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— Shiv! O que está fazendo aqui? — pergunto enquanto ela se aproxima, beijo a mesma.
Eu estava com tanta saudade da minha namorada que eu não conseguia me expressar, ela era muito importante para mim.
— Sua mãe me ligou.
Juntamente com Shivani, estava Lamar. Eu estava feliz por ver eles. Acho que é a primeira vez que me sinto feliz depois de tudo.
— Como você está, cara?
— 'Tô indo. Já recebo alta amanhã.
— Mas já? Você vai voltar para casa?
— Ainda não. Vou ficar com Sabina por enquanto.
— Como ela está? — Shiv perguntou.
— Ela está usando respirador. Mas ela está bem.
Os dois ficaram comigo durante a tarde toda, isso fez eu me sentir um pouco melhor do que antes. Quando anoiteceu, Shivani acabou dormindo ao meu lado e eu fiquei conversando com Lamar.
— Cara, eu fiquei preocupado com você.
— Eu sei que ficou.
— Você conseguiu dormir?
— Olha, na maior parte do tempo, não. Mas a Sabina me obrigou a dormir pelo menos um pouco.
— Eu quero ser amiga dessa garota.
Ri.
Eu tinha certos problemas para dormir. Desde os meus oito anos, meus pais ficavam discutindo até altas horas da madrugada e isso fez que eu não conseguisse dormir porque eu tinha medo do que poderia acontecer no dia seguinte. Isso me afetou muito.
— Você está escondendo algo.
— Odeio saber que você me conhece tão bem.
— Vamos, o que está acontecendo?
— Não é nada. Eu só estou pensando em algumas coisas.
— Você tem certeza?
— Tenho. Fica tranquilo.
A gente apenas ficou conversando por um longo tempo. Como sempre, eu não consegui dormir e isso não fez muita diferença para mim no momento, mas acho que uma hora iria fazer.
Eu só não sabia quando.
●●●
Logo de manhã, eu já tinha recebido alta. Mas eu não quis ir embora do hospital, eu acabei ficando com a Sabina. Acho que ela faria isso por mim também.
— Você tem certeza, filho? Não quer ir para casa? Ainda nem falou com seu pai.
— Se ele quisesse vir, ele teria vindo para poder como eu estava depois de ter sido sequestrado, mãe.
Eu não falo muito com meu pai. Mesmo ele morando na mesma casa que eu.
— Eu sei. Mas ainda é seu pai.
— Independente, mãe. Eu quero ficar com a Sabina. Ela faria a mesma coisa se fosse comigo.
Talvez não. Mas eu preciso acreditar que sim.
— Eu só estou preocupada com você. Eu tenho medo de acontecer aquilo de novo.
— Não vai, mãe. Eu estou em um lugar seguro. E a mãe da Sabina vai ficar aqui também. Por favor, fica tranquila.
— Tudo bem. — depositou um beijo na minha testa — Qualquer coisa, me liga.
Assenti.
A mãe da Sabina tinha ido buscar um café para a mesma e pediu para eu ficar com ela por enquanto. E eu não neguei.
— Oi, Sabi. — me sento na poltrona — Eu recebi alta hoje e vou ficar com você até você receber alta.
Suspirei fundo.
— A sua mãe é bem legal. Eu adorei ela. E eu fiquei bem perto dela também.
Puta merda.
Ela acordou.
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