CAPÍTULO 29

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                         Joaquim

Já vai fazer um mês que tô morando na Barra, tá eu, Abrão e minha mãe. Vou confessar algo, tô sentindo falta pra porra do meu morro, gosto pra caralho de traficar, foda que Baruk é um cabeça dura machista.

Dona Marjorie tá de boa até, tá indo mais vezes pra sua empresa, pelo que eu soube ela tá pensando em abrir seu consultório psicológico aqui perto, vai atender mães, dona de casa, que estão precisando de apoio.

Isso que me orgulha nela, usa suas dores para ajudar outras pessoas. Falar pra tu, cresci ouvindo tudo que ela passou, ela é foda demais.

Rael continua o mesmo, eu soube que ele virou a cabeça novamente com a Claudinha, algo me diz que tem dedo de Baruk nisso.

Ele colocou o sobrinho dele lá na boca pra ajudar o Rael, pensa como meu irmão tá possesso com essa história toda. O muleque é todo emocionado, tá usando a fama de traficante pra tirar proveito, pegar mulher e ter dinheiro fácil. Já tô até vendo onde isso vai dar.

Baruk como sempre colocando o Rael se escanteio, foi assim quando fez a Madá ir comandar o árvore, não que ela não mereça, mas nois sabe que ele fez isso pra contrariar.

Tava sozinho em casa, decidir fazer um rango, gosto de cozinhar quando tô pensativo. Faço uma lasanha, arroz, salada de batata e aproveito para fazer um pudim. Como tô sozinho hoje, Abrão foi passar um tempo com sua família em uma cidade vizinha.

Ligo para a Claudinha e a convido para vim comer comigo, sem dúvidas ela aceita na hora. Já fala que tá na rua esperando o Uber, essa menina é doida.

Aproveito que já está tudo feito e vou lá pro quarto tomar um banho. Me lembro que aqui não tem nada pra tomar, decido mandar a Claudinha comprar no caminho.

Mando a mensagem e entro no banheiro, tomo um banho rápido, só pra tirar o suor, visto apenas uma cueca e um shorts, passo desodorante e perfume, tá ótimo já, é só a talarica que vai vim.

Desço pra sala e fico vendo umas coisas no Instagram, Cláudia tá vindo de jegue só pode. Escuto umas batidas na porta e acho estranho, o porteiro não ligou avisando... Puta merda, se for... Abro a porta e vejo o Rael, era só oque me faltava.

- Irmãozinho, tá fazendo oque aqui? - ele me olha estreitando os olhos.

- Aqui é a casa da minha mãe também, vacilão. - ele senta no sofá e estica os braços apoiando na parte de cima.

- Tô esperando uma pessoa... - ele me olha e solta um sorriso sem humor.

- Tu tá botando chifre no Abrão?

- Vai tomar no seu cú! Claro que não!

Ele estende o braço e pega um pouco de amendoim que tem em cima da mesinha. O interfone toca e eu vou lá atender, libero a entrada e já fico esperando a 3 guerra mundial.

Claudinha bate na porta desesperada e eu vou lá atender, ela me ver e abre um sorriso, me dar um abraço e sinto seu corpo todo se arrepiar, sinto suas unhas afiadas me machucando, faço uma careta de dor.

- Oque ele tá fazendo aqui? - ela fala em um sussurro nada baixo.

- Eu não sei! Não chamei ele!

- Eu tô ouvindo tudo caralho! - escuto a voz do Rael vindo lá do fundo.

Claudinha me solta e fica parada no mesmo lugar, pego as sacolas em suas mãos e levo até a cozinha, ela vem atrás de mim e tá parecendo até minha sombra, onde eu vou ela vai atrás.

- Mulher, fica parada em um lugar só!

- manda ele embora. - ela aponta pro Rael que está na sala.

- Aqui é casa da minha mãe também. - esse menino é concentrado no jogo e prestando atenção na nossa conversa.

Coloco as panelas pra dar uma esquentada, enquanto isso vou arrumando a mesa. Os dois se aproximam e se senta, o clima tá bem tenso.

Coloco minha comida e fico ali na minha paz, claudia se serve e Rael logo em seguida, na mesma hora os dois fala:

- Tem farinha? - dou risada deles.

- Qual foi? Só como uma farinha! - nessa hora eles me olham fazendo uma careta.

A porta se abre e eu vejo o Abrão entrando, dou um sorriso de lado, ele se senta ao meu lado e começa a comer com a gente. Depois da nossa janta super estranha, vamos para a sala.

Tá caindo o mundo lá fora, Claudinha olha para a janela e faz uma careta. Rael se levanta, pega sua chave e me olha.

- Tô indo nessa! Fala pra Marjorie que ela demorou pra porra. - olho pra ele negando com a cabeça.

- Tá doidão?! Tá chovendo pra porra e você tá de moto. Marjorie mata você. - ele estreita os olhos.

- Tu tá ligado que não posso ficar muito tempo fora.

- Já tá tarde pra porra e hoje tu não trabalha.

- O gente, eu vou embora como? - olho pra Claudinha que tá desesperada.

- Dormem aí! - Abrão solta uma risada.

- Bom já estamos indo para o nosso quarto! Dona Marjorie tranca o dela, então só tem o de hóspede ou a sala. - minha mãe deixo o dela aberto, mas gosto do estrago.

Deixo os dois lá e vou para o meu quarto com o Abrão.

- Voltou antes por que? - olho pra ele que tá deitado com a barriga para baixo.

- Precisamos conversar... - já cruzo os braços olha pra ele.

- Vou ter que ficar um tempo lá com a minha mãe... - olho pra ele sem entender.

- Minha avó tá com começo de alzheimer e minha mãe não tá dando conta de tudo sozinha. Tem meu pai também... - o pai dele sofreu um acidente e ficou paraplégico.

- Vai ficar quanto tempo? - ele passa a mão no rosto.

- Então... Na verdade quero ver se tu tá afim de ir também. - solto um sorriso de lado.

- Se não me chamasse, ia arrancar teu pinto fora. - ele dar uma risada.

- Vamos amanhã cedo, já comprei as passagens. - ele solta um sorriso de lado.

- Porra! Vou arrumar meus bagulho. - começo a arrumar minha mala e antes de tudo mando uma mensagem para a Dona Marjorie que até agora não chegou em casa.

Ela avisa que está na empresa com a tia Ivy e como tá chovendo muito, vão passar a noite em um hotel que tem ali perto. A dona encrenca reclamou um pouco, dizendo que iria ficar sozinha... Mas depois entendeu o motivo.

Volto para o quarto e o Abrão já está capotado. Deixo tudo organizado para amanhã e decido ir dar uma olhada, em Rael e Claudinha.

A porta está trancada, aparentemente os dois não estão brigando, já é um bom começo, escuto a Claudinha gargalhar e o Rael soltar um " vai tomar no seu cú."

Bom, pelo visto tá tudo bem ali. Volto pra o meu quarto e vejo que está bem tarde, vamos ter que sair daqui as cinco horas da manhã. Apago a luz e me deito na cama, tô tão cansado que capoto.

Boa tardeeee 🌻

Deixe sua estrelinha e comentários pra saber oque tá acontecendo com Rael e Claudinha, no quarto ao lado.

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