CAPÍTULO 07

1K 161 49
                                    

                       Joaquim

Acordo mais um dia às sete horas da manhã, na verdade sou acordado como todos os dias. Meu pai faz questão de me acordar, na realidade ele quer que eu seja igual o Rael, 24 horas focado na porra da boca. Mal sabe ele como isso tá afetando meu irmão, na verdade agora tá todo mundo vendo isso.

Sou o segundo filho, cresci vendo toda atenção e credibilidade sendo voltada pro Rael, pra ser sincero não ligo, ele sobre uma pressão da porra, principalmente por conta das fitas do morro. O sonho do Baruk é que nós dois fique no comando junto, igual foi meu avô e o irmão dele, ele e o tio Mauro, o legado tem que continuar...

Eu me amarro nessas paradas ta ligado?! Faço de tudo pra manter tudo nos conformes e mesmo o Rael sendo bem fechado, a gente se dá bem pra porra. Meu turno é sempre na parte da tarde/noite, Rael ta ligado que não funciono de manhã, nasci pra acorda cedo não. Como todo dia levanto na força do ódio, tomo um banho rápido, visto uma camisa, uma bermuda, coloco meu boné na cabeça, calço meu chinelo e desço já encontrando minha mãe na cozinha, dou um beijo na testa dela e saio indo na padaria, compro várias paradas, tô com uma fome da porra.

Assim que entro em casa, já vejo o general Baruk na atividade, bravao falando no celular, faço um toque com a cabeça pra ele e sigo meu rumo até a cozinha, minha mãe dar um sorriso de lado quando vê que eu comprei sonho pra ela, essa mulher é loucona nisso.

- Por isso é meu filho favorito. - dou uma risada irônica, todo mundo sabe que ela tem uma apego maior pelo Rael, por conta desse jeito dele.

- Tu finge que me engana e eu finjo que acredito. - ela me dar um tapinha e senta ao meu lado na mesa.

- Você podia fazer umas sobremesas hoje né? Faz tempo que não cozinha. - tem uma coisa que eu me amarro é cozinhar, principalmente doces.

- Ele é cabra macho, tem tempo pra essas paradas não. - Baruk é o cara mais machista que eu conheço, pega no meu pé direto

- Isso não vai fazer ele menos homem. - minha mãe responde na lata, olhando séria pra ele

- Ele tem os bagulho do morro pra resolver, tem tempo pra isso não. - continuo tomando meu café, ao contrário do Rael, eu sempre escuto tudo calado.

Sempre foi assim, nunca fui totalmente eu por medo de julgamentos, ser filho de traficante é bom pelo dinheiros fácil, mas as paradas de outro ângulo é bem complicada. Levanto da mesa, vou até meu quarto, escovo meus dentes, pego minha arma, carteira e sigo meu rumo, hoje vou ajudar o Breno lá no árvore, tá tendo uns desvio de dinheiro e vamo pegar os vacilão hoje.

Assim que chego já vejo Maristela passando os vapor tudo olhando pra ela, vou falar pra tu a nega é linda demais. Vejo que ela tá olhando pra um rapaz e já olhando pra ela negando com a cabeça, essa daí mira sempre nos pior, o Matias é matador, um dos melhores soldados que tem aqui. Ele dá umas olhada também, mas o bicho é esperto ele sabe que mexer com ela e a Betina é morte na certa. Me aproximo dele e faço um toque ela vem e me dar um abraço, joga um Papinho e já arranca 500 conto meu pra ir pro shopping.

Entro na sala do Breno e ele já tá virado no capiroto, vejo o tio formiga dando umas nele, o foda que temo sempre que deixar tudo nos conformes, se não os três aposentados vira o bicho. Faço um toque com o formiga e ele sai da sala, pego um cigarro de maconha e acendo, sento numa cadeira de frente do Breno, que tá com os olhos fechados, mãos cruzadas e respirando fundo.

