o que era. E aí a gente desmaiou e viemos parar aqui.

Assenti.

— Ah, além de tudo, estamos amarrados. Só 'pra 'cê ter essa noção, sabe.

— Que merda.

Se Sabina não tivesse falado isso, provavelmente eu não teria percebido.

— Sua cabeça doí?

Parecia que um caminhão me atropelado. Nunca senti tanta dor de cabeça em toda a minha vida.

— Doí.

— Acha que a gente vai morrer?

— Você só sabe perguntar, meu Deus. — reclamou.

— Você é mais esperta que eu.

— Isso é verdade.

— E eu estou com medo.

— E você acha que eu não estou com medo?

— É estranho. — falo.

— O quê?

— Nós nunca se falamos em toda a nossa vida. E quando a gente fala um com o outro, a gente foi sequestrado.

— Podia acontecer com qualquer um.

— Mas foi com a gente.

Ficamos em silêncio.

— É. Foi com a gente.

É estranho isso acontecer com uma pessoa que eu nunca falei na vida. Mas com essa pouca conversa que eu tive com Sabina, pude perceber que ela não é tão chata quanto dizem.

Acho que tudo que podia dar errado já aconteceu. A única e última coisa que pode dar errado é eu morrer. Mas eu espero que isso não aconteça.

— Sinto falta dos meus pais.

— Também sinto.

— Como é a sua relação com seus pais?

Tento puxar assunto. Não que seja um dos melhores assuntos, mas eu tentei.

— É boa. — respondeu — E a sua?

— Bom, meus pais discutem todo dia, mas eles ainda não se separam por medo de estragar meu futuro.

— Ah. Sinto muito.

Pouca gente sabia disso, pouca mesmo, duas pessoas no caso: Lamar Morris, meu melhor amigo, e Shivani Paliwal, minha namorada. E agora, Sabina também sabe.

— Como é namorar?

— Está perguntando isso por qual motivo?

— Nunca tive essa sensação.

Eu até iria responde-lá, mas quando ouvimos um barulho, um silêncio permanece no lugar.

Apenas conseguia ouvir a respiração ofegante de Hidalgo. Ela estava mais nervosa que eu.

Continuamos em silêncio. Mas me assusto ao ouvir um grito.

O grito da Sabina.

Ela grita.

Eu me assusto.

A gente vai morrer.

A gente vai morrer

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continua...

esse foi só o começo, ainda tem muita coisa para acontecer.

𝗺𝘆 𝗯𝗿𝗼𝘁𝗵𝗲𝗿Onde histórias criam vida. Descubra agora