CAPÍTULO 52

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                           Marjorie

Já se passaram duas semanas que o Baruk está em coma, ainda não fui visitá-lo, não consigo. Eu amo esse homem demais, está sendo as duas semanas mais agoniante de toda a minha vida. Mas não tive coragem de ir até lá ainda. Baruk me magoou muito eu não consigo esquecer tudo que aconteceu. Saber que ele pode não sobreviver me deixar sem chão, ele é a pessoa mais idiota que eu conheço, mas é o meu idiota.

Todos os dias o Heleno me liga, pedir para ele me deixar informada sobre toda a situação. Essa madrugada fui acordada com uma lembrança nossa, me recordei do dia da nossa primeira noite juntos, como ele gosta de dizer nossa primeira noite dos três dias de pau e água.

Solto um sorriso de lado, sentindo as lágrimas caindo, Baruk não faz idéia do tamanho do meu amor por ele. Eu não me lembro de como eu sou sem ele, Baruk foi meu recomeço, ele sem dúvidas é o motivo deu ter tido uma segunda chance. Se não fosse a idéia do Joaquim em me dar para ele como presente, minha vida não teria tido tantas mudanças, eu não teria tido meus dos amores Rael e Joaquim sou apaixonada neles.

Mas tô magoada! Baruk é a única pessoa que conseguiu despertas todos os tipos de sentimentos possíveis em mim. Ele mexeu com um dos meus, ele machucou o meu filho! Isso eu não sou capaz de perdoar, mesmo com todo amor que eu sinto por ele.

Esses últimos meses eu me tornei uma pessoa totalmente diferente, minha cabeça agora é outra, minhas atitudes também. Comecei a cuidar mais da minha empresa, do meu consultório, comecei a cuidar mais até mesmo mais de mim. Eu passei anos me dedicando em ser uma boa esposa e uma boa mãe, não parei pra pensar em como isso estava me desgastando.

Comecei a sair mais, hoje em dia eu passo horas no salão, gasto dinheiro comprando roupas e coisas que não preciso, eu tô me sentindo livre, tô me sentindo bem.

Só que ao mesmo tempo percebo que nada disso preenche o vazio que eu estou sentindo. Eu amo minha família os meninos vivem na minha casa, Joca tá morando comigo junto com o mino dele, Cláudia passou por um momento complicado, então está na minha casa esses dias, Rael vive aqui, ele está me deixando bastante contente com sua nova versão, essa menina tá sendo uma luz na vida dele. Mas eu sinto falta do meu Baruk, sinto falta das suas loucuras, das suas pérolas, sinto falta da gente.

Faço uma careta sentindo uma dor de cabeça, vou até o banheiro e pego um dipirona, sempre deixo os remédios por aqui fácil de achar. Volto para a minha cama e pego minha garrafinha de água, coloco o comprimido na boca e logo em seguida tomo um gole de água. Odeio tomar remédio em comprimido, eu prefiro tomar direto na veia. Baruk sempre me dava um chocolate pra me incentivar em tomar qualquer remédio que eu precisava. Dessa vez eu não tive esse incentivo, não tive ele aqui soltando alguma gracinha.

Todos os dias eu sinto sua falta, mas hoje tá demais. É como se eu estivesse  pressentindo algo. Meu coração está apertado demais. Pego meu celular e ligo para o Heleno, são apenas cinco horas da manhã, mas não vou ficar em paz até ter notícias dele.

LIGAÇÃO ON:

- Desculpa pelo horário. - falo sem jeito.

- Não tem problema, ia te ligar de qualquer forma. - sua voz está em um tom preocupado.

- Tá tudo bem? - sinto minha voz embargar.

- A atividade cerebral dele está oscilando, por sorte ainda não está em zero. - sinto minha respiração falhar.

- Graças a isso ainda temos esperança do caso dele ser reversível.

- O caso do Baruk é um caso muito delicado. Ele tá lutando pra viver, eu sei que ele vai conseguir. - sinto uma ponta de esperança em sua voz.

RENDIDA NO MEU CRIME Onde histórias criam vida. Descubra agora