Capítulo 54 - Raio de Sol

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Como sempre três Nongs estavam espalhados na cama de Team, que tinha um olhar cansado e preocupado, ele estava ciente de que não poderia colocar seus irmãos em uma redoma de vidro e, que um dia teria que deixá-los ir, mas isso o deixava apavorado, tinha medo de que se machucassem e, muito mais do vazio que eles deixariam para trás, aquele era seu mundo, o que o mantinha de pé diante de qualquer dificuldade e não sabia o que faria sem eles. Intoch olhou para seus irmãos que esperavam pacientes por seu pronunciamento, eles jamais o pressionariam, ficariam sempre em um apoio silencioso, até que estivesse pronto a compartilhar o que estava sentindo.

- E- Eu quero confiar nos sentimentos dele. - Intoch disse por fim.

- Ele pareceu sincero....- Pharm ponderou olhando o irmão. - P'Kao não recuou quando pressionamos. - Declarou ele fazendo um pequeno sorriso se espalhar no rosto de Intoch.

- Não tenha medo de se jogar. .. Estaremos sempre aqui por você. - Manaow acariciou a cabeça de Intoch.

- Eu vou ficar bem Phi.... - Intoch pousou o dedo indicador, massageando as rugas de preocupação que se formavam na testa de Team. - Você nos ensinou a sermos fortes, não se preocupe demais, não vou quebrar facilmente. - Ele riu para o irmão em uma promessa.

- Vocês podem já serem crescidos, mas sempre serão meus irmãozinhos, então não me peça para não me preocupar com vocês. - Team resmungou fazendo um bico fofo. - Eu vou cuidar sempre de vocês. - Ele falou sério.

- Nós sabemos! - Os três Nongs responderam rindo. - E, não esqueça que também cuidaremos de você. - Pharm falou sério, pois o irmão sempre queria carregar o mundo sozinho e, isso os preocupava.

- Hum... Vamos dormir que amanhã o dia será longo. - Team falou se deitando e os demais o seguiram.

Na manhã seguinte, todos se sentaram a mesa para tomarem o café da manhã juntos. O som barulhento costumeiro de conversas, piadas e risadas preenchiam toda a sala. Kao observava tudo de maneira especial, em casa ele tinha suas refeições normalmente sozinho, quando tinha sorte ainda conseguia trocar algumas palavras com sua mãe, o sênior tinha que admitir que aquilo era muito triste, um contraste total com aquele ambiente que estava experimentando no momento. Aquelas pessoas ali reunidas podiam ter problemas, histórias de vidas amargas e, carregarem feridas não cicatrizadas em seus corações, mas se aquela casa não exalava o puro amor, a compaixão e a solidariedade, Kao não sabia onde poderia encontrar tais sentimentos misturados de forma tão substancial, de forma tão encantadora aos olhos e ao coração de qualquer um.

- É tão bom não é P'Kao? - Pay adivinhava o que tinha por trás daqueles olhos brilhantes do jovem ao seu lado. - É bom não se sentir sozinho, certo?- Ela completou.

- Sim ... - Ele concordou. - E, você em algum momento sente saudades de casa? - Ele questionou a menina.

- De casa não. - Ela ponderou. - Lá era sempre frio e vazio, aqui me sinto aquecida e como pode ver... nunca estou sozinha. - Ela riu com gosto. - Sinto Falta dos meus pais as vezes, pois mesmo eles sendo pessoas horríveis são meus pais... - A menina se lamentou. - Mas a minha nova família me é suficiente e, quando meus pais estiverem dispostos a mudar estarei lá para eles. - Ela afirmou.

-N'Pay cresceu muito!- Kao admirou a visão da menina.

Naquele dia ao invés de irem a Universidade, os Nongs acompanharam Kao ao hospital, no intuito de verificar se a prima do sênior estava em condições de lhes fornecer o máximo de informações possíveis para tentarem, com seus contatos nas ruas, descobrirem o paradeiro da criança desaparecida. Depois do choque inicial, Kao teve o ânimo levantado após sua estadia aconchegante com aquele grupo, afinal, todos eles conseguiram ultrapassar suas mazelas e, isso encheu seu coração de esperança, além de ter tanto apoio do Nong que lhe roubava o sono. Os cinco jovens conversaram com a equipe médica que tratava de Lawan, para ver se a conversa não afetaria o estado de saúde da moça. E, como haviam dado um calmante leve para a paciente e o médico junto com uma enfermeira ficariam no quarto por precaução, os jovens entraram para vê-la. Ao avistar o primo os olhos de Lawan se encheram de lágrimas e, ela se segurou para não ter que ser sedada novamente, a única coisa que importava naquele momento era encontrar seu pequeno raio de sol.

