CAPÍTULO 53

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                            Joaquim

Todo esse acontecido tá me deixando maluco. Eu tô ligado que Baruk tá mal pra porra e seu estado tá por um fio, eu tô lutando contra tudo, tô tentando mentalmente não ligar pra tudo isso que tá acontecendo com ele, eu queria ser aqueles filhos que quando briga com os pais esquece eles pronto. Mas não dá, Baruk me machucou pra um caralho, mas não consigo odiar ele.

Tô com a minha mente a milhão, já cheguei a ir até o hospital umas cinco vezes, mas nenhuma delas eu tive a coragem de entrar lá. Eu tô com uma mágoa da porra dele ainda. Mas eu nunca imaginei que um dia veria ele em cima de uma cama de hospital.

Esses últimos dias eu tô caladão, tô só no meu quarto, não quero falar com ninguém, quero ficar na minha. Abrão até tenta puxar assunto, mas tô de boa quero curtir esse meu momento, na boa eu não tô nem me reconhecendo.

Pela primeira vez me tornei como o Baruk sempre quis. Solto um sorriso sem humor, esse desgraçado até entre a morte domina nois tudo. Levanto da cama com o celular na mão, vejo que tem várias mensagens da Ivy ela me contou sobre a briga com o Breno e ficou puta quando eu disse que ela tá errada na postura dela. Mas, fazer oque Ivy tá acostumada com todo mundo apoiando tudo que ela faz e quando alguém não fica do seu lado ela fica louca. Desço para a sala, vou direto para o sofá, escuto um barulho vindo da cozinha é a talarica vulgo cunhada.

- Bom dia. - ela solta uma risada.

- Bom dia. - pego o leite da geladeira

- Rael já foi? - ela me olha negando com a cabeça.

- Ele nem veio pra cá. Tá se matando lá no morro, disse que as paradas da contabilidade tá foda. - ela fala imitando a voz dele.

Esses bagulho sempre foi minha parte eu nunca ensinei eles a fazer nada pô nunca imaginei que ficaria longe do morro. Eu sou amarradão nessas paradas, desde menor eu sempre quis assumir o legado do Baruk, ficava fascinado vendo meu veio defender seu legado, desde menor sempre quis ser igual ele.

Ajudo a Claudia a arrumar a cozinha e volto para o meu quarto, Abrão tá ajudando o Breno no morro dele, ele já não aguentava mais ficar em casa sem fazer nada. Fico matutando uns bagulho, quando decido ir resolver umas paradas. Antes tomo um banho rápido, visto uma roupa qualquer, pego meu boné e minhas paradas, desço e tá tudo apagado aqui, pego a chave do carro e vou até o morro do Baruk.

Chego na entrada do morro, os menor já vem tudo feliz pro meu lado, uns me cumprimenta com aperto de mão, os mais chegados com abraço, deixo meu carro lá com eles e vou subindo o morro a pé memo, tava maluco longe daqui já, sou amarradão nesse lugar, umas tias vem falar comigo, os senhor tira onda com a minha cara, igual antes, falar pra tu, nasci pra morar aqui memo.

Chego na frente da boca os vapor já vem tudo falar comigo, fico batendo um papo maneiro com os menor, até que escuto o Rael dando um grito, dou uma risada e vou até lá falar com ele, abro a porta e vejo meu irmão com vários papéis e uma calculadora na mão, solto um sorriso de lado.

- Sai daí menor. - ele me olha e saí na mema hora.

- Tudo teu essa porra. - ele estica a mão apontando pra vários papéis.

- Aproveita e já resolve os bagulho das mercadorias.

- Folgado da porra. - ele solta um sorriso de lado.

- Tu ficou muito tempo de folga pô.

- Que porra é essa? - aponto pra um rascunho.

- Meu fi nois tá fudido, pra arrumar esse morro. Tamo sem grana, tá tudo bagunçado. Vamo ter que dar um jeito pra conseguir uma grana, vender mais mercadorias.

RENDIDA NO MEU CRIME Onde histórias criam vida. Descubra agora