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18 de dezembro

No outro dia, ela despertou com o sol batendo contra o seu rosto, gemeu ao sentir sua cabeça latejar, se obtém e se arrastou até a cozinha, abriu o armário e alcançou o remédio para dor de cabeça. Depois de um banho gelado, já podia sentir o seu corpo facilitado com ela.

Ela se sentou no sofá e ligou a televisão, e quando menos tentou, estava pensando em dois garotos, o garoto da carta e Rafael, o cara da festa, em seguida lembrou que ele havia dito e sorriu ao notar que ele previu correto, porque lá estava ela, pensando nele.

Natália pegou seu celular e pesquisou o perfil de Rafael nas redes sociais, depois de algum tempo, conseguiu achar, suspirou quando viu que era privado, não queria que ele achasse que ela estava interessada nele ou algo do tipo.

Ela largou o celular e colocou alguma série para assistir.

Mas ela não teve paz por muito tempo, pois seu irmão mais novo logo acordou e ela teve que cuidar dele. Sua mãe é uma alcoólatra, que nem faz questão de fazer reabilitação para cuidar de seus filhos. Assim, Natália ficou com um árduo tarefa de criar o seu irmão, desde de que ele nasceu, até agora, em que tem seis anos de idade.

Depois de muita insistência de seu irmão, durante a tarde, eles foram passear pelo centro da cidade e ver o falso Papai Noel, na qual seu irmão acreditava com a mais pura convicção de que era real.

Ela, desgostosa, andava pelas ruas movimentadas de alegria e cheia de vida, seu irmão questão de apontar para todos os cantos possíveis tentando mostrar-la como coisas que ele achou legal, ela apenas concordou e seguiu em frente sendo puxada pelo mesmo para a próxima atração.

Mas para a sua surpresa, ela acabou trombando com alguém.

- Tá me perseguindo, é? - Natália perguntou e cruzou os braços.

- Eu poderia fazer a mesma pergunta. - Rafael retrucou.

- Justo. - ela concordou e ele sorriu colando as mãos no bolso do casaco.

- O que faz por aqui? 

- Meu irmão quer tirar foto com o Papai Noel. - ela fez careta.

- E onde está o seu irmão?

- Eu sinceramente não sei. - ela suspirou frustrada e olhou para os lados à procura de seu irmão.

- Deve ser aquele ali. - Rafael disse diretamente para o menino que se destacava das outras crianças.

- É ele mesmo, Nathan! - ela gritou e ele a encarou. - Nathan!

Nathan bufou e chateado, correu até a irmã, ela lhe ofereceu a mão, que ele logo segurou.

- Eu já te disse que não é para se afastar, principalmente quando está lotado de gente. 

Nathan fez um bico emburrado.

- Eu não tenho culpa se você é lerda demais. 

- Achava que era só eu que achava isso. - Rafael comentou e Natália o encarou.

- Desde quando eu sou lerda? 

- Você nem imagina. 

- Vocês nem sabem o que estão dizendo.

- Nat, ele é o seu namorado?

Natália olhou para Rafael, Rafael olhou para Natália, Natália desviou o olhar e Rafael continuou a esperar a resposta de Natália, que não sabia o que dizer, a resposta era clara, mas ela estava sem graça de responder.

- Pare de pensar besteira, menino, cadê o Papai Noel? - ela perguntou impaciente e Nathan sorriu satisfeito com o caos que causou no temperamento da irmã.

Depois de mais de uma hora na fila para tirar foto com o Papai Noel, finalmente chegou a vez deles, Nathan correu para o colo do velho barbudo e logo a duende entregou uma foto.

- Vocês não querem tirar uma foto com o Papai Noel? - Um duende perguntou e Natália fez careta.

- Você não vem? - Rafael perguntou mais a frente.

Natália revirou os olhos, mas logo estava ao lado do velho barbudo tirando uma foto, ela riu ao ver a foto, ambos estavam fazendo caretas, era engraçado de ver, eles novamente trocaram olhares.

- Já descobriu quem escreveu a carta? - Rafael perguntou.

Ele oferecido uma carona para casa, e ela, diferente da outra vez, aceitou.

- Eu nem tivo tempo para pensar nisso. 

- O que vai fazer amanhã? 

- Eu não sei, acho que nada. - ela respondeu e riu fraco. - Não me diga que vai me convidar para um encontro, senhor Rafael?

- Se você quiser que seja um encontro, será um encontro.

- Se o lugar for legal, talvez eu considere como um encontro.

- Eu vou fazer uma viagem amanhã, vai ter uma festa muito maneira, se você quiser ...

- E seria por quanto tempo? - ela perguntou cogitando a ideia, o que fez Rafael um olhar de relação com esperança de sair com a garota.

- Um ou dois dias talvez, quanto tempo você quiser.

- Pode ser, mas se a festa não para boa, eu vou te jogar na piscina. 

- Como sabe que vai ter uma piscina?

- Sempre tem uma piscina. - ela respondeu e tirou o cinto de segurança. - Valeu pela carona. - ela agradeceu e ele piscou.

- De nada, gata. - ela riu e saiu do carro.

Antes de entrar em casa, ela olhou ele acenar e ir embora, ela sorriu boba e quando fechou uma porta, como se inspirou um flutuar, se sentiu muito mais leve, uma companhia dele a deixava assim, feliz.

Ao olhar para a casa, bufou ao vê-la totalmente desarrumada, seu irmão logo correu para o quarto da mãe na ideia de contá-la tudo que aconteceu no passeio com a irmã e o novo "namorado" dela. Sua mãe, após isso, apareceu na sala, onde Natália estava, possibilitando a garota ao ver a situação em que sua mãe se encontrava.

Com os olhos vermelhos e olheiras profundas, o cabelo bagunçado e uma roupa escandalosa, isso dava um sentido que ela havia acabado de chegar de uma de suas festividades para a lei, ou que chegou mais cedo e acabou capotando embriagada.

- Não me contou que arrumou um namorado. 

- Não poderia te contar nada, nunca está em casa ou lúcida para entender. 

Sua mãe arqueou a sobrancelha e Natália tentou evitá-la.

- Natália, você tem que me respeitar, eu ainda sou sua mãe! 

- Você deixou de ser minha mãe quando largou meu irmão às minhas custas.

Deste modo, Natália acabou o pequeno confronto.

Fear and LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora