CAPÍTULO 37

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                         Maristela

Meu celular desperta as seis horas da manhã, dou um pulo da cama logo, já que tenho que levantar, não gosto de ficar enrolando não.

Minha mãe entrou tanto nas minhas ideias com essa história de faculdade, que eu acabei me matriculando em uma, estou fazendo farmácia, não sei exatamente se é algo que eu quero, mas é uma área que eu curto muito.

Termino o meu banho e saio enrolada em uma toalha, visto uma calça jeans branca rasgada e uma blusa preta, eu sempre levanto mais cedo por conta do meu cabelo, arrumo ele em um coque bem no alto, faço uma make simples, passo perfume, desodorante, tá ótimo. Pego minha bolsa e desço.

Tomo um café rápido, como apenas um pão de sal com ovo e tomo café com leite, coloco uma maçã na bolsa e sigo meu caminho.

Vejo a tia Antonella entrando com uma sacola de pão, aceno pra ela e vou seguindo meu caminho.

Eu e Betina não se falamos mais, eu to ligada que peguei pesado com ela, mas não mentir não. Betina sempre foi toda certinha, pegava no meu pé pra porra e hoje em dia tá lá casada com trafica e grávida.

Vejo uns menor em uma esquina depois do morro fumando, paro pra bater um lero com eles, peço um baseado e fico ali curtindo a minha brisa.

Eu to pouco me fudendo pra esse caralho de faculdade, minha mãe não entende que eu não quero fazer nada disso, mas quem disse que ela me escuta. Se eu assistir a umas cinco aulas dessa matéria foi muito.

Sempre dou uns migué nela, fico pelas ruas, encontro uns menor pra usar umas maconha, beber...

Tô afim de curti minha vida, sem me preocupar com nada. Eu to ligada que ela quer que eu siga um caminho diferente, mas não nasci pra estudar não.

Tava ficando suave com o mestre, mas esse mané começou a pegar muito no meu pé, com uns papo de futuro, eu tô suave disso, o último cara que eu quis algo sério, me traiu com uma amiga.

Ele é até de boa, eu curtia meus baile, rodava o mundo e quando dava cinco horas da manhã eu ligava pra ele, ele me atendia e tava tudo certo, vinha e ficava comigo.

Tava assim por um tempo de boa, mas aí ele veio com os papo de me levar  pra conhecer os veio dele, tô afim disso não. Nesse dia ele me ligou setenta e oito vezes em seguida.

Aí ele veio com as fita que eu queria ficar com ele só nas escondidas, mas pô eu que já sou toda errada e mal falada se assumir um namoro com um traficante ia ser um B.O da porra.

Sem falar que eu tenho medo do que a família dele vai achar, por que todo mundo fala que a mãe dele não gosta da minha família, ele é filho do Pastor Ronaldo, tenho certeza que eles tinha outros planos para o filho também.

Fiquei sabendo que á família dele foi embora e estão morando em um sítio, só vem pra cá em dias de cultos, não deve ser tão longe daqui.

Teve uma vez que ele foi pego, ficou uma semana na delegacia, aí foi solto, tio formiga deu um jeito maroto de soltar ele e como sua ficha era "limpa" foi fácil, só pagar os cara certo.

Ele ficou fora durante um mês, os cana tava na cola dele e dessa vez se pegasse ia ser prisão na certa.

Ele ficou lá no sítio dos pais, até me chamou pra ir, mas fui nada. Tô de boa na minha. Depois disso nunca mais falei com ele.

Fico numa brisa da porra aqui, vejo meu celular tocar mas tô tão na noia que nem atender vou conseguir.

Eu tinha quinze anos quando fumei maconha pela primeira vez. Foi em uma pracinha que tinha perto da minha antiga escola. Tava cabulando aula com três patricinhas lá da barra, minha mãe sempre fez questão que eu estudasse nas melhores escolas.

RENDIDA NO MEU CRIME Onde histórias criam vida. Descubra agora