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Estava sentada na bancada da cozinha e Rafael estava entre minhas pernas despejando beijos molhados em meu pescoço. Gemi e joguei minha cabeça para trás e acabei batendo na parede, ao escutar o som, Rafael olhou para mim que havia murmurado um "ai" e começou a rir.

- Rafael! - o repreendi e bati em seu braço com um sorriso divertido nos lábios.

- Desculpa, desculpa. - ele disse e deixou um beijo doce em meus lábios.

- É melhor mesmo. - resmunguei e desci da bancada ajeitando a camisa de Rafael relativamente grande em meu corpo.

Meu celular tocou e eu o procurei com o olhar, mas Rafael apareceu com ele em suas mãos o dando para mim. Assim que o peguei meu rosto foi coberto por um sorriso alegre.

- Quem é? - perguntou Rafael claramente enciumado.

- Está com ciúmes, Parker? - perguntei com as sobrancelhas erguidas e ele bufou.

- Estou, essa pessoa conseguiu arrancar um sorriso maior que o que você dá para mim. - cerrei os olhos em sua direção com deboche.

- Não fique se achando muito, Parker, e fica caladinho. - disse colocando o dedo indicador em seus lábios. - Ai! - murmurei quando ele chupou meu dedo com força.

Rafael riu, eu revirei meus olhos e atendi o celular.

- Por que demorou tanto pra atender em? - Nathan perguntou do outro da linha claramente impaciente.

- Oi para você também, maninho.

Rafael me olhou surpreso.

- Você não respondeu a minha pergunta. - ele cantarolou.

- Isso não importa. - respondi sem querer revelar sobre Rafael.

Eu ainda não tinha dito a ninguém sobre ele, afinal, quem sabe quando ele ia embora?

- Nat?

- Oi.

- Você ficou calada do nada, o que houve? - Nathan perguntou preocupado e eu limpei a garganta.

- Nada, eu só tava treinando um pouco. - ri fraco tentando disfarçar. - Afinal, a sua irmã não fica gostosa atoa. - Nathan gemeu enojado e eu ri.

Rafael me encarava com os olhos maliciosos me deixando com receio do que ele estava pensando.

- Me conta, como tá aí em New York?

- Muito legal, eu dividi o quarto com o Jacob, tomamos café da manhã e tinha umas panquecas duras, mas o bacon era demais....

Me distraí do que Nathan dizia ao sentir as mãos de Rafael começarem a acariciar as partes íntimas das minhas coxas. O olhei sem entender e ele continuou subindo as mãos até chegar em minha parte íntima. O ameacei com um olhar mortal, mas ele não pareceu se intimidar quando deslizou minha calcinha até que ela caísse no chão.

- Nat? - Nathan gritou irritado do outro lado da linha.

- Oi! - exclamei mais exaltada do que esperava.

- Para de fazer esse exercício, porra. - Nathan reclamou e eu franzi as sobrancelhas.

- Exercício? - perguntei confusa sem conseguir raciocinar direito.

- Sim, dá para escutar a sua respiração acelerada daqui.

Mordi o lábio inferior contendo o gemido quando Rafael enfiou a língua lá dentro.

- F-foi mal. - gemi e fechei meus olhos com força ao perceber o erro.

- Tá, o que tá acontecendo com você?

Mordi meu lábio mais forte ainda quando Rafael achou o meu ponto G e acelerou os movimentos. Cravei minhas unhas em sua pele e revirei meus olhos.

- Nada, nada. - murmurei já perdida sem saber o que eu dizia.

- O que aconteceu? Sério, fala comigo!

Larguei o celular incapaz de raciocinar e segurei os cabelos de Rafael os puxando com força. Rafael gemeu, mas seguiu a todo vapor e em segundos eu já estava ápice. Gemi alto sentindo-me nas nuvens e apoiei minha cabeça na parede com os olhos fechados e tentando voltar a respirar normalmente.

Quando retomei a consciência, olhei feio para Rafael que começava a gargalhar. Pior para ele pois comecei a estapeá-lo e ele ria da minha cara o que me deixava ainda mais emburrada. Desci da bancada irritada e saí correndo batendo os pés, fechei a porta do quarto com força e coloquei as mãos sobre o rosto.

- Como eu consertaria isso agora?

Rafael bateu na porta e eu encarei a porta com fúria, como se Rafael pudesse me ver através dela.

- Nat, abre essa porta. - eu ainda conseguia escutar seu tom risonho enquanto pedia.

- É claro que não seu idiota, eu quero distância de você! - gritei mais frustrada do que irritada.

- Me poupe, Natália, eu sei que você não consegue passar mais um dia longe de mim.

Gargalhei alto.

- Vai pensando assim e depois vê no que dá.

- Desculpa amor...

Meu coração parou ao escutar o modo como ele havia me chamado e eu fiquei olhando para a porta atônita.

- Eu só queria um pouco de descontração... Abre essa porta, Jones.

Abri a porta, ainda o olhando de maneira estranha. Eu sabia que ele me amava, mas escutá-lo me chamando dessa forma depois de tanto tempo despertava algo em mim. Eu sequer me lembrava se ele já havia me chamado dessa forma antes.

- Desculpa. - ele molhou os lábios me analisando para tentar me interpretar.

- Por que você fez isso? - perguntei e minha voz saiu mais baixa do que o planejado.

- E-eu... - ele franziu as sobrancelhas. - Não achei que iria ficar tão... irritada? - soava mais como uma pergunta do que uma análise.

- Não, eu não estou tão irritada assim, mas estou irritada, muito irritada.

Pareceu que uma camada expressa de tensão havia saído de seus ombros e ele suspirou aliviado.

- Eu só estava achando estranho que não tenha contado para o seu irmão sobre... nós. - ele dizia receoso e eu arqueei uma sobrancelha.

- Não tenho nada para contar.

- Eu tinha, claro que tinha, mesmo que eu negasse, Rafael é um grande acontecimento, é um gatilho, e eu não podia negar que sim, estávamos tendo algo. Ou podia?

- Não?

Notei que Rafael tinha assumido uma postura estranha, a tensão estava novamente ali, ele estava decepcionado? Talvez estivesse. Estamos ficando desde a praia, o que faz dois dias. A minha casa ainda não está pronta e isso só tem feito com que passemos mais tempo juntos. De alguma forma Rafael conseguiu conciliar sua rotina com a minha, ele passa a manhã trabalhando e volta de tarde para trabalhar em casa.

- Não. - disse e passei por ele.

O meu celular tocava na bancada e eu o peguei o atendendo, e quando coloquei o telefone no ouvido percebi que Rafael não havia me seguido, mas não dei muita bola.

- Até que enfim! - Nathan parecia irritado, muito irritado. - O que aconteceu? - ele perguntava pausadamente.

- Não foi nada demais. - fechei meus olhos tentando pensar em uma desculpa. - Eu só derrubei um peso, só isso.

- Entendi, mas pensava que você só malhava pela manhã. - ele comentou desconfiado.

- Estresse no trabalho, só isso. - suspirei.

Odeio mentir para Nathan, mas não vale a pena, não quando Rafael ainda pode desistir de tudo e ir embora, e só de pensar nisso já sinto meu coração apertar. É, eu já estava novamente o deixando entrar.

- Se você diz...

- Sim, não se preocupe e continue me dizendo sobre sua viagem, eu quero saber tudo!

Nathan desengatou a falar, mas meus pensamentos estavam em outro lugar.

Fear and LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora