CAPÍTULO 01

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                             RAEL

O despertador apita as cinco horas da madruga, pra falar a verdade se eu durmo três horas por dia é muito. Sei oque acontece comigo não. Uma coisa que não consigo é dormir tranquilo, sempre tenho a porra de um pesadelo, que me faz lembrar algo do passado.

Levanto e vou direto pro banheiro, tomo uma ducha gelada pra despertar, escovo meus dentes  em baixo do chuveiro memo. Assim que termino meu banho desligo o chuveiro e enrolo uma toalha na cintura, saio do banheiro passando a mão esquerda entre os cabelos, vou até a parada que guardo as roupas, pego uma bermuda preta e uma regata da mesma cor, calço um tênis da Adidas na cor preta de lei. Na verdade curto usar outra cor de roupa não, a cor  preta é oque me representa.

Pego meu celular, carteira e minha arma que estão em cima da escrivaninha, destranco a porta e saio, fechando novamente. Vou descendo as escadas e tá tudo escuro, sou sempre o primeiro á sair de casa e o último á voltar.

Sou bem fechadão na minha, gosto de muita aproximação não, amo meus chegados, mas pra ser sincero não confio totalmente em ninguém não.
Dona Marjorie pega no meu pé pra um caralho, mas tem jeito não nasci assim e vou morrer assim.

Vou até a cozinha, acendo a luz, minha mãe já deixa o café pronto a noite, pra eu só esquentar, ela se preocupa pra caralho com nois tudo. Deixo o café esquentando e vou até o microondas e pego um pão, coloco o café puro e sem açúcar memo no copo e vou comendo o pão sem nada dentro.

Assim que termino, deixo o copo em cima da pia, apago a luz da cozinha, pego minha arma que deixei em cima da mesinha na sala, abro a porta, vou cumprimentando os menor que tão na segurança da casa, pego minha moto que já tá do lado de fora, monto nela e vou seguindo meu caminho.  vou vendo uns saindo pra trabalhar, uns indo estudar, vejo umas vagabundas voltando da gandaia e uns noia já caído no chão. Desde que me entendo por gente tô sendo preparado para assumir o legado do Baruk, ele pega no meu pé pra um caralho. Sempre fui focado naquilo que eu quero e vou falar pra tu, tenho dó de ninguém não. Meu esquema é errou tem que morrer, independente de quem seja.
Uns dizem que sou sangue frio, mato sorrindo, sinto um prazer do caralho em tirar a vida das pessoas, mato só quem merece, traidor, inimigo, estrupador ou quem me irritar.

Subo até o sul, onde fica a boca principal, vejo uns menor já na atividade saindo com as mercadorias, outros indo fazer as cobranças logo cedo e eu já deixo avisado não tem dinheiro já mete bala sem perder tempo. Vejo um menor acendendo um cigarro de maconha, ele aparenta ter uns 15 anos ou até menos, balanço a cabeça em negação e ele me olha e abaixa a cabeça, puxo o cigarro da mão dele e dou um trago, ele disfarça e vai embora. Os caras daqui já me conhece, sabe como sou, admito vendas de drogas pra menor não, essas porras tem tudo que estudar e ser alguém na vida. A maioria acha que tráfico é igual a Disney, aqui só sobrevive os fortes. O foda que pra muitos aqui é o recomeço, a maioria passa fome ou quer dar um futuro melhor pra mãe e irmãos, aí vem atrás de nois pedir um " trabalho", na maioria das vezes eu nego e dou uma ajuda em dinheiro, mas tem uns que vejo que leva jeito pra coisa e acabo aceitando.

Entro na minha sala e vejo que tem umas papeladas em cima da mesa, começo a analisar tudo e vou falar pra tu essas porras acha que sou otário, tem uns que quer meter o louco em mim, mal sabe eles que sou que nem Deus, sei de tudo que acontece. 

Entro na sala que tem no fundo e vejo os cara tudo na produção, uns pesando a cocaína e outros fazendo a separação da maconha, gosto de tudo organizado e anotado, fico analisando cada detalhe, ajudo uns menor a encher os pino e vou prestando atenção nas anotação, assim que tá tudo nos conformes, libero eles para as vendas.

Pego meu celular e vejo que tem uma mensagem da Ivy avisando que hoje tem rango na casa dela, nem respondo! Ivy sabe que não curto muito essas paradas, gosto de ficar na minha sozinho memo, quando vou nessas reuniões de família e por que a Dona encrenca pesa muito na minha.

RENDIDA NO MEU CRIME Onde histórias criam vida. Descubra agora