- P'Law... esses são alguns amigos meus, N'Intoch, N'Team, N'Pharm e N'Manaow. Eles tem muitos contatos por BangKok e, irão nos ajudar a encontrar a sua filha. - Kao estava com a voz embargada enquanto segurava firme a mão da prima que acenou afirmativo.

- P'Lawan sabemos que é difícil, mas quanto antes tivermos todos os detalhes, mais rápido poderemos encontrar a criança. - Team argumentou. - Leve seu tempo, mas nós conte todos os detalhes que lembrar do acidente. - Ele pediu.

- Sim, eu farei tudo para encontrar meu bebê. - Lawan disse em uma voz baixa.

- Como é a criança, como se chama e como foi o acidente? - Pharm questionou tirando um bloco de notas.

- Minha pequena Sanoh tem 08 anos, é miúda, cabelos pretos e muito esperta. - Lawan fungou emocionada ao lembrar de sua pequena. - Nós vínhamos tranquilas eu estava sendo cuidadosa, pois havia chovido, mas dois carros viram correndo... pareciam que estavam fazendo um racha, um deles nos acertou e rodopiamos ... Eu só vi um caminhão vindo em nossa direção então consegui soltar seu cinto de segurança e empurrá-la para fora antes da outra batida que saiu arrastando o carro. - As lágrimas já se faziam presente no rosto dela, a enfermeira checou seus sinais e estavam levemente alterados, mas nada alarmante.

- Qual o local do acidente? - Manaow perguntou com calma.

- Nós paramos em Nakhon Sawan para esperar a chuva passar e depois seguimos a estrada principal para chegar a BangKok.... Não sei ao certo em que altura...- Lawan tentava se lembrar de todos os detalhes, mas os Nongs se entreolharam incrédulos.

- P'Kao quando ocorreu esse acidente?- Intoch perguntou alarmado.

- Cerca de 6 meses, P'Law está aqui desde então.... - Kao respondeu se lamentando pelo tempo que perderam na busca.

- Ohhhh ... não pode ser. - Intoch estava pálido mexendo no celular e, depois de alguns segundos virou o aparelho para Lawan. - É possível que essa seja sua filha? - Ele perguntou com urgência.

 - É possível que essa seja sua filha? - Ele perguntou com urgência

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- Sim, Sim é ela. - Lawan gritou apressada. - Oh por Buda vocês sabem onde ela está... por favor digam que ela está bem e vão traze-la para mim. - Ela implorou, a pedido do médico a enfermeira aumentou um pouco mais a dosagem de calmante fazendo a euforia da paciente diminuir.

- Como... de quem se trata? - Kao ficou confuso e Intoch virou o telefone para ele com um sorriso. - Kanda?- Ele ficou surpreso e começou a chorar como a prima. - Ela não poderia estar em melhores mãos, prima! Eu a conheci, está saudável e alegre. - Ele a tranquilizou.

- Mas porque a chamou de Kanda? - Lawan agora ficou confusa.

- É assim que a chamamos. - Team começou a explicar. - Nós a encontramos vagando na estrada com arranhões e uma contusão na cabeça, provavelmente feita quando ela caiu do carro e, isso lhe causou amnésia. - Ele contou e Lawan começou a se culpar.

- P'Lawan fique calma você provavelmente salvou a vida dela e, tirando a falta de memória a pequena está bem e feliz, ela mora conosco e é muito amada. - Manaow confortou a moça.

- Quando poderei vê-la?- Lawan tinha urgência.

- Que tal melhorar um pouco para não assustá-la? Não sabemos qual será a reação dela ao te reencontrar e, precisamos cuidar da saúde das duas. - Pharm ponderou e foi com muita tristeza que Lawan concordou, a saúde da filha era muito mais importante que sua saudade.

- Eu não sei como poderei agradecer a vocês!- Lawan olhou para os Nongs de coração cheio de gratidão.

- Não precisa, Kanda... ou Sanoh é nossa princesa e faremos tudo por sua felicidade. - Intoch sorriu para ela.

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