- Fica suave que vamos achar o vacilão. - dou um trago no cigarro

- Esse filha da puta tá me tirando já. - ele me olha e estende a mão pegando o cigarro, ele dar um trago e me devolve

- Já pensou em alguém? - ele me olha e respira fundo.

- O foda que as duas vezes que sumiu dinheiro, foi nas vez que a Betina ofereceu ajudar aqui. - olho pra ele sem querer acreditar

- Ela não ia precisar roubar pô. Sempre pega o valor que quer. - ela e Maristela são bem mimadas, as duas sempre tiveram tudo que queriam

- Eu tô ligada nisso. Mas tô achando ela estranha esses tempos pra cá. - fico ali matutando essas idéias e decido ir atrás da vacilona pra conversar.

Deixo o Breno lá, se ele fosse conversar com a menina já ia chegar metendo o terror nela. Assim que chego vejo a tia Antonella na sala, ela abre um sorriso e eu vou até lá, dou um beijo em sua testa, fico fazendo uma hora com ela e subo pro quarto da ladra. Assim que abro a porta ela já me olha desconfiada, essa daí serve pra ser bandida não, já se entregou na hora.

- Desembucha. - falo me deitando na sua cama e ela me olha fingindo não entender nada.

- Eu tô ligada que foi você e vou te ajudar, porém quero a verdade. - ela abaixa o olhar e percebo que tá ficando nervosa

- Eu nao fiz por mal... - ela me olha e seus olhos estão lacrimejando

- Foi algum vagabundo que te fez fazer isso? - ela nega com a cabeça

- Eu... - ela começa a me contar toda a parada e vou falar pra tu, já basta mesmo bagulho, agora tenho que resolver essa fita dela.

- Fica de boa que vou dar meu jeito. - deixo ela lá e vou até o banco, pego a grana que foi roubada e levo ate lá

Breno entra e senta do meu lado, Betina entra e fica olhando pro irmão, que tá olhando sério pra ela.

- Você viu que eu organizei aqui? - Breno concorda com a cabeça

- Não tô achando mais nada nessa porra. - Ela cruza os braços e faz uma cara de sinica

- Tá fácil meu filho. As anotações tão Ali naquele armário, o dinheiro que tava naquele cofre sujo, eu coloquei naquela parede falsa. - Breno me olha e se levanta, vai até onde deixei o dinheiro e volta soltando um suspiro aliviado.

- achamo essa porra. - ele fala mostrando pro formiga que entrou bem na hora.

- Onde tava? - tio formiga é esperto.

- Foi eu pai, eu arrumei aqui que tava um zona e guardei no fundo falso, eu achei que era ali que colocava. - ela vai até ele e dar um abraço, formiga é loucão pela Betina, nunca levantou uma mão pra ela, quero nem imaginar quando ele descobrir oque ela tá fazendo.

Já que tá tudo nos conformes, deixo eles lá e pego meu rumo, subo na minha moto e volto pro morro do amor, já tá passando da hora do almoço, então decido parar num barzinho daqui. Vejo que o Rael tá lá e me aproximo, ele me olha e balança a cabeça, me sento do teu lado e fica um silêncio danado, como sempre.

- Resolveu lá? - ele pergunta dando uma colherada na comida

- Foi a Betina cabeçuda. - conto pra ele oque rolou e ele dar risada. Betina e Maristela são as únicas que conseguem fazer oque quer com o Rael, essas duas são paparicadas demais. Depois de comer pra caralho, pego meu rumo até a minha casa, hoje é minha folga, quer dizer, até o general Baruk descobrir.

Entro em casa e ta tudo vazio, subo pro meu quarto e tomo meu banho na minha paz, saio com uma toalha enrolada na cintura, visto minha roupa, calço meu chinelo e sigo meu rumo, dou uma disfarçada pra ver se não tem ninguém xeretando e entro no meu destino...

Boa noite meus amô ♥️

Deixe seu comentário e estrelinha ⭐♥️

RENDIDA NO MEU CRIME Onde histórias criam vida. Descubra agora