Capítulo 77 - Um bom dia de trabalho!

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Don e Pay chegaram cedo na empresa, por terem uma reunião muito importante naquele dia. Mesmo trabalhando a pouco tempo lá, já se tornaram imprescindível para toda a diretoria, não por terem sido contratados diretamente pelo CEO, mas por serem carismáticos, prestativos e inteligentes. Com uma mente jovem e bom espaço para desenvolverem suas ideias a dupla ganhou seu espaço sem menosprezar ninguém, o que garantia uma boa relação com os funcionários de todos os escalões. O trabalho deles era tão confiável que eles próprios eram os responsáveis por analisar e, aceitar ou rejeitar, as novas propostas para a empresa investir, por esse motivo estavam ali mais cedo para entregar seus pareceres sobre a proposta de uma nova empresa.

O menino que tinha liberdade em todos os setores, foi a copa se servir de um bom café, ele sempre dizia as funcionárias dessa área que não tinha necessidade de gastarem tempo a servi lhes se ele ou Pay podiam pegar suas bebidas. Essa postura talvez tenha vindo de observar tanto trabalho desvalorizado que a mãe fazia no passado ou pelo trabalho compartilhado em sua casa, mas era um pensamento genuíno. Ele estava levando dois copos na mão quando cruzou o saguão, de repente parou quando ouviu alguém chamar seu nome e, quando se virou para ver se quem se tratava, se surpreendeu em se deparar com o homem que a muitos anos não tinha notícias. O Sr. Que estava sentado aguardando na recepção se levantou e com uma cara irritada se aproximou do jovem.

- O que você faz aqui? – O homem apenas perguntou baixo com cara de poucos amigos.

- Eu trabalho aqui, pai! – Don respondeu levantando uma sobrancelha, incrédulo com a abordagem de quem não vê a muito tempo.

- Humm... – O homem olhou para as mãos do menino. – Faça ao menos seu serviço direito, use uma bandeja... – Ele franziu a face. – E, me faça o favor de não me chamar de pai, finja que não me conhece ou vai estragar meus negócios aqui. – O Sr. Falou sério deixando Don com cara surpresa e magoada.

- Sr. , já pode entrar o CEO já vai atendê-lo. – A recepcionista interrompeu a conversa e o homem apenas virou as costas para Don.

Don segurou suas lágrimas e, seguiu seu caminho irritado, como após tantos anos sem se verem, saindo da forma que ele saiu de sua vida, aquilo era tudo que seu pai tinha a lhe dizer? Ele entrou na sala que dividia com Pay completamente aéreo, nem ouviu a menina falar com ele. Sua mágoa era muito grande e estava a consumi-la , ele colocou os cafés na mesa e se sentou recostando a cabeça para trás, só aí suas lágrimas deram vazão. Pay olhou apreensiva, mas compreendeu que seu irmão ainda não estava pronto para compartilhar, então ela puxou sua cadeira para perto dele e, aguardou paciente segurando sua mão. Quando o menino soltou um suspiro pesado e se sentou ereto enfrentou os olhos questionadores da menina e, com o coração aberto ele contou tudo o que passou.

- Aquele filho da... !- Pay interrompeu sua fúria. - Oh desculpe... ele é seu pai apesar de não valer um baht como o meu. – Ela bufou.

- Nós não tivemos sorte com o quesito “pai”... – Don deu um sorriso amargo.

- Não... mas ganhamos uma família de ouro e, isso é o que importa! – Pay sorriu animando o rapaz.  

- Sim! Certeza! – Don exclamou e limpou o rosto para voltar a apresentar seu sorriso sincero, aquele homem não teria mais as suas lágrimas.

- Pay e Don, o Ceo pediu para vocês irem a sua sala. – A voz da secretária soou no interfone e os dois se levantaram para comparecer onde eram solicitados.

... Na sala do CEO...

