Kara
Lena ficou sabendo de uma trilha até uma cachoeira e eu me animei logo. Só estranhei o fato dela querer ir, era tão preguiçosa... Eu que adoro esses passeios. Iria ser ótimo para tirar umas fotos.
Ela vestiu uma saia curtinha que me tirou o fôlego. Não conseguia parar de olhar e não era a única, vários homens por ali ficaram olhando para ela sem parar.
– Olha, Kara. Aquela loira não para de te olhar. Linda, né? Você sempre assim, a super conquistadora, atrai os olhares de todo mundo por onde passa. Acho que devia ir falar com ela.
– Não, Lena. Eu não quero. Vim aqui para me divertir, para relaxar. Não quero ninguém aqui - até parece que eu queria outra pessoa, principalmente ali, só queria aproveitar cada segundo ao seu lado.
– Veio para que? Você nem sabia que vinha! Veio para me agradar, veio porque não consegue ficar longe de mim, isso sim! E outra, não estou falando para você casar com a menina. Mas não custa nada se conhecerem.
– Ela nem é tão bonita assim, vai! E olha aquele cara te olhando também. Com a mulher do lado, e mesmo assim nem disfarça. Você devia é aproveitar para ficar com alguém aqui e deixar de lado aquele chato do seu noivo.
– Ah, não vou ficar com ninguém, não. E já que você também não quer, temos que despistar toda essa gente chata. Tenho uma ideia.
Então, do nada, ela me abraçou por trás, passando os braços pela minha barriga. Não estava esperando o contato e me arrepiei. E para piorar a minha situação ela encostou os lábios na minha orelha e disse enquanto eu estremecia:
– Viu só? Somos um lindo casal de namoradas!
Fiquei molhada na hora, foi instantâneo, inevitável... Não consegui disfarçar meu desconforto, nem consegui me mexer. Fiquei olhando atentamente para o guia, tentando não me concentrar nos seus lábios ainda tão perto do meu rosto.
Quando o guia terminou ela se desvencilhou devagar e foi andando bem perto de mim. Nos esbarrávamos de vez em quando. Com o tempo, fui conseguindo me controlar e aproveitar a trilha.
Como eu já esperava a Lena já não estava mais aguentando, e eu estava aproveitando bastante a paisagem para tirar várias fotos.
– Finalmente chegamos – disse Lena cansada – Isso é lindo demais!
Realmente era lindo! Tirei várias fotos da cachoeira.
– Vai lá, Kara! Fala com ela! Tá na cara que ela está caidinha por você. Eu vou dar um mergulho – disse se referindo a tal loira, mas eu mal olhei para ela, só conseguia olhar para a Lena. Senti um pouco de ciúmes na sua fala e a puxei antes que fosse embora.
– Não quero estar com mais ninguém, só com você. Deixa que ela olhe, não me importo! – disse sincera, querendo passar segurança.
Eu sabia como sentir ciúmes era horrível e não queria que ela passasse por isso.
Fomos mergulhar e acabamos ficando na água a maior parte do tempo, estava muito bom. A Lena ficou abraçada a mim na água por bastante tempo, e com aquele biquíni e o acontecimento de antes, tive sorte de a água ser gelada. Fizemos amizade com alguns casais e nós também parecíamos um deles. Aliás, acho que eles acreditavam nisso. E eu gostava tanto...
Ficamos sabendo de um luau que teria a noite e combinamos de ir.
A volta foi tranquila, mas estávamos muito cansadas. Tomei um banho relaxante e depois foi a vez da Lena. Assim que ela saiu veio direto para a cama e me abraçou. Dormiu rápido, mas eu não. O episódio da trilha mexeu comigo. Estava um pouco mais tensa com ela ali tão perto. Engraçado como eu nunca me acostumava...
Fiquei de olho na hora e levantei, tentando não acordá-la. Arrumei-me e quando já estava quase pronta, acordei ela também.
É tão fofa a carinha dela ao levantar.
– Quero ver a cara da loira quando te encontrar. Quando eu acho que você está mais linda do que nunca, você consegue se superar e ficar totalmente perfeita! Ela vai passar a festa toda babando em você – provocou.
Ri com esse ciúme tão bobo. Ah se ela soubesse que ela é a única mulher que eu quero!
Fiquei esperando e quando ela terminou nós descemos. A arrumação estava muito bonita, mas minha atenção era apenas para a beleza da Lena. Ela me encantava. Meu coração batia tão forte e apaixonado!
– Vem Kara, vamos dançar! – disse me puxando.
Ela ama dançar, eu não gosto muito, mas o que não faço por ela?
Alguns rapazes tentaram dançar com ela, mas ela não queria ninguém.
Depois que ela cansou ficamos conversando com alguns dos casais que conhecemos na trilha. Fomos dar uma volta pelo jardim, só nós duas, e ela segurou minha mão me arrastando toda serelepe.
– Esse lugar é tão lindo, Kara – ri desse jeito tão maravilhoso que ela tem.
– Nada é mais bonito que você! – disse apaixonada.
– Eu estou tão feliz aqui com você! Quero aproveitar cada segundo... – disse olhando para o horizonte.
Eu fiquei em silêncio e ela também ficou admirando a vista, pensativa. Comecei a pensar em como seria quando ela se casasse.
Então eu tomei coragem e fiz a pergunta que estava engasgada na minha garganta há um tempo.
– Lena... – ela continuou virada de costas – O que você faria se eu te pedisse para não casar com o James?
Ela abaixou a cabeça e continuou pensativa. Depois de um tempo de silêncio respondeu sincera.
– Eu... não sei – e se virou em minha direção – Acho que não casaria – ficou me olhando, esperando alguma reação minha.
– Essa não era a resposta que eu queria – disse com pesar.
Continuamos nos olhando sem saber o que dizer.
Minha mente estava a mil.
Estava tão confusa.
Ela estava diferente. Virou-se novamente. Aproximei-me dela e fiquei ao seu lado, também olhando a vista, mas na verdade, eu não olhava nada senão para dentro de mim mesma. Respirei fundo. Ficamos em silêncio por muito tempo, mas o clima não estava tenso.
Depois de um tempo ela pegou na minha mão e disse:
– Vem, Kara, eu quero dançar mais!
Puxou-me e eu sorri.
Voltamos a dançar por um tempo até que a Lena disse que precisava ir ao banheiro. Enquanto isso, fui me sentar no bar.
– Posso te pagar alguma coisa? – disse uma voz me despertando.
Olhei e vi a tal loira sorrindo para mim.
– Não estou com sede, obrigada – disse simpática.
– Quer dançar? – perguntou sedutora.
Não, não quero dançar e nem beber, quero apenas a Lena.
– Estou um pouco cansada.
Então ela se sentou ao meu lado e começou a puxar algum assunto sobre a decoração e o lugar. Falou também da trilha. Eu estava tentando ser simpática, mas não queria nada com ela. Já estava impaciente porque a Lena não voltava do banheiro. Depois de uns vinte minutos pedi licença e saí para procurá-la. Não estava no banheiro e nem em nenhum lugar da festa. Que estranho.
Fui para o quarto e a vi deitada quando cheguei.
– O que foi, Lena? Por que você voltou? – perguntei reparando nos seus olhos vermelhos... parecia que tinha chorado.
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Amor Platônico - Adaptação Karlena
FanfictionVERSÃO KARLENA "...Por todos esses anos eu me acostumei em ver e não tocar, em amar e não ser amada. Tive namoradas também, e também foram poucas já que nunca conseguia tirá-la da cabeça e muito menos do coração. A verdade é que realmente me acostum...