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20 de Dezembro

O sol apareceu e por conta das janelas, acabou invadindo todo o cômodo e consequentemente, a parte onde Natália dormia, fazendo ela despertar de seu sono profundo, ela gemeu ao sentir uma forte dor de cabeça e por todo o seu corpo.

Ela abriu os olhos e sorriu ao ver o remédio e o copo de água em cima da mesinha. Ela se sentou e notou que estava no seu quarto temporário, mas apenas tomou o remédio e esperou que a dor passasse rapidamente, no entanto, ela sabia que precisava enfrentar a água gelada.

Após muito sofrer, ela vestiu uma roupa confortável e já se sentia muito melhor, desceu as escadas e foi até a cozinha ao sentir um cheiro delicioso, logo sorriu ao ver Rafael cozinhar de costas para ela.

Ela notou como tudo nele é bonito, suas costas e sua bunda redondinha, se sentou na bancada sem que ele percebesse e quando ele se virou, grunhiu de susto.

- Você está bem distraído, senhor Rafael Parker. 

- Achei que você não iria se lembrar de nada de ontem a noite. - ele mencionou e ela riu sem graça.

- Eu me lembro de todos os detalhes. - e lá estavam eles dois, ambos corados envergonhados pelo que fizeram na sala da casa de férias dos pais de Rafael. - O que está preparando aqui?

- Ei. - ele a repreendeu por pegar uma framboesa da panqueca. - Um dos meus melhores pratos. - ele soou orgulhoso.

- Não sabia que você cozinhava. 

- Eu moro sozinho, ninguém cozinha para mim. 

- Tecnicamente, eu também, mas mesmo assim, ainda não consigo cozinhar nada, parece que eu tenho o dom de queimar tudo o que toco. - Nat fez uma careta.

- É por isso que eu entrei na sua vida, para consertá-la. 

- Podemos comer logo? Eu estou morrendo de fome e olha a cara dessas panquecas, parece até que estão me chamando. - ela cheirou ainda mais forte sentindo o frescor

- Pronto. - ele disse ao colocar a calda em cima da bancada.

Rafael realmente tem uma habilidade admirável na cozinha e Natália apreciou isso, tanto que repetiu seu prato, mas no fim, ela acabou ficando com a parte mais chata, lavar os pratos.

- O que vamos fazer esta manhã? - Natália perguntou enquanto enxugava suas mãos.

- Você vai dirigir a moto, como prometido. - Rafael respondeu e Nat, sem conter a animação, bateu palmas e pulou igual criança.

Sem muita demora, eles já estavam na moto sobre a estrada, Natália dirigia com velocidade e se sentia realizada, pois era um dos seus muitos sonhos. Eles foram sem rumo, apenas aproveitaram a viagem e ela logo parou em frente a uma paisagem que lhe chamou atenção.

- Aqui é lindo. - ela exclamou se sentando no volante da moto.

- É verdade. - Rafael concordou, mas ele não estava olhando para a paisagem, e sim para a garota que tinha os cabelos ruivos voando sobre o vento.

- O que você acha de mim? - ela perguntou se virando para vê-lo, que logo franziu as sobrancelhas confuso com a pergunta.

- Pensava que você era o tipo de garota que não liga para esse tipo de coisa. 

- Eu não ligo, mas... eu só quero saber. 

- Eu te acho uma pessoa marcante, como nenhuma outra. - ele disse olhando para os olhos de Nat de uma maneira que fez ela corar as bochechas. - Eu te acho a garota mais linda do mundo, com seu cabelo ruivo e seu sorriso contagiante, que tem um bom coração e que é especial, muito especial.

Ela sorriu e desviou o olhar, aquelas palavras realmente significam para ela, ajudou ela a se amar um pouco mais, pois ela conseguiu, através dele, se enxergar como ela realmente é e não como os outros a vêm.

Ela desceu um pouco na moto, até que o corpo dela estivesse colado no corpo dele e o beijou, com carinho e paixão. Até que o sol começou a esquentar e eles decidiram ir almoçar.

Ele a levou para uma lanchonete e ela nunca havia comido tão bem quanto naquela tarde, ele a levou para o shopping e logo eles estavam em casa, ele fez pipoca e ela escolheu o filme na tv.

Natália se aconchegou no abraço de Rafael e sem perceber, passou toda a duração do filme assim. Eles estavam se apaixonando profundamente e nem percebiam.

- Que pena que já voltamos amanhã de manhã, aqui parece um sonho. - ela comentou e ele a encarou.

- Podemos ficar aqui para sempre. - ele beijou a perna dela e ela riu.

- Você sabe que não é bem assim. - ela soou entristecida. - Mesmo que queiramos.

- Escuta, eu tenho...

- Não, sem assuntos chatos, pois aqui é o meu paraíso temporário, e no paraíso, só tem coisas boas. 

- Falando em coisas boas, que tal pedirmos uma pizza? - ele perguntou e ela concordou animadamente.

- Pede de frango. 

Enquanto ele pedia a pizza, ela foi bisbilhotar um baú que notara mais cedo, o abriu e encontrou algumas fotos, inclusive uma carta que aparentemente Rafael escreveu para os pais.

E enquanto ela lia, ela percebeu que já tinha visto a letra de Rafael em algum lugar, isso acabou desencadeando algumas de suas lembranças, ela finalmente recordou do garoto no canto da sala, que rabiscava no caderno e sempre usava uma jaqueta de couro.

"A única coisa que tenho para te dizer, é que eu estou perdidamente apaixonado por você."

É verdade o que escreveu? - Natália perguntou séria e Rafael franziu as sobrancelhas.

- O que? 

- A carta, aquela que dizia que estava apaixonado por mim.

Natália estava com medo, medo de ele ter brincado com ela, isso certamente afetaria tudo o que eles viveram, e tudo que ela pedia com um olhar, era que ele lhe dissesse a verdade.

- Não. - ele respondeu e ela sentiu como se um peso tivesse saído de seus ombros.

- Estava apaixonado por mim? Está apaixonado por mim? - ela perguntou sentindo seu coração disparar.

- Eu não sabia o que era paixão quando escrevi aquela carta. - ele se sentou perto dela. - Mas quando eu conheci você de verdade. - ele segurou as bochechas de Natália. - Eu descobri o que era.


Fear and LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora