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22 de Dezembro 

Rafael levantou em mais uma de suas manhãs comuns, tomou banho, se arrumou, e olhou as mensagens do seu celular, involuntariamente sorrindo ao ver as mensagens da sua ruiva favorita. Ele foi até a cozinha para cozinhar algo para comer, mas acabou soltando um grunhido de susto ao ver um homem engravatado em seu sofá tomando uma xícara de café.

- Alexandro? O que faz aqui? - Rafael perguntou confuso, fingindo simpatia.

- Seu pai me mandou aqui para se certificar que você não vai fugir para a Europa de novo. - o homem explicou e deixou a xícara vazia em cima da mesa de centro.

- Não precisava vir até aqui, está tudo sob controle, eu estarei em casa no Natal, assim como o acordo. - Rafael tentou despachá-lo de modo gentil, mas o homem se manteve impassível.

- Estou ansioso para conhecer a cidade.

Enquanto isso, Natália estava em casa lidando com toda a situação irritante e complicada que se rodeava aquela casa, ela levou mais um vez Nathan para a feira que estava na cidade sobre o Natal e tinha a certeza de que encontraria Rafael.

Dito e feito, ali estava ele, sentado no banco próximo onde eles tinham se encontrado anteriormente, ela se sentou ao seu lado e Nathan foi jogar em uma das barraquinhas aleatórias.

- Como está o seu dia? - ela perguntou realmente interessada.

Não que ela desejasse, mas ela queria que ele tivesse tido uma manhã tão estressante quanto ela, pois não era possível que só ela tivesse tantos dramas durante a semana de Natal.

- Complicado. - ele respondeu simples e ela se aconchegou mais no banco.

- Posso saber por quê?

Antes que Rafael pudesse responder qualquer coisa, um homem jovem de olhos azuis e mais velho apareceu, ele não tinha uma aparência que atraia Natália, um homem mais velho e aparentemente sério demais, que segundo sua análise, aparenta estar embalado em uma fantasia de pinguim com uma gravata de enfeite.

- Por causa dele. 

- Sou Alexandre Escobar, prazer em conhecê-la. - Alexandre estendeu a mão para a jovem ruiva que o olhou de cima a baixo.

- Natália Jones. 

Alexandre abaixou a mão desconcertado após a garota ignorá-lo completamente.

- Suponho que seja a namorada de Rafael. 

- Somos amigos. - Rafael respondeu por ela.

Natália não escondeu a cara de tacho depois dessa resposta curta e grossa.

- É, apenas amigos. - ela se levantou aparentemente irritada. - Foi ótimo te ver, Rafael, e legal conhecer você, Alexandre. - ela sorriu falsa.

- Já vai? Poderia nos acompanhar no nosso passeio pela cidade. - Alexandre sugeriu e ela olhou em volta.

- Não, valeu. - Natália recusou educadamente e finalmente visualizou seu irmão. - Nathan! Vamos! - ela gritou impaciente.

Ela os deixou sem nem olhá-los mais uma vez, porém foi parada no meio do caminho por Rafael.

- Natália... - ela nem o deixou começar a falar.

- O que nós somos afinal? Eu gosto de você Rafael, mas preciso saber o que somos de verdade, eu não preciso de mais dramas para a minha vida. - ela perguntou cansada.

- Eu entendo que sua vida está complicada, mas eu preciso que você entenda que eu também tenho problemas. 

Ela riu sarcástica.

- E você poderia me dizer quais são eles? - ele suspirou com a pergunta dela.

- É complicado, mas eu não quero que ele saiba que eu tenho uma namorada, algumas coisas rolaram e se ele soubesse, isso só pioraria minha situação com o meu pai. - ele respondeu. - Você poderia ficar do meu lado, por favor?

- Certo. - ela não poderia negar aquele pedido.

Ele a levou de volta e os quatro passaram a tarde juntos, ambos tiveram que suportar os comentários ridículos de Alexandre, ele poderia ser bem irritante quando desejava, mas Nathan era capaz de aliviar qualquer tensão e a alegria da criança até tornou Alexandre alguém mais interessante.

- Natália, o que acha dessa mudança de Rafael? Deve ser difícil. 

- Mudança? - ela perguntou confusa para Rafael.

- Ele está falando de... do meu aparelho, antes eu estava usando aparelho, aí mudei bastante. 

- Você usava aparelho? Eu não imaginava você usando um. - ela comentou rindo e Rafael riu desconcertado.

Essa foi por pouco, e quando Rafael e Alexandre chegaram em casa, Alexandre tirou o paletó e se sentou elegantemente no sofá, na percepção de Rafael, tudo que Alexandre fazia era ser elegante e essas coisas chiques, ele nunca perdia a postura.

- Você sabe que esconder isso dela só vai piorar a situação, não sabe? 

- Achei que estivesse aqui para me fazer voltar para casa, isso inclui me afastar de tudo que eu tenho aqui. 

- Não vou mentir, realmente irei fazer isso, mas eu não sou insensível e nunca é meu plano te chatear, é plano do seu pai, pequeno Rafael. - Alexandre contrapôs deixando Rafael imerso aos seus pensamentos.

Assim que chegou em seus aposentos, Alexandre recebeu uma ligação.

- Parker, alguma emergência?

- Nada demais, Alexandre, fique tranquilo, apenas gostaria que me informasse sobre o que está acontecendo aí na Califórnia.

- Conheci a garota, ruiva, de olhos castanhos e muito destemida, assim como a primeira, não será difícil afastá-la.

- Ótimo, tenho outro assunto a tratar também. Teremos uma nova funcionária aqui na empresa, ela é muito importante para a família, gostaria que a recebesse na empresa.

- As secretárias não poderiam fazer isso? Afinal, este é papel do cargo delas. - Alexandre sugeriu não gostando da ideia.

- Se não quiser realizar a função, tudo bem. - Ricardo disse, mas Alexandre não tinha certeza das reais intenções de suas palavras.

- Não, é claro que eu apresento a empresa para a nova funcionária. - respondeu desgostoso.

- Sabia que não iria falhar, Escobar. Lhe passarei o que precisa saber sobre ela assim que voltar.

Fear and LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora