CAPÍTULO 04

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                             Rael

Quando finalmente consigo pegar no sono, sou acordado às três da manhã com meu radinho tocando, vejo que é o Baruk mas decido não atender, ele que se foda. Me levanto e vou direto pro banheiro, tomo um banho para dar aquela despertada, já que tenho certeza que não vou conseguir dormir novamente. Coloco uma calça de moletom, uma regata e uma blusa de frio da Adidas, calço um tênis, pego meu fone e minha arma, arrumo o bagulho e já deixo a música tocando no jeito, vou descendo as escadas e vejo que tá tudo escuro, abro a porta, dou um sinal pros menor com a cabeça e eles abrem o portão, vou descendo na direção da saída, quando tô assim pilhado gosto de correr sem rumo, coloco a touca da blusa na cabeça, ajeito meus fone e vou andando, nessa brincadeira, andei umas três horas sem parar. Quando chego na entrada de casa vejo que a Madalena tá  lá junto com o Mauro e Baruk, ela me olha e mostra o dedo do meio, ignoro e entro pra casa, subo pro meu quarto, tomo um banho gelado, visto apenas uma cueca e deito na cama.

Por um descuido esqueci de trancar a porra da porta e a Madalena entra lá, folgada pra porra essa mina. Ela me olha e coloca a mão na cintura, coloco as duas mãos atrás da cabeça e fecho os olhos, sinto a vagabunda apertando meu pau, solto um gruido.

- Filha da puta. - tento tirar a mão dela, mas a desgraçada aperta mais.

- A próxima vez que você me ignorar em dia de suspeita de invasão eu te arrebento, rapaz. Tá pensando oque?! Vida do crime não é escola não onde você pode faltar quando quer. - olho pra ela sério e ela finalmente solto meu pau.

- Desgraçada! Sou teus vapor não. E outra se liga na tua conduta, viermos da mema escola de malandro. - faço uma careta ainda sentindo dor

- Não é meu vapor, mas é da minha família e eu precisei de você, caralho.

- Porra, Madalena vai tomar no seu cú, tá legal. Vem querer pesar na minha não. - ela olha em direção a minha boca e ver onde tá machucado

- Baruk deveria ter te batido mais. - ela dar um tapa na minha perna e saí batendo a porta.

Essa desgraçada da Madalena acha que é alguma coisa minha, era pra eu comandar o Barro preto, mas como sempre Baruk me deixa pra escanteio. Dou uma respirada funda e vou até meu guarda roupa, visto uma bermuda e subo pro sotam, aqui é onde me sinto o muleque Rael tá ligado, nunca ninguém subiu aqui, nem minha mãe... Aqui é meu lugar, desde menor subo pra cá quando quero ficar sozinho, fazia uma cota que não vinha pra cá, começo a ver tudo e percebo que aqui é o meu lado fraco. Nunca vou deixar ninguém conhecer esse lado. Fico um tempo fitando umas coisas, quando escuto minha barriga roncar e decido descer, pela hora Marjorie já deve ter feito o almoço.

Chego na cozinha e vejo que o Joaquim não está, deve tá me cobrindo na boca, Baruk me olha e olha pra minha boca onde tá cortada e inchada, o soco dele foi com bastante raiva. Pego um prato e começo a colocar minha comida, falar pra tu só como arroz e feijão com farinha e uma banana, me sento e vejo que ele ainda tá me olhando. Marjorie tenta puxar assunto, mas não dou muita corda não.

- Você vai cobrir o turno do teu irmão? - ele fala me olhando e eu concordo com a cabeça.

- Você me obrigou a dar esse soco, cara. Desde menor nunca nem um tapa te dei, mas tu tá demais, Rael. Tô te reconhecendo mais não filho. - solto uma risada e solto o ar com força.

- Tu quer oque cara?! Não sou mais um muleque não, eu cresci e esse é meu jeito. Queira você gostando ou não. - ele me olha e balança a cabeça.

- Tu tá se tornando uma pessoa ruim, rapaz. Toma cuidado com suas atitudes, lembre-se que nós mesmos que escolhermos o nosso destino.

- Fica suave, se eu fizer algo fora da linha e só tu me corrigir como fez ontem. - esse papo todo me deixou sem fome, nessa porra.

Subo pro quarto pego meus bagulho e desço novamente, vou fazer o turno da tarde hoje. Assim que chego na boca, vejo o Joaquim de papo com um vapor, dou um sinal com a cabeça e ele vem atrás de mim. Sento na minha cadeira e vejo uma papelada que tem em cima dela, Joaquim entra e senta numa cadeira na minha frente.

