Kara
A semana correu tranquila, mas eu estava perturbada. Sabia que Lena estava incomodada com o nosso beijo e ficava pensando que era apenas vergonha pelo ocorrido, mas... e se for mais que isso? E se ela realmente estivesse atraída por mim? Uma pontinha de esperança voltava a surgir.
Decidi que agiria normalmente e pensaria depois no que fazer. Como sempre, eu estava confusa e não aguentava mais ficar mudando de opinião o tempo todo. Eu precisava tomar uma decisão logo!
Durante a semana evitei pensar nisso, mas é claro que é quase impossível tirar a Lena da minha cabeça.
Saí para almoçar algumas vezes com a Lucy. Estava gostando muito dessa reaproximação. Era uma boa amiga e parecia que estava me perdoando por ter sido uma idiota com ela. Até perguntava um pouco sobre a Lena de vez em quando, sabia que o casamento estava próximo e me ajudava do jeito que podia. Se ofereceu para me apresentar alguém, pois disse que sua namorada tinha uma amiga muito bonita e achava que combinaríamos, mas eu não queria cometer o mesmo erro outra vez.
– Oi, Kara, tudo bem?
Já era quinta-feira quando tio Lionel me ligou.
– Tudo sim, e com você?
– É... só um pouco preocupado. O tempo está se esgotando, Kara.
– Eu sei... – disse num fio de voz – Estou tão confusa...
– Eu sei, eu sei... – e mudando de assunto – O que acha de vir almoçar aqui com a gente no domingo? Saudades suas.
– Claro! Também já estava sentindo falta de vocês.
– Então combinado! Vou fazer a comida do jeito que você gosta!
Sorri. Como amava aquela família!
Na sexta fui fazer a prova do vestido novamente e mais uma vez não fui com a Lena. Quando saí de lá liguei para ela.
– O meu vestido já está quase terminado e o seu?
– Ainda faltam algumas coisas, mas está lindo, Kara! – disse animada.
– Vai fazer alguma coisa amanhã?
– Acho que não.
– Então vamos almoçar juntas? Estou com saudade da sua comida!
– Interesseira! – brincou.
Apareci na casa dela no início da tarde. Eu já estava com saudades dela. E pelo visto ela também. Abraçou-me bem forte e parecia que não queria me largar. Quando nos desvencilhamos fomos almoçar.
Ficamos conversando a tarde inteira. Nem vimos o tempo passar. O clima voltou ao normal e vi que a Lena parou de fugir do contato físico entre nós. Toda hora encostava-se a mim por alguma razão.
Já estava ficando tarde e eu decidi ir para casa, não queria forçar minha presença porque não sabia se ela estaria à vontade realmente se acabasse dormindo ali, mas quando viu que eu estava indo disse que queria me mostrar um CD. Na verdade, acho que isso foi apenas uma desculpa.
Fomos para o quarto, pois lá que ficava o som, e enquanto ela ligava, eu deitei na cama. Ela se deitou do meu lado, mas não como de costume. Ficou do outro lado da cama, bem longe. Vi que ainda não estava tudo bem entre nós.
Não resisti e brinquei:
– Não gosta mais do seu travesseiro, Lena? Vem, deita aqui.
Parece que ela só precisava ouvir isso para se aninhar em mim novamente.
Percebi que ela estava tensa, mas eu já tinha me acostumado a relaxar, mesmo que não completamente, com aquela presença. E naquele momento eu só sentia saudade e necessidade de tê-la bem perto de mim. Afaguei seus cabelos como sempre e ficamos ali. O CD acabou e vi que ela já dormia. Eu, como sempre, fiquei acordada por um bom tempo ainda para depois cair no sono.
Quando acordei Lena estava no banho. Olhei a hora e vi que precisava me arrumar para ir para a casa dos seus pais.
Não quis esperar ela sair do banho com toalha e muito menos abrir o banheiro para avisar que tinha que ir embora, então deixei um bilhete em cima da cama.
"Você sempre vai ser a única rosa do meu jardim. Tudo o que eu mais queria no mundo era ser a sua também. Fui para a casa porque tenho alguns compromissos hoje. Desculpa não me despedir. Amo você. Kara"
Queria que ela visse o quanto ela era especial para mim! De um jeito que ela nunca entenderia...
Tomei um banho rápido quando voltei para casa e fui almoçar. Assim que cheguei os dois me receberam eufóricos. Ficamos conversando na cozinha enquanto o almoço estava sendo terminado. Enquanto botávamos a mesa a campainha tocou e tio Lionel foi atender.
Ficamos nos olhando surpresas. Eu não sabia que ela iria e, pela sua cara, não sabia que eu estaria ali também.
Olhei para tio Lionel, desconfiada, e vi que ele sorria satisfeito.
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Amor Platônico - Adaptação Karlena
FanficVERSÃO KARLENA "...Por todos esses anos eu me acostumei em ver e não tocar, em amar e não ser amada. Tive namoradas também, e também foram poucas já que nunca conseguia tirá-la da cabeça e muito menos do coração. A verdade é que realmente me acostum...