24 de Dezembro
Rafael se virou e encarou de olhos arregalados a garota, ele se levantou assustado e ela sorriu e pulou em seus braços o abraçando.
- Olivia? - ele perguntou como se ela fosse um fantasma.
- Eu te achei, finalmente te achei. - ela disse olhando para o rosto confuso do garoto.
- Você estava procurando por mim? - ele perguntou confuso e a soltou de seu colo.
- Eu estava planejando roubar você para mim, mas você sumiu, mas seu pai apareceu e fez uma proposta para que ficássemos finalmente juntos, sem amarras. - ela explicou como se estivesse livre.
- Mas... - Rafael olhou para trás, à procura da outra ruiva, fazendo Olivia notá-la.
- Então você continuou com aquilo de procurar outra igual a mim, sinto pena dela, porque ninguém é igual a mim. - Olivia disse arrogante olhando de cima a baixo Natália.
- É verdade, pois eu nunca me rebaixaria no nível de ficar correndo atrás de macho nenhum. - Natália respondeu e os deixou para trás.
- Nat. - Rafael gritou e tentou correr atrás da garota, mas alguém segurou seu pulso.
- Você não vai a lugar nenhum, Rafael. - Olivia disse irritada e impediu que ele saísse atrás de Natália.
- Olivia... - ele respirou fundo antes de dizer. - O que tínhamos... eu gostava muito de você, mas... eu nunca te amei, eu finalmente conheci o que é o amor e eu não posso deixá-lo escapar, desculpa, mas eu não sinto mais nada por você.
- Não... - ela sussurrou com os olhos molhados. - Você não está fazendo isso comigo!
- Se passaram anos, Olivia, tente seguir em frente, você merece alguém que te ame, não a mim, um garoto que está apaixonado por outra. - ele a aconselhou antes de deixá-la sozinha atordoada no meio das outras pessoas.
- Rafael após procurar Natália pelas redondezas e não achá-la, foi para casa e deu de cara com Alexandre.
- Você sabia? - ele perguntou irritado para Alexandre que tinha as sobrancelhas franzidas.
- Do que você está falando?
- Olivia, ela apareceu no exato momento em que estava falando com Natália e acabou de vez com a única esperança que eu tinha de reconquistá-la. - Rafael explicou e Alexandre suspirou.
- Eu não estava sabendo de nada. - Rafael bufou achando as palavras de Alexandre falsas.
- É claro, mas como Olivia poderia saber onde eu estava e no exato momento? - Rafael perguntou e Alexandre revirou os olhos.
- Acredite no que quiser, mesmo que eu diga a verdade, no entanto, eu sugiro que você comece a arrumar as suas coisas, pois amanhã iremos para New York. - Alexandre disse impaciente.
Rafael encarou o vazio e se trancou no quarto procurando uma solução para os seus problemas, mas nada ele poderia fazer, apenas arrumar as coisas e deixar tudo o que fizera aqui e arrumar suas malas.
Enquanto isso, Natália voltou para casa mais uma vez de coração partido, ela se perguntava o porquê de algo machucá-la tanto? Ela deveria merecer mesmo, depois do que ela havia feito noite passada com seu irmão, toda vez que ela lembrava daquela madrugada, era como se ela sentisse a decepção do seu irmão, afinal, ela sentia aquele mesmo sentimento com sua mãe.
Mas ela não poderia evitar, ela tinha que fazer o que fez, era como um ímã, como se ela pensasse que fosse mesmo destino dela, era o destino dela ser fracassada assim como a mãe. Ela saiu, foi curtir mais uma vez, mas na entrada foi parada por um garoto, com poucos anos para estar naquele beco escuro fumando.
- O que uma criança está fazendo aqui? - ela perguntou e ele ergueu uma sobrancelha.
- Eu tenho cocaína, maconha, umas bem forte e umas para dar uma relaxada, qual você quer? - ele perguntou e ela sorriu sarcástica.
- Por que você acha que eu quero essas paradas? - ela perguntou e ele deu de ombros.
- Depois de um tempo, dá para reconhecer. - ele respondeu simples e ela encarou os lados.
- Mas eu não tenho grana agora, dá para pagar depois? - ela perguntou e o moleque riu.
- Só se você pagar bem rápido, porque se demorar tem juros e você fica marcada com o chefe. - ele alertou.
- E quem seria o chefe? - ela perguntou curiosa e o garoto olhou para os lados checando se havia alguém.
- Colin Campbell, bem de boa. - ele mentiu bem na cara dela, mas ela não se importou com as consequências.
- Qual a melhor para esquecer os problemas? - perguntou ela se inclinando mais.
- Agora você está falando a minha língua. - ele piscou e entregou o comprimido colorido.
- Você entrou em um caminho sem volta, ruivinha. - ele disse antes de sumir como um fantasma.
Ela sentiu um arrepio, mas assim que cheirou o pó, nada mais importava.
- Me solta, filhos da mãe! - Natália gritou e os homens riram.
Um deles bateu na porta e em seguida abriram revelando um homem jovem de cabelos castanhos escuros e lindos olhos verdes.
- Achamos uma decente chefe. - o homem explicou para o outro homem que estava sentado atrás da mesa.
- E quem ela seria? - ele perguntou cruzando os dedos.
- Natália Jones, tem dezoito anos e deve uma grana boa. - o homem explicou e o outro homem ergueu uma sobrancelha.
- E por que você acha que eu deixaria que uma adolescente drogada fizesse o trabalho? - ele perguntou impaciente e Natália pôde jurar que viu o outro homem se arrepiar.
- Ela cuidou sozinha do irmão mais novo desde que ele nasceu. - Natália se perguntou como ele sabia disso.
- Seja o que for, eu não vou fazer merda nenhuma para ninguém. - Natália disse pela primeira vez, e ela estava bem disposta a brigar com quem fosse.
- Aqui é o seguinte, Natália, ou você faz o que eu mando, ou eu posso tirar alguma parte do seu corpo até você me obedecer, eu poderia simplesmente te matar, mas só pela sua ousadia eu vou deixar você fazer o trabalho. - ele sorriu babaca.
- E quem seria você? - ela perguntou e ele se encostou preguiçosamente na cadeira.
- Colin Campbell.
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Fear and Love
RomanceNatália Jones sempre teve muitos problemas durante a sua vida, mas nada poderia derrubá-la. Tendo a coragem como sua proteção e não tendo medo de viver a vida do modo mais intenso, ela acaba conhecendo Rafael, um garoto até então desconhecido, mas q...