- Pode ir, vou cobrir teu turno. - ele balança a cabeça e se levanta, Joaquim é o único que respeita meu espaço.

Ele pega seus bagulho, explica sobre uns B.O e vai embora. Fico um tempo ali moscando vendo a papelada do faturamento, quando vejo já são 17:00 horas, hora de cobrar os vagabundos, pego minha arma, chamo dois vapor e vou na casa dos vacilão que tão me devendo, dois até pagaram e me pouparam gastar bala, mas sempre tem um que não tem amor a vida não. Ele começa a gaguejar e a chorar, dizendo que usou o dinheiro pra comprar comida prós filhos, solto uma risada de lado, papo triste pro meu lado, não cola não.
Miro a arma no meio da tua testa e quando eu ia atirar, vejo alguém puxando minha mão.

- Tu tá ficando louco? Ele é pai da minha aluna. - vejo a tal da professora me olhando nervosa.

- Espero que tu fale sobre a lei da vida pros seus alunos. - miro novamente e atiro, ele caí morto no chão. Mas uma alma na minha lista.

Saio da casa e escuto passos vindo atrás de mim, entro em um beco e vou seguindo meu caminho. Sinto alguém puxando minha camisa e me fazendo parar.

- Se não quiser ficar sem mão, é melhor me soltar. - a filha da puta continua segurando minha camisa.

- Você é um doente, cara. Imagina como a filha dele vai ficar. - me solto dela e olho pra trás

- Só fiz meu trabalho, professora. Ele que deveria ter pensando na filha, quando ficou devendo 3 mil reais de drogas. E fala pra tu, não sei de onde tu veio não, mas aqui resolvermos assim. - volto a seguir meu caminho sem deixar ela me responder.

Volto pra minha sala e passo a tarde/noite toda lá. Hoje é sexta-feira dia de baile, mas vou te contar, curto essas paradas não. Devo ser o único filho de bandido que não curto essas coisas, prefiro ficar na minha paz. Assim que termino tudo aqui, deixo uns moleques no comando e vou embora pra casa.

Vejo que a Ivy está descendo a rua, desdo dia do jantar que ela tá de cara virada pro meu lado, tu liga? Por que eu não. Ela passa por mim e finge que não tá me vendo, faço o mesmo e vou seguindo minha caminhada. Chego em casa e vejo que Mauro, formiga e Baruk tão na área da piscina, esses três aí tão parecendo aqueles veio aposentado. Vou direto pro meu quarto, arranco a blusa e tiro meu shorts, tomo um banho rápido, coloco uma cueca e vou pra minha cama. Vejo a porta sendo batida e já levanto no ódio, vejo que é a Ivy e a tal da professora, Ivy  já entra me dando um tapa no peito.

- Porra, Rael. Você matou o pai da aninha, cara? - olho pra Ivy sem acreditar.

- Vai se foder, Ivy. Você sabe muito bem como funciona as leis do morro, independente de quem seja. - ela coloca a mão na cintura e me olha brava.

Olho pra outra x9 e percebo que ela não para de me encarar, fico encarando ela por um tempo também. Depois de uma cota enchendo meu saco, Ivy saí puxando ela dali. Vou te contar, Ivy parece que tem merda na cabeça. Tranco a porta novamente e me deito na cama.

Hoje tem essa porra de baile e o Breno tá enchendo minha cabeça pra ir, ele sabe que não curto essas paradas. Ele vem com a idéia que preciso foder alguém que tô muito estressado, mulher é o que não falta, ainda mais essas Maria fuzil, mas tô suave na minha, sou enjoado pra porra pra mulher.

Depois de um tempo levanto da cama e vou pro banheiro, jogo uma água no corpo e vou direto no guarda roupa, visto uma calça, uma blusa e calço um tênis, arrumo meu cabelo, pego minha carteira, minha arma, passo um perfume e saio de casa, Breno vagabundo já está lá no camarote.

Pego minha moto e vou até o local do baile, o povo quando me  ver, já vai abrindo caminho, gosto de ser reconhecido não, mas fazer oque, isso que dá ser filho do Dono do morro. Vejo umas mina querendo se jogar em cima e já logo ignoro. Chego finalmente no camarote, vejo Maristela lá com a Betina, vou te contar essas duas dão um trabalho do caralho.

Pego um energético e fico ali no meu canto, Breno se aproxima e fica falando várias idiotices, vejo a Ivy chegar com a professora. Fico observando ela de longe e a vagabunda tem um corpo foda da porra.

Bom dia 🌻

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