Se encontrarem algum erro nos capítulos avisem por favor, eles são revisados mas as vezes algumas palavras passam despercebidas.
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Kara
Saí do almoço na casa dos pais da Lena e fui para casa. Estava realmente muito mexida com tudo que conversei com o tio Lionel.
Um pouco mais tarde saí para cobrir um evento e voltei para casa à noite. A Lena me ligou, mas não perguntou nada sobre mais cedo. Até estranhei isso, mas dei graças a Deus, pois não tinha conseguido pensar em nada convincente.
Sábado de manhã acordei com o telefone tocando.
– Bom dia – disse Barry do outro lado.
– Que horas são? – resmunguei sem querer me mexer na cama.
– Onze horas, ainda estava dormindo?
– Pois é... acabei dormindo tarde ontem. Estava pensando em umas coisas.
– Na Lena? Como você está? Sua voz está bem melhor.
– Não sei responder essa pergunta. Estou meio confusa – disse lembrando a conversa.
– Por quê?
– Almocei na casa dos pais da Lena ontem e o pai dela veio conversar comigo. Disse que eu tenho que acabar com esse casamento.
– Como assim? – perguntou surpreso – Ele sabe?
– Disse que sempre soube e que a Lena me ama e não sabe ainda.
– Quando eu falo isso você nem me ouve! – disse com um tom do tipo "não disse?"
– É diferente, né? É o pai dela que disse!
Contei para ele os detalhes da conversa e ele ficou chocado.
– Kara, o que mais você precisa para beijar essa mulher de uma vez e acabar com esse casamento?
Aquilo ficou na minha cabeça. Passei o sábado inteiro pensando nisso. Pensando nela.
O rádio estava ligado e eu nem prestava atenção em nada, até que uma hora, não sei porque, alguma coisa chamou minha atenção e comecei a prestar atenção na letra de uma música:
"Pior que o melhor de dois
Melhor do que sofrer depois
Se é isso que me tem o certo
A moça de sorriso aberto
Ingênua de vestido assusta
Afasta-me do ego imposto
Ouvinte claro, brilho no rosto
Abandonada por falta de gosto
Agora sei não mais reclama
Pois dores são incapazes
E pobres desses rapazes
Que tentam lhe fazer feliz
Escolha feita, inconsciente
De coração não mais roubado
Homem feliz, mulher carente
A linda rosa perdeu pro cravo
Homem feliz, mulher carente
A linda rosa perdeu pro cravo"
(Linda Rosa – Maria Gadú)
Peguei o celular. Disquei seu número, esperei um pouco, pensei melhor, liguei.
– Lena, eu só queria saber se já está tudo pronto para o jantar. Você deve estar ficando louca aí – inventei uma desculpa qualquer.
– Nem tanto, algumas coisas deram erradas, mas já está tudo praticamente resolvido. Eu só não aguento mais o James! Ele está me deixando maluca. Nada pra ele está bom, e ele passou o dia reclamando – disse estressada e depois mudou o tom, eu sabia que ia me pedir alguma coisa - Você bem que podia ser uma amiga super solidária, passar aqui e me levar para tomar um suco, não acha?
– Se eu tentar te sequestrar, ele vai me odiar para sempre.
– E você se importa com isso? Ele pode te odiar, mas eu vou te amar para sempre. Por favor, vai!
– Tudo bem, daqui a pouco passo aí. Mas não quero ser a responsável se você acabar se atrasando para o jantar. Faltam só algumas horas e eu sei o quanto você é enrolada para se arrumar.
– Estou te esperando!
Desliguei e pensei no que eu estava fazendo. Eu deveria tentar ficar longe, mas não posso esconder que dentro de mim, ainda há esperança de que ela realmente sinta por mim o que o pai dela disse e talvez, apenas talvez, eu tenha alguma chance. Será? Será que eu devo lutar por ela?
Quando cheguei James me olhou logo com cara de bravo. Que ódio que tive dele naquele momento! Mais do que em qualquer outro. Ele estava roubando a Lena de mim...
– Graças a Deus! Se eu ficasse mais um minuto do lado daquele chato ia surtar – disse brincando quando sentamos para comer.
– E você vai casar com esse chato? Você precisa de alguém mais legal, Lena – brinquei.
– Vou me casar com você estão, é a pessoa mais legal que eu conheço!
Impressionante como essa simples brincadeira fez meu coração bater tão forte. Por que eu me torturo dessa forma?
– Nossa, já estou super atrasada! – disse Lena olhando no relógio.
Acabamos nos distraindo e nem vimos o tempo passar.
Lena tentou me levar para casa e para o salão com ela, mas eu ainda tinha que me arrumar e também não é bom ir para casa dela quando ela tem que se trocar.
Deixei ela em casa e fui me arrumar. Tomei um banho demorado, me vesti..., mas não fui. Não consegui. Eu tentei. Juro que tentei, mas não consegui. O que eu estava fazendo? Eu a amava tanto. Não podia ir. Não conseguiria suportar. E sou muito covarde para qualquer outra coisa. Fiz o que faço de melhor: fugir. O telefone tocou, o celular. E sabia que era ela e não atendi porque não saberia o que dizer. "Alô, desculpa não ir ao seu jantar de noivado, mesmo sendo madrinha, mas eu estava terrivelmente com medo do meu coração pifar de vez porque eu sou completamente louca por você e não aguento mais sofrer".
Eu não diria. Não teria coragem.
Continuei com a roupa, deitada na minha cama. Eu sabia que tinha feito a coisa certa. Iria me machucar demais se fosse. Era melhor assim. Eu preciso me afastar de verdade.
Peguei no sono e acordei com a campainha. Levantei-me com a roupa do jantar já toda amassada e fui atender. Era ela.
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Vou tentar não demorar muito pra atualizar.
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Amor Platônico - Adaptação Karlena
FanficVERSÃO KARLENA "...Por todos esses anos eu me acostumei em ver e não tocar, em amar e não ser amada. Tive namoradas também, e também foram poucas já que nunca conseguia tirá-la da cabeça e muito menos do coração. A verdade é que realmente me acostum...