Mantenha em segredo - Livro 15 (Série Família Cavallero) [Concluído]

18. Quem é o boy magia?

Eu nunca fui boa com a parte do flerte, não sei se devo seguir a Júlia, mandar "oi" no Whatsapp e, para piorar esse limbo amoroso, ainda vem umas nóias infundadas na minha cabeça e elas não saem com facilidade:

– Bom dia – Mari fala.
– Bom dia...
– Esses dias você anda com a cabeça na lua.
– Ando é?

Melhor fazer a Cátia cega do que dar o braço a torcer e me ferrar por isso.

– Toda vez que eu olho para você eu percebo isso.
– Você tá brisando? Fumou muita maconha ontem?
– Você está com cara de boba apaixonada.

Que merda! Ela vai me sondar e eu não posso deixar que desconfie da verdade:

– Quem é o boy magia?
– Não tem boy magia.

Mari semicerrou os olhos e repetiu:

– Você está com cara de boba apaixonada, tem um boy sim...

Então veio uma ideia incrível na minha cabeça, descrever a Júlia, mas na parte física falar do Sam.

Ele já finge ser meu namorado para a família e a chance de nos encontramos fora do trabalho é mínima.

Qualquer coisa é só dizer que ele me decepcionou e terminamos:

– Tudo bem, tem um boy magia. Ele é modelo, já desfilou pra grandes marcas e o sonho dele é virar top model. Ele é loiro, tem cabelo na altura do ombro, o corpo dele é musculoso e ele tem um rosto de baterista vagabundo de banda de garagem.

Nessa hora Mari começou a gargalhar igual louca e perguntou:

– Baterista vagabundo de banda de garagem?
– Sim, sabe aquele cara que saiu da faculdade, mas a faculdade não saiu dele? Então ele monta uma banda de garagem e faz daquilo a vida dele e sensualiza com as banquetas.
– Isso foi específico demais.
– Eu sei...
– E onde vocês se conheceram?
– Em um teste de modelos, eu fui ajudar a Janaína a escolher os modelos pra nova coleção dela e fiquei desabada no cara.
– Você sabe que a um tempo atrás corria um boato que você era lésbica?

Por que justo agora ela decidiu tocar nesse assunto?

– Sim, todo mundo falava que aquela loira que você andava pra cima e pra baixo era sua namorada.
– A Eliza era só minha amiga... Não sei de onde vocês tiraram esse boato.

Nessa hora o telefone tocou e eu atendi de pronto só pra encerrar aquele papo estranho:

– Alô?
– Boa tarde, senhora Meg – era o porteiro.
– Boa tarde, seu Sebastião.
– Tem uma tal de Júlia Criste aqui embaixo e ela disse que esqueceu todos os documentos aí no seu escritório.