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Acordo devagar e com um pouco dificuldade

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Acordo devagar e com um pouco dificuldade. Acho que a única coisa que eu lembro é que eu fui fazer uma cirurgia. Eu odiei aquilo.

— Filho, como se sente?

— Mãe? O que você está fazendo aqui?

Eu tinha esquecido completamente que ligaram para ela.

— Essa é a sua pergunta? Você não sabe o quão preocupada eu fiquei com você.

Não sabia que você se preocupava comigo.

— Mãe, e a Sabina? Ela está bem?

— Ela está se recuperando em outro quarto.

— Ela está bem?

— Ela está usando um respirador por enquanto. — responde.

Merda.

— Quando vou poder ver ela? — pergunto.

— Quem sabe depois. Você precisa descansar.

Eu estava preocupado com Sabina, tinha medo do que poderia acontecer com ela. Eu estava bem, mas ela não. E eu sei disso.

— Você não me respondeu como se sente.

— Me sinto como se um zoológico inteiro tivesse pisado em mim.

— O que aconteceu lá?

— Aonde?

— Quando você foi sequestrado com a Sabina.

— Precisa usar essa palavra?

Eu não sei se eu estava pronta para falar sobre isso. Eu não sabia como dizer a respeito disso.

— Eu só quero saber, eu fiquei com medo.

— E você acha que eu não fiquei?

— Você não me diz o que aconteceu.

— Porra, mãe, eu fui sequestrado! Isso já não basta para você? Precisa saber de todos os detalhes? Quer saber o quê? Que eu levei um tiro? Que enfiaram a minha cabeça em um balde de água? Que eu ouvi a Sabi gritar porque a mão dela foi queimada, que ela gritou porque chutaram ela? Que eu gritei porque a Sabi tirou a bala do tiro que eu levei? O que você quer saber? Era isso? Quer mais detalhes?

Um silêncio se permaneceu no quarto.

— Eu vou buscar um café. Já volto. — ela diz saindo do quarto.

Suspirei fundo. Peguei meu celular que estava na mesinha ao lado da cama e sei lá, eu só fiquei mexendo.

Eu não faço ideia de quantas horas se passaram mas eu já estava cansado de mexer no meu celular. Acho que eu devo ter dormido duas ou três vezes por conta do cansaço.

Minha mãe abre a porta do quarto. Ela estava com uma cadeira de rodas.

— O que é isso?

— Você quer ver a Sabina? — pergunta.

— Quero. Quero sim.

Ela me ajuda a sentar na cadeira de rodas e me leva até o quarto da Sabina. Eu estava tão ansioso para poder ver ela.

Quando entro no quarto, vejo a mãe dela sentada na poltrona e depois olho para Sabina. Ela realmente estava usando o respirador, e o braço dela estava engessado.

— Oi.. você é a mãe da Sabina, não é?

Ela se vira.

— Meu Deus.. — me olha — sou.. sou sim.

Ela foi até mim e me abraçou. Eu me senti bem com esse abraço.

— Eu sinto muito por tudo que vocês dois passaram.

Eu me senti muito bem perto dela e eu não faço a mínima ideia do motivo.

— Quanto tempo ela vai usar o respirador?

— Até ela acordar. Hm.. me diz uma coisa — começa a falar — , ela te falou quando começou a ter falta de ar? Eu não fazia ideia disso e os médicos falaram que foi um dos motivos dela ter desmaiado.

Como que eu iria dizer isso?

— Falou. Ela disse que começou a ter faz poucos meses mas não contou para você.

— Obrigada. Você quer ficar sozinho com ela?

— Pode ser.

A adulta saiu do quarto, deixando a gente sozinhos.

— Oi, Sabi.. — segurei sua mão — viu, eu te falei que ia ficar tudo bem, eu te disse que a polícia ia achar a gente. Desculpa, eu estou nervoso. Eu só queria que você acordasse e tudo ficaria bem de novo.

 Eu só queria que você acordasse e tudo ficaria bem de novo

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continua...

𝗺𝘆 𝗯𝗿𝗼𝘁𝗵𝗲𝗿Onde histórias criam vida. Descubra agora