𝗺𝘆 𝗯𝗿𝗼𝘁𝗵𝗲𝗿

dez

— Como ela desmaiou?

— Ela estava com falta de ar. E eu também tinha acabado de quebrar o braço dela.

— Você quebrou o braço dela? Como?

— Ela pediu. Ela achou que caso se machucasse feio, a Sabina iria gritar e a polícia iria ouvir. E ela não queria que eu me machucasse mais.

— Machucasse?

Eu odiava interrogatório.

— Eu levei um tiro.

— Eu posso ver? — o médico pergunta.

Assenti levantando a camisa.

— É uma sutura perfeita. Quem fez?

— Sabina.

— Ela é boa. Mas eu acho que precisa de cirurgia só para garantir que está tudo certo.

Eu odiava cirurgias também.

Uma vez, eu desloquei o ombro durante um jogo de hóquei e eu tive que fazer cirurgia. Acho que eu fiquei quase dois meses de recuperação e um mês com a fisioterapia.

— Tudo bem.

— Vou marcar para daqui a uma hora. O hospital já ligou para as mães de vocês.

— E a Sabina? Como ela está?

— Ela está em cirurgia.

Merda.

— Ela vai.. ficar bem?

— A princípio, sim.

Assim que os dois saíram, eu apenas fiquei ali. Eu estava muito preocupado para ficar pensando em outras coisas.

Acho que provavelmente só veio uma enfermeira para poder ver meu soro. Daqui a pouco, seria minha cirurgia e talvez eu estivesse um pouco nervoso. Mas eu preciso ficar tranquilo nesse momento, eu não posso surtar.

— Está tudo bem? — o médico entra no quarto.

— É.. acho que sim.

— Eu vim te avisar que as enfermeiras estão vindo para te levar até a sala de cirurgia.

— Tudo bem.

Duas enfermeiras entraram no cômodo junto com uma maca. Me levanto e vou até elas, logo me deitando.

Bom, nesse momento eu poderia morrer. Ou talvez não. Eu tinha duas probalidades.

Durante o caminho até a sala de cirurgia, as duas mulheres conversavam entre si. Não era uma conversa muito interessante, mas pelo menos estava me acalmando.

— Tudo bem, eu vou te dar a anestesia. Está pronto?

Assenti.

Não demorou muito tempo para a anestesia fazer efeito. Eu já tinha fechado os olhos.

continua...