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19 de Dezembro

Ela desceu da moto e olhou para a casa que parecia tremer, Rafael guardou os capacetes e segurou a mão de Nat a puxando para dentro da festa, ele abriu a porta e ela ergueu as sobrancelhas surpresa.

Pessoas por todos os lados, mas a festa estava mesmo do lado de fora, no quintal enorme com piscina e um palco com uma banda, todos os convidados sujos de tinta brilhante, uma torre de bebida e só bebida de qualidade, fora que a banda estava toda vestida de fantasias sexys de Natal.

- Isso é incrível! - Natália gritou para que Rafael pudesse escutar.

- Eu disse! 

Ela estava tão entretida em olhar cada parte da festa que nem notou que Rafael tinha pego uma garrafa de tinta que brilha no escuro, ela gritou surpresa quando ele sujou toda a roupa da garota.

- Rafael! - ela gritou irritada e riu logo após.

Natália jogou tinta nas mãos e sujou todo o lindo rosto de Rafael, assim eles começaram uma brincadeira divertida que logo contagiou todos da festa. Mais tarde, Natália estava dançando loucamente esperando Rafael pegar bebidas para ambos, mas antes do garoto entregar a bebida a dona, ele a encarou por minutos, ele sorriu e foi até ela.

Eles beberam uma, duas, três, até perderem a conta e se sentarem na beira da piscina exaustos.

- Eu estou muito bêbada. - ela comentou.

- Eu também. - eles riram.

Ela olhou para ele, ele olhou para ela, e ambos viram o mundo um no outro.

- Você me acha maluca? - ela perguntou e ele franziu as sobrancelhas. - Por que eu saí para viajar com um total desconhecido.

- Mas não somos desconhecidos. 

- É claro que somos, pelo menos você é para mim, eu nem sequer sei o seu sobrenome, apenas sei que você se chama Rafael e é rico. 

- Meu sobrenome é Parker, Rafael Parker.

- Prazer, Rafael Parker, eu me chamo Natália Jones. - ela estendeu a mão e ele apertou a mão dela.

- Sabe uma coisa que eu acho? - ele perguntou e ela negou. - Eu não acho que você é maluca, eu acho que na verdade, você se joga de cabeça. - ela sorriu.- E eu adoro pessoas assim, que se jogam de cabeça, sem medo. - ele sussurrou próximo ao rosto dela.

- Se for assim, eu tenho que fazer direto. 

Ela se jogou de costas para a piscina e sentiu a água cortar sua pele com o impacto, abriu os olhos, viu Rafael entrar na água e sorriu quando ele se aproximou dela. Eles ficaram a centímetros de distância, ela olhou para os lábios dele e sentiu a mais profunda vontade de beijá-los.

Natália puxou Rafael pela nuca e acabou com a tortura que os rodeava, ambos queriam isso mais que tudo. Foi como se estrelas os alcançasse, ela sentiu que tudo foi possível naquele momento, sentiu tudo fraquejar e borboletas voarem violentamente em seu estômago, o planeta parou de girar e os pelos dela arrepiaram.

Os lábios dele tinham sabor de limão por conta da bebida e a dela de cereja, foi uma mistura estranha, mas que deu um sabor agradável, tão saboroso e viciante, eles queriam mais e mais.

Porém o ar logo faltou e eles logo estavam de volta à superfície, trocaram sorrisos e olhares com um significado difícil de decifrar, não tanto para alguém que visse de longe, pois é notável o sentimento que um sente pelo outro.

- Eu quero mais. - ela sussurrou e ele olhou para os lábios vermelhos da garota.

- Mais e mais. - ele completou e de novo colaram seus lábios.

- Muito mais. - ela disse entre o beijo.

As pessoas começaram a pular na piscina junto, a água que antes era cristalina, virou uma mistura de cores, ela brilhava como nunca, com uma explosão dentro de si, assim como Natália se sentia, ela se sentia mais viva, como se houvesse finalmente despertado.

- Que tal irmos para casa? - ele sugeriu e ela assentiu freneticamente.

- Por que você não perguntou antes? - ela se levantou e o puxou até a saída.

Eles correram até a moto, na moto, ela colocou as mãos na cintura de Rafael, que sentiu seus pelos arrepiarem, ela apoiou a cabeça no ombro dele e ele se sentiu mais aquecido. Estava frio, frio demais, mas eles não se importavam, pois a sensação de estarem um com o outro supera qualquer outra.

Ansiosos, eles entraram em casa, Rafael a jogou no sofá e ficou por cima dela, ela tirou a camisa encharcada dele e arfou com a visão de seu torso definido. Logo eles estavam fazendo mais do que beijos.

Durante a noite, Rafael escutou mensagens chegarem em seu celular, ele olhou para a Natália que estava deitada ao seu lado no tapete felpudo, ele automaticamente sorriu, olhou para ela atentamente e colocou uma mecha do seu cabelo atrás da orelha, então finalmente leu a mensagem que havia chegado.

Era seu pai avisando que ele deveria ir para casa no natal, a escola finalmente havia acabado, então ele teria que cumprir o acordo que antes fizera, durante a escola, poderia estudar fora e aproveitar a vida sem privilégios ou nada do tipo, mas assim que acabasse o ano escolar, deveria voltar para casa e tomar rumo da empresa, deixando que construiu para trás e vivendo a vida que vou destinada para ele.

Ele olhou aflito para Natália, antes não havia nada que o fizesse querer ficar na Califórnia, absolutamente nada, mas agora havia ela, a garota que roubou seu coração e que nunca iria devolver. 

Fear and LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora