quartoze

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Acho que ficar no hospital é umas das piores coisas que já aconteceu comigo

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Acho que ficar no hospital é umas das piores coisas que já aconteceu comigo. Na maioria do tempo, eu dormia ou mexia no celular. Eu não tinha muito o que fazer.

E bom, eu ainda não falei com a Sina ou com o Noah, eu não sabia bem o que dizer.

— Bom dia — ele entra no quarto — , comprei café para você.

— Obrigada.

Ele não foi embora mesmo depois da alta. Disse que queria esperar eu ir para casa, assim ele ficaria tranquilo em saber que eu estava bem.

Bom, eu faria o mesmo por ele.

— Como você está?

— Estou melhor. E feliz.

— Por que? — pergunta.

— Vou receber alta amanhã. Finalmente ir para casa.

Eu queria muito ir para casa logo, eu não aguentava mais ficar aqui.

— Isso é bom. E a sua mãe, onde está?

— Ela foi para minha casa porque queria arrumar meu quarto por conta da fisioterapia.

— Você sabe quanto tempo vai durar a fisioterapia?

— Acho que um mês, provavelmente. — respondo — Já sabe quando vai voltar para a escola?

— Daqui a duas semanas. A Shiv me falou que aumentaram a segurança... 'pra não acontecer com mais ninguém.. aquilo.

Do que adiantaria aumentar a segurança?

— Eles tiveram que ter dois alunos sequestrados para poderem aumentar a segurança? Eu não sei se isso é bom.

— Mas pelo menos, ninguém vai passar por isso também.

Esse é um lado positivo até.

— Vou voltar para a escola no mesmo dia que você. — falo.

— Você falou com seus amigos? — perguntou mudando o assunto.

Se eu tivesse um assunto para falar, eu até teria falado.

— Não. Eu não sei o que dizer para eles.

— Diz que está viva.

— Depois de ter sido considerada morta? — dou de ombros — Não sei.

Me olhou.

Eu não tinha contado o que vi no noticiário.

— O que você disse?

— Eu vi no noticiário que meio que consideraram a gente como mortos.

— Quando que saiu isso?

— Uma semana depois. — falo.

— Eu posso ver?

Assenti pegando meu celular. Abro no vídeo que eu tinha visto e alcanço para ele.

Minutos depois, me entregou o celular novamente. Ficamos em silêncio por um tempo.

— Fica tranquilo, pode ser? Você falou com os policiais, não é? Eles sabem que a gente está vivo. E vão esclarecer isso.

— Não tem como ficar tranquilo. Não tinha dado nem um mês e todo mundo achou que a gente tinha morrido.

— Mas a gente não morreu, porra! Eles não tinham prova, ou tinham? Uma porra de não sei o quê saiu da saída de ar e nem câmera tinha na sala. Não tinha como provar que estávamos vivos. A gente está vivo e é isso que importa.

— Como você consegue ficar calma?

— Na verdade, eu estou explodindo por dentro. Eu só quero te deixar tranquilo.

Riu.

— Você é boa nisso.

— Eu sei disso, fica tranquilo. A gente vai ficar bem. E se a gente não ficar, a gente se vira.

continua

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continua...

𝗺𝘆 𝗯𝗿𝗼𝘁𝗵𝗲𝗿Onde histórias criam vida. Descubra agora