— Eu já disse que estou bem. — digo.
— Eu só estou preocupada. Você levou um tiro não faz pouco tempo e eu 'tô com medo de ter feito algo errado.
— Se você tivesse feito algo errado, eu nem vivo estaria.
Acho que ontem foi o dia em que eu mais fiquei com medo de morrer. Com certeza, deve ter sido um dos piores dias da minha vida.
— Você acha que a polícia desistiu da gente? — pergunta.
Eu tenho absoluta certeza que isso pode ter acontecido, mas eu preferia acreditar que ainda estão procurando a gente.
— Não. Na verdade, talvez.
Eu queria muito tentar fugir de novo, mas acho que dessa vez eu ou a Sabina poderia morrer de algum jeito. Então, eu preferia ficar parado esperando algum milagre aparecer.
Não conversarmos mais nada durante muito tempo. Acho que a Sabi deve ter dormido umas duas ou três vezes. Eu nem conseguia dormir.
— Ei, Sabi. Acorda. Você está ouvindo isso?
— O que foi? — pergunta se arrumando.
— Escuta.
Ela se levantou e foi até a porta.
— São passos. Mas não são dos caras que sequestraram a gente, porque se fosse deles, estariam mais perto. Os passos estão distantes.
— Você é boa nisso.
Sabina foi até mim.
— Quebra o meu braço.
— Como é?
Que porra era essa?
— Eu sei que é uma loucura — fala — , mas se for quem eu estou pensando, que no caso é a polícia, se você quebrar meu braço, eu vou gritar, e vão ouvir. Resumindo, vão vir correndo e vão salvar a gente.
Era uma loucura isso.
— Não vou fazer isso. Quebra o meu.
— Não! Você já está machucado o suficiente. E eu sou muito fraca para isso.
Ergueu o braço.
— Por favor.
Segurei o braço dela.
— Isso vai doer.
— Eu fui sequestrada. Eu aguento isso.
Foi tudo tão rápido. Eu só.. quebrei. Parecia que eu já tinha feito isso antes, mas isso nunca aconteceu.
Ela gritou.
— Obrigada.
— Você não devia agradecer uma coisa dessas.
Inúmeras batidas na porta. Era a polícia. Eu tinha certeza disso.
Olho para Sabina, eu achei que ela ia ficar feliz, mas ela respirava muito rápido. Era falta de ar.
— Ei, Sabi, está tudo bem. A polícia está aqui e a gente vai sair daqui. Vai ficar tudo bem.
Eu tentava acalmar ela. Acho que essa foi a primeira vez que eu acho que deu certo.
— Polícia de Chicago! Abra a porta!
— Está trancada, porra!
— Vem cá. — abracei ela.
— Está doendo muito.
— Eu sei disso. — digo.
A falta de ar dela não diminuia.
— Vai ficar tudo bem, viu? A polícia está aqui.
A porta foi arrombada.
— Mãos para cima!
— Eu.. eu não posso. Ela desmaiou nos meus braços. A gente precisa ir para o hospital.
Puta merda.
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𝗺𝘆 𝗯𝗿𝗼𝘁𝗵𝗲𝗿
FanfictionOnde Sabina descobre que tem um irmão gêmeo, cujo o nome seja Bailey May.