nove

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— Eu já disse que estou bem

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— Eu já disse que estou bem. — digo.

— Eu só estou preocupada. Você levou um tiro não faz pouco tempo e eu 'tô com medo de ter feito algo errado.

— Se você tivesse feito algo errado, eu nem vivo estaria.

Acho que ontem foi o dia em que eu mais fiquei com medo de morrer. Com certeza, deve ter sido um dos piores dias da minha vida.

— Você acha que a polícia desistiu da gente? — pergunta.

Eu tenho absoluta certeza que isso pode ter acontecido, mas eu preferia acreditar que ainda estão procurando a gente.

— Não. Na verdade, talvez.

Eu queria muito tentar fugir de novo, mas acho que dessa vez eu ou a Sabina poderia morrer de algum jeito. Então, eu preferia ficar parado esperando algum milagre aparecer.

Não conversarmos mais nada durante muito tempo. Acho que a Sabi deve ter dormido umas duas ou três vezes. Eu nem conseguia dormir.

— Ei, Sabi. Acorda. Você está ouvindo isso?

— O que foi? — pergunta se arrumando.

— Escuta.

Ela se levantou e foi até a porta.

— São passos. Mas não são dos caras que sequestraram a gente, porque se fosse deles, estariam mais perto. Os passos estão distantes.

— Você é boa nisso.

Sabina foi até mim.

— Quebra o meu braço.

— Como é?

Que porra era essa?

— Eu sei que é uma loucura — fala — , mas se for quem eu estou pensando, que no caso é a polícia, se você quebrar meu braço, eu vou gritar, e vão ouvir. Resumindo, vão vir correndo e vão salvar a gente.

Era uma loucura isso.

— Não vou fazer isso. Quebra o meu.

— Não! Você já está machucado o suficiente. E eu sou muito fraca para isso.

Ergueu o braço.

— Por favor.

Segurei o braço dela.

— Isso vai doer.

— Eu fui sequestrada. Eu aguento isso.

Foi tudo tão rápido. Eu só.. quebrei. Parecia que eu já tinha feito isso antes, mas isso nunca aconteceu.

Ela gritou.

— Obrigada.

— Você não devia agradecer uma coisa dessas.

Inúmeras batidas na porta. Era a polícia. Eu tinha certeza disso.

Olho para Sabina, eu achei que ela ia ficar feliz, mas ela respirava muito rápido. Era falta de ar.

— Ei, Sabi, está tudo bem. A polícia está aqui e a gente vai sair daqui. Vai ficar tudo bem.

Eu tentava acalmar ela. Acho que essa foi a primeira vez que eu acho que deu certo.

— Polícia de Chicago! Abra a porta!

— Está trancada, porra!

— Vem cá. — abracei ela.

— Está doendo muito.

— Eu sei disso. — digo.

A falta de ar dela não diminuia.

— Vai ficar tudo bem, viu? A polícia está aqui.

A porta foi arrombada.

— Mãos para cima!

— Eu.. eu não posso. Ela desmaiou nos meus braços. A gente precisa ir para o hospital.

Puta merda.

𝗺𝘆 𝗯𝗿𝗼𝘁𝗵𝗲𝗿Onde histórias criam vida. Descubra agora