CAPÍTULO 45

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                        Claudinha

Continuo parada no mesmo lugar, não consigo me levantar, meu corpo todo dói, sinto as lágrimas caindo, sinto uma dor enorme no meu coração.

Escuto passos se aproximando, fecho os olhos com medo de ser alguém que tenha o mesmo pensamento que ele.

A pessoa se aproxima, pelo cheiro eu sei que é ele... Rael me pega no colo, vai andando comigo as pressas, vejo ele pedindo pra alguém abrir o portão
Abro meus olhos e vejo que ele está me olhando fixamente seu olhar está cheio de dor, preocupação.

Rael senta no sofá comigo ainda em seus braços, ele começa a passar a mão em meu rosto, encosto meu rosto em seu peito, me sinto perdida. Sinto que ele está fazendo carinho em meus cabelos.

- Já pedi para chamarem uma médica que tem aqui no morro. - não falo nada.

Ele se levanta e me leva até o seu quarto, assim que me deita e percebe que estou com a minha roupa rasgada  vejo seu semblante mudar.

- A culpa é toda minha. - sua voz saí embargada.

- Não é tua culpa. - falo em um sussurro.

- Eu deveria ter ido te buscar, eu não deveria ter deixado você sozinha.

- Eu tô bem agora... - sinto as lágrimas descendo em meu rosto.

Rael deita sua cabeça em meu peito com bastante cuidado, me sinto um pouco mais segura com ele aqui.

A médica chega, pedi pra ele esperar lá fora. Conto pra ela tudo que foi feito por ele.

Ela me passa um remédio para dor e explica que tenho que ir no posto amanhã, fala também que como ele não chegou a penetrar o pênis, não vou precisar fazer tantos exames.

Agradeço ela e peço desculpas pelo horário, fico ali sentada tentando raciocinar tudo que aconteceu.

A porta se abre novamente e mainha entra despertada, ela me olha já com lágrimas do olhos.

- O minha fia... - ela me abraça forte.

Fico ali deitada em teus braços, eu não consigo acreditar que passei pelo meu maior pesadelo. Eu sinto um ódio enorme desse cara, não sou a favor a morte, mas a dele eu quero muito.

- Esse lugar não é pra gente não. - olho pra mainha.

- Vamos voltar pra nossa terra minha fia. - por um momento fico pensando na idéia de voltar para Bahia.

- Vem vou te levar pro banho. - ela me leva até o banheiro.

Sinto a água quente cair sobre meu corpo, mesmo assim ainda me sinto suja. Lembro das mãos dele passando por todo meu corpo, ele enfiando seus dedos em mim, me beijando.

Me ajoelho no chão, chorando, abraço meu próprio corpo. Sinto alguém se aproximando, olho por cima do ombro é o Rael, ele senta no chão e me puxa para os teus braços, fico deitada no meio das duas pernas, sentindo a água quente caindo entre nós.

Não consigo falar nada. Não consigo pensar em nada. Só consigo sentir uma dor enorme. Me sinto culpada, suja, estranha.

Rael passa a mão em meus cabelos, sei que deve está sendo difícil pra ele também toda essa situação. Mas hoje, não consigo ser forte.

- Eu nunca mais vou sair do seu lado. - fico quieta.

Eu não sei oque fazer, talvez aqui não seja mesmo o meu lugar. Mainha tem razão, talvez o melhor seja voltar para a nossa terra.

RENDIDA NO MEU CRIME Onde histórias criam vida. Descubra agora