O grupo se dividiu para dar conta de suas tarefas, Pruk e Kao se ofereceram para ir acompanhar Ae e Can para buscar as crianças na casa abandonada, mas por mais que quisessem realmente ajudar, o que mais os moveram foi a curiosidade de saber onde seus pequenos haviam passado antes de conseguirem um lugar adequado para morar. Já Pay e Win resolveram acompanhar Boss e Team ao hospital para fazer o reconhecimento do corpo do Tio do fotógrafo. Os demais, com Dean e Del a tiracolo, voltaram para casa com o intuito de arrumar tudo para a chegada das novas crianças. Assim, cada equipe seguiu seu caminho já pensando a melhor forma de executar sua missão.O grupo que voltou para a mansão dos Anjos, teve a tarefa mais fácil, comunicar aos demais residentes da casa e seus tutores o que estava acontecendo e, informar da chegada de três jovens. Então já foram chegando e reunindo a todos para o pronunciamento, como chamou Intoch, enquanto Pharm ligava para os tutores. Logo depois, uns foram limpar o quarto, arrastar camas e arrumar roupas que servissem nós garotos, enquanto Pharm foi ajudar na cozinha para prepararem um bom jantar de boas vindas, pois sabe-se lá, quando foi a última refeição decente que eles tiveram e, eles queriam que os meninos se sentissem acolhidos, além de lhes agradecer pela grande ajuda para acabar com aquela rede de drogas que estava matando muitos jovens, na guerra pelo território de venda e pelo seu consumo com seus malotes batizados.
Na rua, Ae e Can sinalizam para Pruk e Kao estacionarem atrás deles e, assim que os rapazes saem do carro e se aglomeram na calçada os mais novos pedem para que os sêniores caminhem com eles o mais rápido e silencioso possível. Acatando todas as orientações, os nadadores vão andando, sem deixar de perceber ao redor, não parecia uma boa vizinhança e, eles começaram a duvidar se aquela ideia teria sido boa, mas já não tinham outra alternativa além de ir a frente. A situação piorou quando, depois de cruzarem por três ruas eles entraram por um beco cheio de lixo, parando no portão da última casa do local. Pruk e Kao olharam o mausoléu caindo aos pedaços com cara apreensiva, Ae foi na frente seguido pelos seniores, enquanto Can vigiava, seguindo em seguida.
A vista do quintal mal iluminado, pelas escassas lâmpadas dos postes da rua, não ajudou a melhorar a opinião dos mais velhos, mas como os pequenos pareciam conhecer bem o terreno, eles os guiaram tranquilos, rodeando a casa. Quando chegaram nos fundos, Ae puxou duas tábuas, que pelo mínimo esforço que o garoto fez já deviam estarem soltas e, eles se agacharam para adentrar no lugar. Ajustando a vista eles seguiram as fracas luzes das lamparinas, até ao que deveria ser uma sala de estar. Ae e Can foram na dianteira, o último bateu três vezes em uma das paredes de forma cadenciada e, não demorou muito para três criaturas assustadas aparecerem, oriundas de uma porta lateral abaixo da escada, quase imperceptível. Os meninos sorriram ao reconhecerem os irmãos a frente, pareciam realmente aliviados.
- Sawadee! Que bom que vocês conseguiram chegar aqui em segurança! – Can exclamou ao abraçar os meninos feliz. – Esses são nossos Phis, são de confiança. – Ele fez as apresentações devidas. - P’Team pediu para virem conosco para casa. – O menino informou com um sorriso.
- Não seria melhor ficarmos aqui? – Pound, o líder do trio, questionou incerto.
- Esse é um ponto de refugio conhecido, a maioria sabe que vamos manter suprimentos e remédios aqui para o caso de precisarem em uma emergência. – Ae explicou ao garoto. – Ainda não sabemos se vocês foram visto ou não por alguém, então, conosco vocês estarão mais seguros. – Ele argumentou.
- Não sejam difíceis, é para segurança de vocês! – Can resmungou. – E, se não vierem conosco, P’Team e P’In irão vir pessoalmente buscar vocês... – Ele ameaçou levantando uma sobrancelha de forma a desafia-los e, os garotos trocaram olhares, depois concordaram e, sumiram para pegar suas coisas.
- Bastante persuasivo... – Pruk riu depois que os meninos saíram. – Coitado de você! – Ele bateu no ombro de Kao, debochando do perigo que o amigo corre por estar namorando estar namorando um dos citados.
- Se eu fosse P’Pruk, não riria... P’Manaow não fica atrás. – Ae deu uma leve risada e seu irmão acenou concordando, eles fizeram o sorriso de Pruk acabar e, outro surgir no rosto de Kao.
- E, o que os Phis acharam da nossa primeira morada em Bangkok? – Can questionou aos seniores antes de sair.
- Bem ... Apesar do que se vê por fora... dentro parece bom... um pouco triste... – Kao rolou meio incerto.
- Aqui pode ser tudo, menos triste P’Kao! – Ae disse com a voz firme. – Para quem está na rua, sem rumo... isso aqui é um ponto de esperança! – O menino afirmou com o olhar amoroso. – Nós pensamos que iríamos morrer nas ruas, sem dinheiro, sem lugar para se abrigar... e, por sorte nossos Phis nos encontraram e acolheram aqui, onde é quente, onde dividiram o pouco que tinham com quem não tinha nada... Por isso, sempre deixamos esse lugar arrumado e abastecido, para devolver a esperança a outros como nós. – Ele sorriu enxugando as poucas lágrimas emotivas.
- E, ainda foi muita sorte nossa os Phis já estarem estabelecidos aqui quando chegamos na cidade, eles já moraram em lugares piores depois que saíram do orfanato. – Can lembrou para compartilhar. – Já ficaram em pontes, construções abandonadas, becos... Tudo ao relento, mas era muito mais perigoso por terem P’Manaow com eles, pois eram lugares, muitas vezes, compartilhados com outros grupos, então eram embates constantes para mantê-los longe dela, assim eles procuraram até encontrar um lugar seguro para ficarem. – O menino relatou deixando os dois mais velhos mudos, apenas agradecendo mentalmente pelo universo ter protegido aquelas pequenas almas.
Quando os três garotos regressaram, eles partiram em silêncio, os mais velhos estavam digerindo toda a informações que obtiveram do passado de seus amores. Kao e Pruk sabiam que os Nongs tinham tido uma jornada muito árdua, mas ver essa realidade com seus próprios olhos faziam seus corações doerem e se orgulhar, porque suas crianças sempre foram guerreiras e, se mantiveram firmes de corações solidários, dispostos a ajudarem a todos. Esse pensamento só reforçava o amor que eles tinham por seus Anjos e, fazia mais forte a promessa de suas almas de serem pessoas melhores para servirem de base de apoio dos pequenos, além de os fazerem felizes.
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Anjos da Noite
FanfictionTeam integra um grupo de órfãos que lutam por sobrevivência e, para defender outras crianças para que não sofram as mesmas perdas e agressões que eles sofreram um dia. Foram tantas decepções que eles não acreditam em mais ninguém além deles mesmos. ...