24. Beijo na balada

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Sempre é bom ouvir os dois lados da história, mas conhecendo bem a minha amiga eu sei que se a Camila for ciumenta no nível em que a Júlia falou o relacionamento das duas está fadado ao fracasso.

Ela não vai durar muito tempo com a Raquel porque a minha amiga odeia ciúme possessivo, esse foi o motivo porque ela interviu no meu relacionamento com a Eliza.

A minha ex também não gostava das coisas que eu fazia, ela simplesmente surtava sem motivo aparente só porque eu tocava no corpo de outras mulheres para ajustar as roupas da minha grife.

Nunca dei motivos para tal e mesmo assim ela continuava causando brigas desnecessárias toda hora porque eu tinha uma grife voltada para mulheres e não para homens.

Terminamos depois de três meses e a minha amiga comemorou comigo no El Carbón, tomamos um vinho e comemos croquetas.

Por isso eu sei que se a Júlia tiver razão a Camila vai ser mais uma que partiu o coração da Raquel daqui a algumas semanas.

– Chegamos – o taxista anunciou.

Peguei o dinheiro e dei na mão dele, mandando que ficasse com o troco. Ele agradeceu muito a minha boa ação e nós duas saímos do carro.

– Não vamos deixar a Camila estragar a nossa noite de sexta, concorda?
– Concordo, vamos nos divertir.

Por mais que a Júlia tivesse dito isso deu para perceber o ódio que ela estava por ter visto a ex, bebemos uns dois drinks na prainha enquanto ela afogava as mágoas recém levantadas no álcool, então ela disse:

– Agora eu queria ir para uma balada.
– Vamos para o Aloka Club – sugeri.
– E como vamos entrar?
– Eu sei como vamos fazer isso.

Pedi um outro táxi e, poucos minutos depois ele estacionou na frente da casa noturna, eu logo dei o meu jeitinho Cavallero e depois de alguns segundos nós duas estávamos na balada.

Fui até o bar e pedi drinks para nós duas, o álcool ajuda a esquecer coisas desagradáveis. Isso é um fato.

– Obrigada por ter topado vir pra cá comigo.
– Não precisa agradecer.

Nós duas sorrimos uma para a outra e ela acariciou a minha bochecha, coloquei as minhas mãos na sua cintura e a puxei para perto de mim.

– Eu gosto muito de você – confessei.
– Eu também estou gostando de você – ela disse.

Então nós duas começamos a nos beijar sem nem nos importarmos com as pessoas em volta, quem dera todo lugar fosse assim, todos os casais pudessem se beijar onde quisessem.

O mundo seria bem mais feliz se as coisas fossem assim, mas infelizmente é preciso estar numa balada LGBTQIA+ para poder fazer isso com segurança.

O mundo seria bem mais feliz se as coisas fossem assim, mas infelizmente é preciso estar numa balada LGBTQIA+ para poder fazer isso com segurança

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Mantenha em segredo - Livro 15 (Série Família Cavallero) [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora