Kara
Não sabia o que dizer. Estava surpresa com essa viagem. Acabei indo para o quarto arrumar as coisas. Ia ser bom passar um fim de semana com a Lena.
– Três malas, Kara? É só por um fim de semana! – ela disse quando viu o tanto de bagagem que eu estava levando.
– Mas eu tenho que levar de tudo, né? Você não me diz para onde a gente está indo – e ela continuou não dizendo.
Eu tentei a todo custo arrancar isso dela, mas ela não disse de jeito nenhum.
Quando chegamos já era bem tarde e estava com tanto sono que nem me dei conta do quanto demoramos na viagem.
O hotel fazenda era muito bonito. Simples e aconchegante. Como estava escuro não deu para ver muita coisa além do lugar onde iríamos dormir, mas parecia ter um jardim bem grande. Quando entramos no quarto só vi uma cama de casal.
– Espero que não se importe, Kara. Não quis passar o fim de semana todo sem meu travesseiro preferido. Então, escolhi um quarto de casal para gente. E amanhã vamos acordar bem cedo para aproveitar bem o dia.
Eu ri. Não sei se pela cama ou pelo fato de saber que ela, com certeza, não conseguiria acordar cedo de verdade.
Fui me arrumando enquanto aquela criança ficava pulando na cama e olhando tudo que tinha no quarto. Não parava quieta. E ela devia estar mais cansada do que eu, já que veio dirigindo o caminho inteiro.
– Hora de dormir! Pode ir deitando! – falei com falsa indignação.
– Está bem, mãe – brincou e se deitou da mesma forma de sempre.
Naquela noite eu apaguei. Em poucos minutos já estava em sono profundo. Estava realmente muito cansada.
Quando acordei a Lena ainda dormia, claro. Ri internamente e fui tentar acordá-la calmamente.
– Kara, eu estou com sono! – resmungou.
– Não era você que queria aproveitar o dia? – brinquei.
– Estou aproveitando, dormindo...
– Vem, Lena... vamos conhecer o hotel – disse levantando.
Ainda demorei alguns minutos para conseguir que ela levantasse. Olhei o relógio. Já eram quase dez e meia. Demos uma volta, conhecemos o hotel depois do café-da-manhã, mas quando vimos a piscina, decidimos dar um mergulho, pois estava sol.
Percebi que a questão da troca de roupa seria um grande problema esse fim de semana. Quando ela estava começando a tirar a roupa para botar o biquíni, corri para o banheiro e me troquei lá. Certifiquei-me que ela já tinha terminado antes de abrir a porta por completo e me deparar com a mulher mais linda do mundo inteiro.
Ela estava de costas passando protetor e eu fiquei ali, com uma cara altamente abobalhada, olhando para aquela mulher tão linda, que eu tanto amo.
– Me ajuda aqui, Kara... – ela pediu, acordando-me dos meus devaneios.
Ajudei a passar nas suas costas e depois ela foi me ajudando a passar também.
Ficamos um bom tempo na água e também tomando sol. Parecíamos duas crianças na piscina, nadando de um lado para o outro.
Nem vimos o tempo passar, só nos demos conta da hora de sair porque o tempo começou a fechar e o sol a ir embora. Já não estava calor com o sol, e sem ele ficou bem frio. Lena estava tremendo quando saiu da água. Estava ventando bastante e estávamos molhadas. Peguei uma toalha para ela se enxugar e, depois que me enxuguei também, envolvi ela com as duas.
– Mas você vai ficar com frio!
– Não estou com tanto frio – menti – Você que está aí tremendo.
Fomos andando até o quarto e só quando chegamos que eu fui ver que já eram mais de três da tarde. Nós tomamos um banho. Uma de cada vez, claro. Ela foi primeiro, e quando eu saí ela já estava debaixo do edredom e dormia serenamente. Não quis acordá-la, sei que ela se cansou muito durante a semana e ainda havia dirigido horas para chegarmos ali.
Deitei-me ao seu lado e fiquei observando-a dormir. Eu estava em paz de novo. A Lena fazia isso comigo, deixava-me com um sentimento tão calmo e bom. Só conseguia sentir isso quando estava com ela. Impressionante como ela me fazia esquecer minhas tristezas, mesmo ela sendo uma das responsáveis por elas. Como agora: o casamento. No fundo de mim eu ainda pensava sobre o que o tio Lionel me falou. E se ela me amasse de verdade? Eu seria a mulher mais feliz do mundo. Eu nem conseguia deixar de desejar isso. Principalmente em momentos como esse em que a vejo tão perto de mim, tão linda, tão perfeita. Acariciei seu rosto e aos poucos também fui me entregando ao cansaço.
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Amor Platônico - Adaptação Karlena
FanficVERSÃO KARLENA "...Por todos esses anos eu me acostumei em ver e não tocar, em amar e não ser amada. Tive namoradas também, e também foram poucas já que nunca conseguia tirá-la da cabeça e muito menos do coração. A verdade é que realmente me acostum...