Mantenha em segredo - Livro 15 (Série Família Cavallero) [Concluído]

31. Filhos rebeldes

Tudo foi muito rápido, liguei para o meu primo Zyon, fiz as malas e depois de dois dias eu estava chegando em Bauru.

Eu nasci e fui criada em São Paulo, mas todos os anos nos reuníamos na casa dos meus avós para os natais, anos novos e para o nosso próprio feriado chamado "Dia Cavallero" que era um dia para celebrar a família.

Desde a morte da minha avó alguns anos atrás as coisas não estão mais as mesmas, parece que cada núcleo da família se distanciou um pouco.

Acho que a gente se reunia mais por aqui por causa da vó Denise, a real é que todos nós somos adultos e temos nossas vidas.

No caso da Bia e da Yasmin a vida nunca para, o resto dos meus primos sempre está correndo de um lado para o outro, principalmente o Zyon que tem vários negócios pelo mundo.

Minha irmã só estuda, ela ama pedagogia e eu só trabalho, até o Zyon deu uma risadinha e perguntou:

– É sério que a Meg Cavallero vai tirar férias?
– Vou, qual o problema?
– A última vez que te vi tirar férias foi no Ensino Médio.
– Pra tudo tem uma primeira vez – falei de forma irônica.

Assim que vi a mansão Cavallero entrou no meu campo de visão eu já me senti em casa, não fui muito próxima da avó Denise porque sempre morei longe, mas apesar de ter se passado tantos anos parecia que eu ainda ia encontrar ela lá dentro.

Estacionei o carro e abri o porta malas, logo o meu primo saiu de casa:

– Bem vinda, Meg.
– Obrigada!

Ele me ajudou a colocar as minhas malas para dentro e assim que entrei na casa os meus dois priminhos vieram correndo até mim:

– Kael, Thábata! Como vocês estão grandes!

Thábata olhou para mim toda feliz e disse:

– Eu já tenho 3 anos!
– Tudo isso? – perguntei.

Ela fez que sim e me deu um abraço, já Kael estava com quase 9 anos, então ele só falou:

– Bem vinda, prima.
– Obrigada.
– Agora posso ir jogar videogame, pai?

Olhei para o Zyon que estava quase parindo o sexto filho de ódio por essa pergunta:

– Kael Soares Cavallero, já para o seu quarto.

Dei risada da situação, então meu primo pegou a filha caçula no colo e brincou:

– Você cria eles com todo amor e carinho e eles te fazem pagar esse mico...
– Não foi por querer.
– Desculpa o meu filho bocudo, garanto que os outros são melhores.
– Já estou louca para ver o João e o Kaíque.
– O Kaíque vem para o jantar, já o João vai ficar com a namorada na casa de praia dela.
– Ele tem namorada? – perguntei.
– Tem, é uma menina mimada pra caramba, mas quem escolhe a namorada dele é ele e não eu.

Zyon fez uma careta e eu não consegui segurar o riso.

– Só a princesinha do papai cumpre as regras, né? – ele olhou para a filha.

Thábata bateu palminhas e falou:

– Eu amo você, papai.

Ela encostou a cabeça no ombro do pai e eu fiquei só apreciando a cena.

Apesar de hoje em dia a minoria da família morar aqui em Bauru essa cidade ainda tem cara de cidade da Família Cavallero.