Kara
Quando terminei, olhei para Lena e vi que ela estava altamente confusa, jogada na poltrona da minha sala.
Eu queria gritar de novo e quebrar mais coisas, tamanho o meu desespero. Caí na poltrona na frente dela voltando a chorar desesperadamente.
– Kara, eu... – ela não conseguia falar nada.
Mas eu a entendia.
Eu chorava tanto que até perdia o ar. Sentou-se ao meu lado e me abraçou. Dessa vez eu não fugi, eu precisava tanto daquilo, daquele abraço, daquela mulher, daquele amor.
– Por favor, Lena, vai embora – disse me acalmando.
– Mas, Kara... – ela ainda não conseguia dizer nada.
– Por favor, quero ficar sozinha – supliquei.
Ela me deu um abraço mais forte, um beijo na minha testa e se levantou.
– Eu te amo, Kara.
É... mas não me ama como eu te amo e a única coisa que posso ter de você são abraços apertados e beijos na testa... Eu preciso de mais...
Ela saiu e assim que a porta bateu, eu voltei a chorar desesperadamente. Tentei me levantar e sair daquela sala. Fui para o meu quarto e tranquei a porta. Entrei no banheiro e me joguei em baixo d'água com roupa e tudo. Meu choro foi se confundindo com a água do chuveiro que caía sobre o meu corpo. Eu queria que essa água pudesse levar embora esse amor, como fazia com as minhas lágrimas.
Não sei quanto tempo fiquei embaixo d'água, mas fui me acalmando. Tirei a roupa e tomei um banho calmamente, já sem chorar.
Acho que a água do meu corpo já tinha ido toda embora.
Deitei na cama depois de ter me secado, ainda sem roupa, e fiquei ali olhando para o nada. Olhei para minha mão e vi que o corte estava um pouco feio, mas eu nem ligava, nem sentia dor.
Fiquei ali até amanhecer. Estava sem sono também e tinha medo de dormir. Medo de esquecer algum detalhe da nossa conversa.
Precisava me lembrar de tudo para sempre. De todas as suas reações. Não sabia mais o que aconteceria, nem sabia se ela ia querer me ver novamente eu... eu não sabia mais de nada e não podia esquecer. Não podia esquecer nada.
Vi o sol nascer sem nem mudar de posição na cama.
Meus olhos acabaram se fechando lentamente e eu caí no sono.
Acordei com um barulho de porta e nem me movi da cama. Refiz em minha mente toda a conversa, eu lembrava de cada detalhe...
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Amor Platônico - Adaptação Karlena
FanfictionVERSÃO KARLENA "...Por todos esses anos eu me acostumei em ver e não tocar, em amar e não ser amada. Tive namoradas também, e também foram poucas já que nunca conseguia tirá-la da cabeça e muito menos do coração. A verdade é que realmente me acostum...