CAPÍTULO 55

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                               Rael

Tô numa correria do caralho, sem o Joca e Baruk tá tudo nas minhas costa e do Mauro, tamo se dividindo em cinco cada um, pra tentar erguer essa boca. Tô cansadão, tô tendo tempo nem de respirar, tô basicamente só vivendo pra arrumar a bagunça que o Rian deixou. Esse cara foi esperto, ele raspou todos os cofres e eu vou atrás de quem ele entregou toda a nossa grana.

Eu tô com a mente a milhão, eu e o velho Baruk sempre tivermos nossas diferenças, mas quero ele vivo pô. Eu tô com uns informantes lá no hospital tô ligado que o Heleno por ser da nossa família, não conta tudo, pra não deixar nois preocupados.

Vou todos os dias no hospital, falei pro Heleno não contar pra ninguém, eu não preciso expor oque tô fazendo. Eu já chego aqui com várias reclamações não deixo nunca de jogar na cara dele que a sua má escolha, quase acabou com o nosso morro. Parece coisa de doido ficar falando com uma pessoa que basicamente tá dormindo, mas a professora falou uma vez que ele escuta tudo, então fico aqui falando memo, eu tô ligado que se tentasse falar de outro jeito mais delicado e esses caralhos todo, não seria a gente, eu e Baruk somos assim e ninguém entende nada só nois.

Fico todos os dias só trinta minutos, não posso dá muita bandeira não, tô vindo memo por que ele é meu pai pô, parece até que tô fazendo terapia, eu venho conto tudo e vou embora. Tô indo direto pra boca, entro no carro e vejo que tem mensagem da professora ela me mandou perguntando se tô vivo, já que faz mó cota que não vou lá ver ela. Eu tô ligado que tô em falta com ela, mas não dá não. Tenho que me dedicar nas coisas da boca, não posso perder tempo não.

Respondo ela e aviso que tô bem, tô cheio de trabalho na boca, ela avisa que vai no morro hoje ver sua mãe e que passa na boca pra me ver, digo que tá de boa, deixo o celular de lado e me concentro no caminho. Chego na boca, deixo o carro lá em frente, entro na minha sala e vejo que tem uns papéis lá, faço uma careta, pego um cigarro e acendo, fico virado pra mesa de costas para a porta, vejo que ela é aberta, alguém vai se aproximando e me abraça por trás, suas mãos estão no meu peito fazendo carinho, eu tô ligado que não é a professora, eu tô tão pilhado na dela que até os seus passos que já sei como são, sei falar que ela nunca entraria em silêncio.

- Se não quiser perder os dois braços é melhor se afastar agora. - falo em um tom autoritário.

- Rael August... - viro rapidamente e vejo a professora.

Ela está de braços cruzados, com o rosto todo vermelho, batendo um pé no chão, ela me olha e olha pra vaca da Monalisa, essa porra voltou  pra me lascar memo. Olho pra Monalisa que tá me olhando com uma cara de cão que caiu da mudança, Cláudia se aproxima e a puxa pelo braço.

- Aproxima vez que tu encostar no que é meu, que picoto seu braço e faço uma galinhada prós cachorros. - Monalisa me olha assustada.

- Ela tá me machucando Rael. - ela fala com uma voz manhosa, Cláudia não deixa barato e aperta cada vez mais o braço dela.

- Se pronunciar o nome dele mais uma vez picoto todo seu aplique. - ela vai arrastando a Monalisa pra fora e a joga lá fechando a porta.

- Tá na hora dessas vagabundas me conhecer. - olho pra ela com uma cara debochada.

Cláudia Aparecida tem um metro de altura e quer pagar que malvada. Ela me olha e eu a puxo pela cintura, ela leva uma das mãos até meu pau e aperta, faço uma careta de dor.

- Se tu me fizer de besta, arranco teu pau fora. - ela solta e me puxa pra um beijo.

Fico um tempo ali curtindo minha nega, mas não posso perder muito tempo não, ela faz uma careta e vai embora. Volto pras papeladas e já tô loucão, sei como o Joaquim dava conta disso não, na moral. Vejo a porta se abrir e ele entrar, já levanto do lugar na mema hora, faço questão de deixar ele bem de boa resolvendo os B.O essa parte sempre foi dele memo eu prefiro matar, roubar, do que essa parte administrativa.

RENDIDA NO MEU CRIME Onde histórias criam vida. Descubra agora