Capítulo 81 - Paredes Invisiveis

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Os quatro jovens chegaram no hospital para reconhecer o corpo do tio de Boss. O local estava um pouco tumultuado com muitos polícias escoltando os usuários que foram pegos na batida da força tarefa. O paí de Win, logo apareceu com seu subchefe, para falar com eles. Pay estava assustada, segurando firmemente a mão do namorado, eram muitas pessoas desorientadas no corredor, que a equipe médica tentava o seu melhor para conte-las junto com os policiais. Os três rapazes bloquearam em volta da menina para que pudessem passar sem ninguém invadir seu espaço pessoal. E, rapidamente eles chegaram até os responsáveis pela operação para obter as orientações necessárias para verificarem o morto e, saírem daquele show de horrores.

- Sentimos muito pelo o ocorrido... tentamos salva-lo, mas não foi possível... - O chefe Noppanut se dirigiu a Boss.

- Bem... Tudo isso foi uma escolha dele, não se lamentem... - Boss respondeu centrado. - Não o vejo a muitos anos... desde que ele tentou me dar em troca de perdão de suas dividas, então não é como se nutrisse bons sentimentos em relação a ele. - O rapaz deu de ombros, sendo sincero.

- Entendemos... - O subchefe falou escondendo seu choque, ele sempre ficava assim quando se aproximava dos Anjos. - Seu nome foi a última coisa que ele nos disse antes de convulsionar... - Ele explicou e, o menino apenas acenou com a cabeça. - Se você puder me seguir fechamos logo essa burocracia. - O senhor seguiu para o fundo do corredor com o rapaz atrás dele, os outros três jovens ficaram esperando seu retorno.

- E, os meninos? - O Sr Noppanut perguntou preocupado.

- Seguros, a caminho de nossa casa! - Team o tranquilizou. - Vamos ajuda-los a seguir um bom caminho de agora em diante. - Prometeu ele.

- Agradeça -os por nós ! - O chefe pediu . - Poderia demorar muito mais a chegar a essa organização sem a ajuda deles, o que acarretaria mais mortes . - Ele suspirou de alívio.

- Pai, o senhor deveria ir descansar... - Win ficou preocupado com a fisionomia cansada que o homem aparentava.

- Eu vou, assim que terminarmos de encaminhar todos esses... - O Sr. Fez um olhar desolado para a quantidade de pessoas que ainda faltava.

- Posso ajudar em algo? - Win tentava ajudar a minimizar a carga de seu velho.

- Um bom café, seria a salvação! - O chefe de polícia sugeriu tirando seu cartão do bolso. - Por favor... Hum ... 4 cappuccinos, 3 expressos, 2 Lattes e 1 gelado com creme... Ah... rosquinhas... - Ele lembrou do que sempre pediam na unidade. - Podem escolher algo para vocês também. - Acrescentou sorrindo para seus novos boys.

- Ok! - Win sorriu e, pegando o cartão saiu com Team e Pay para buscarem os pedidos na cafeteria fora do hospital.

Enquanto os três jovens foram buscar o lanche da força tarefa, a mãe de Pruk e Tul acabaram suas rondas em suas áreas de atendimento e, desceram para a emergência com o intuito de ajudar no atendimento aos usuários que foram presos, ouviram no grupo do hospital que a situação estava bem crítica. O trio voltou rápido e começou a distribuir os pedidos, Team colocou Pay com o lanche deles, do outro lado do corredor bem longe de onde os ânimos estavam mais agitados, para proteger a menina e, seguiu com Win para entregar os últimos lanches em suas mãos. Os dois rapazes serviram o último policial da força tarefa e, já iam voltar para junto de Pay, quando um tumulto se iniciou perto deles, um usuário mais descontrolado avançou agarrando a Dra, mãe de Pruk .

- Oh... eu com certeza conseguiria muita barganha em troca de uma coisa linda assim... - O homem disse puxando a mulher pelo braço.

- Se afaste dela! - Team que estava mais perto pegou o homem pelo pescoço e o jogou na parede, precisando quase asfixiando o homem. - Você quer trocar alguém para consumir mais do seu veneno? - O menino rosnou sem soltar o homem que se debatia diante do seu aperto.

- N'Team pode soltar eu pego ele... - Um dos policiais falou, mas o menino não se moveu.

- N'Team, solte... eu estou bem! - A doutora tentou também, mas o menino continuou olhando fixo para o homem que se sufocava ao seu aperto.

