𝗺𝘆 𝗯𝗿𝗼𝘁𝗵𝗲𝗿

vinte e seis

Minha cabeça doía de tanto chorar pelo o que aconteceu. Todas as pessoas da escola me olhavam como se eu fosse maluca. Talvez eu fosse.

— Ei, Sabi, 'tá tudo bem. Já acabou.

Não falei nada. Eu não sabia o que falar.

— Você está bem?

Neguei.

— Eu segurei uma arma. — me viro.

— Sabi! — ouço a voz de Sina.

Ela foi até mim e me abraçou. Eu gostava muito do abraço dela.

— Eu sinto muito. Mas agora já está tudo bem.

Não estava tudo bem. Por enquanto ainda não.

Ela ficou conversando comigo por um tempo, mas eu não fiquei falando muita coisa. Eu estava cheia de pensamentos na cabeça.

Minha mãe não ia conseguir buscar a gente então um dos policiais nos levou até em casa. Eu acho que foi um dos caminhos mais silêncios que eu já tive enquanto voltava para casa. E não foi muito legal.

Abri a porta de casa e subi as escadas. Deixei a mochila perto da porta e me sentei na cama.

— A gente pode conversar?

Assenti.

— Como sabia que eu estava naquela sala?

— Eu não sabia. Mas o Noah falou que você tinha sumido e então eu fui te procurar. — falo — Eu acho que eu 'tô bem mais aliviada que isso acabou.

— É. Eu também.

— Eu nem te perguntei, como terminou o jogo? Eu tive que resolver uma coisa e perdi o final.

— Ah, foi legal. A gente ganhou.

— Isso é muito bom. Desculpa por não estar lá para comemorar com você.

— Não tem problema. Vão ter outros jogos que você vai poder ver. — disse.

Eu espero que agora depois do que aconteceu, nada mais parecido aconteça novamente. Eu não ia aguentar passar por algo de novo.

Decidi tomar banho para poder relaxar um pouco. E me ajudou bastante, eu fiquei bem mais calma. Quando saio, vejo as notificações do meu celular, uma delas me deixou um pouco.. melhor.

— Prenderam os dois.

— Isso é.. bom?

— Não sei te dizer. Eu acho que sim.

Me deito na cama.

— A gente vai ficar bem, não é?

— Claro que sim. Por que não ficaríamos?

— Não sei. — falo — Acho que vou dormir. E você também deveria tentar.

— Não prometo nada.

— Engracadinho. Boa noite.