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Entro em casa e encontro meu pai na sala. Ele nem me olhou quando eu cheguei.
— Oi, pai. — falo.
— Filho, vem cá.
Me sento ao seu lado.
— Você quer conversar sobre o que aconteceu?
Dei de ombros. Nem com a Sabina eu falei sobre isso, imagina com meu pai.
— É complicado. Eu só achei que isso não iria acontecer comigo.. eu fiquei com medo.
— Eu fiquei preocupado com você.
— Você ficou?
— Claro que fiquei. Você é meu filho.
Eu fiquei feliz em ouvir isso. Fazia tempo que eu não conversava desse jeito com meu pai. Isso me fez ficar bem.
— Desculpa não ter ido te visitar no hospital. Eu não sabia o que dizer depois de tanta discussão que aconteceu antes disso.
— Não tem problema. A mamãe disse que você ficou preocupado também.
Na verdade, ela não disse. Eu tive que mentir dessa vez.
— E a Shiv? Conversou com ela?
Ele estava criando um assunto comigo. Acho que meu pai realmente ficou preocupado comigo.
— Conversei. Ela e o Lamar foram me visitar.
Foi uma das únicas vezes que eu fiquei bem no hospital, porque os outros dias foram horríveis.
Nós conversamos mais um pouco e eu decidi subir para o meu quarto. Por incrível que pareça, eu me sentia mais cansado do que antes e estava conseguindo dormir. Mas eu ainda precisava dos remédios, o problema é que eu não estava achando eles na minha gaveta.
— Mãe, onde você botou meu remédio?
Ela era mais uma da lista que sabia que eu tinha problema para dormir.
— Qual remédio?
Mas ela não sabia que eu tomava remédio para dormir. O que era horrível ter que mentir para ela sobre isso.
— O remédio que o médico pediu para eu tomar por conta do meu machucado.
Isso já não era mentira, eu realmente tinha que tomar um remédio por conta da cirurgia.
— Não lembro onde eu coloquei. — se escorou no batente da porta — Olha, filho, tenta dormir um pouco. Você tem duas semanas para descansar antes de voltar para a escola.
— Eu sei. Vou tentar.
Assentiu saindo do quarto. Fechei a porta e logo me deitando na cama. Por mais que fosse meio que impossível, eu conseguir dormir. Isso era bom
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