- N'Team solte... ele não vai ferir mais ninguém... - Tul se aproximou cauteloso, sabia que uma situação como aquela, poderia ser um estopim para a mente de seu menino. - Não vamos deixa-lo ferir mais ninguém... você está seguro... - Ele disse com calma e, Team virou o rosto para ele mas não largou o homem que estava a ponto de desmaiar.

- Pao... - Win abraçou seu Nong pelas costas. - Eu te peguei, você está seguro comigo... - O loiro segurou firme, ele ouviu o que Tul disse e, se lembrou da história da infância de Team, entendendo que o menino deveria estar fazendo uma projeção do que viveu. - Ninguém mais vai te machucar... - Ele beijou a lateral da face do menino e pousou uma das mãos sobre a mão no pescoço do homem. - Deixe-o ir... - O sênior pediu.

- Hia... - A voz de Team saiu tão quebrada que doeu no coração de Win, mas o menino afrouxou o aperto e o sênior pode puxar a mão dele, soltando o homem que caiu no chão.

- Tudo bem... Estou aqui com você! - Win apertou mais seu abraço e, tirou seu Nong de lá para deixar atenderem o homem quase inconsciente. - Vem, vamos sentar... - Ele seguiu para o outro lado do corredor sob os olhos atentos dos policiais preocupados com o menino mais novo.

Win sentou o Nong na cadeira próximo de Pay que estava em choque pelo que ocorreu e, Team mergulhou a cabeça entre as pernas, sentindo as fortes pontadas que começavam ataca-lo. O pai de Win trouxe um copo d'água para Team e, entregou ao seu filho que se agachou na frente do pequeno acariciando seus cabelos, para que levantasse a cabeça. Team suspirou fundo com a testa franzida, bebeu um pouco da água mas se sentiu nauseado, então afastou o rosto. Tul veio verifica-lo e deu dois comprimidos para o menino tomar, verificou seus olhos com uma pequena lanterna percebendo as pupilas um pouco dilatadas, o que o fez ficar preocupado, principalmente quando ouviu um pequeno gemido de Team que apertou os olhos com força repousando a cabeça na parede atrás dele.

- O quê está acontecendo aqui? - A voz de Boss soou alarmada ao voltar e, ver que seu irmão com uma cara de dor e os outros em volta com ar preocupado.

- Não é nada... Aí... - Team tentou parecer convincente, mas uma pontada de dor o fez falhar.

- N'Boss acho que você deveria levar N'Pay para casa, ela pode te contar as coisas depois que se acalmar... - Tul falou com calma para não assusta-los. - N'Team irá passar a noite aqui... - Ele comunicou.

- Eu vou para casa! - Team retrucou, tentando em vão se levantar.

- É só para fazermos alguns exames e você descansar com monitoramento... amanhã você já estará liberado. - Tul tentou seu melhor.

- N'Team deveria ficar... Você me ajudou e, ficou assim... - A mãe de Pruk se juntou a eles. - Eu me sentiria culpada se algo acontecesse com você. - Ela argumentou preocupada, respeitava muito a opinião médica de Tul, que era um grande prodígio, então se ele achava que era melhor manter o pequeno para observação, ela iria assinar embaixo.

- Eu vou ficar com você, nah?! - Win segurou a mão do Nong para tranquiliza-lo.

- Ok... - Team se deu por vencido. - P'Boss leve a N'Pay para descansar e, não deixe que ninguém venha atrás de mim, não é grave, só check-up... Cuidem dos meninos, que amanhã estarei com vocês. - Ele orientou.

- Vá, ele ficará bem... - Tul soou mais aliviado. - Diga a todos que informo assim que verificar os exames dele. - Prometeu para que Boss ficasse mais tranquilo.

- Hum... Te esperamos amanhã então! - Boss acariciou a cabeça do irmão que lhe sorriu de volta. - Vamos N'Pay. - Ele puxou a menina pela mão e, saíram.

- Agora você... - Tul olhou para sua pequena criança que tentava se mostrar forte e, chamou uma enfermeira para orientar todos os exames que queria do menino antes de instala-lo no quarto para descansar.

Logo, Team foi colocado em uma cadeira de rodas para facilitar sua locomoção e, Win assumiu a direção enquanto a enfermeira os guiava. O pai de Win estava preocupado com Team e, ao mesmo tempo que estava orgulhoso de seu filho pelo cuidado com o menor, rapidamente ele voltou ao trabalho para resolverem as pendências e conseguir verificar seus meninos antes de ir embora. Tul estava preocupado se o bloqueio da mente de Team estava se desfazendo e, como aquilo afetaria o menino, se suas lembranças totais voltassem.


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