 
- Como informei ao Sr. essas projeções estão todas erradas o que agrega um maior risco, do qual não temos interesse em correr. – O CEO informou entregando o projeto de volta ao homem a sua frente. – Estou chamando meus melhores analistas para lhe explicar os problemas encontrados, o que facilitará sua reformulação e, talvez possa ter melhor sorte em outra empresa. – Ele explicou atencioso vendo o homem tão constrangido e decepcionado. – Oh aqui estão meus braços e olhos nesta empresa, com esses eu posso até me dar ao luxo de me ausentar por dias. – Ele sorriu brilhante com todo o carinho ao elogiar suas crianças. – Por favor Pay e Don podem colocar os pontos de avaliação que verificaram no projeto Padack. – O pai de Del pediu, se recostando na cadeira, era sempre um orgulho ver os dois discursando.

O pai de Don ficou pálido ao ver mais uma vez seu filho e, principalmente depois de ouvir os vários elogios que o CEO, que ele precisava impressionar , deu ao menino. Fingindo que não sabiam de quem se tratava, Pay e Don, cumprimentaram o homem de forma respeitosa e, iniciaram sua explanação sobre o projeto de forma eloquente. Os dois homens nem piscavam enquanto os jovens falavam, um por puro orgulho e o outro pro desespero, vendo sua melhor oportunidade de sucesso ir pelo ralo. De forma sábia a dupla ainda ponderou sobre os ajustes que a proposta deveria ter para se tornar um pouco mais atrativa ao mercado, sem encobrir seus reais riscos no processo.

- Eu lhe disse que esses dois são os melhores! – O CEO comentou orgulhosamente. – Obrigado aos dois. – Ele disse aos mais jovens. – Então , é isso... Boa sorte! – Ele se virou para o homem sentado a sua frente e, se despediu.

- Ei filho, podemos falar um momento? – O homem chamou Don assim que saíram da sala já pensando em uma oportunidade de reverter seu fracasso.

- Por favor... Não me chame assim, pode afetar minha reputação no trabalho. – Don foi sarcástico devolvendo na mesma moeda, enquanto Pay sorria orgulhosa.

- É justo... – O homem murmurou contendo a raiva, no momento o garoto era sua melhor solução. – Mas podemos trocar uma palavra? – Ele insistiu.

-Nos siga! – Don comandou e os três seguiram para sua sala onde ele indicou a cadeira para que o homem se sentasse enquanto se recostou na própria mesa com os braços cruzados em cima do peito. – Pode dizer, ela é parte da minha família e não temos segredos entre nós! – O rapaz informou quando viu o pai olhar incomodado para sua irmã e,  Pay apenas assistia sentada em sua cadeira puxada para o lado da mesa de Don.

- Então... – Sem ter alternativa o homem começou a falar. – Esse contrato é muito importante para alavancar a minha empresa, ultimamente estamos passando por uma crise severa... – Ele tinha dificuldade em assumir suas dificuldades.

- Bem acho que esse não é um problema meu, correto? – Don falou em um tom frio fazendo o homem arregalar os olhos surpreso. – Assim como não era um problema seu largar uma mulher e seu filho no aperto de dividas até o ponto de serem despejados. – O rapaz manteve o tom fazendo o pai engolir a seco.

- Não seja rancoroso e, ajude seu pai... sem esse contrato eu estarei falido! – O homem implorou.

- Eu estou ajudando o meu pai! – Don riu relaxando os braços na mesa. – Aquele homem lá dentro, MEU SOGRO. – O rapaz elevou a voz. – Aquele que acreditou e apostou em mim, como minha nova família que acolheu a mim e minha mãe, sim... a eles eu sou fiel. – Ele o olhou sério. – E, estou ajudando até a você... a ser mais inteligente, para fazer um projeto decente. – Ele argumentou. – Quanto  a sua provável falência acho que seria mais eficaz, se você parasse de financiar as extravagâncias da sua mulherzinha vulgar. – Don aconselhou.

- Como você ousa falar de sua madrasta assim? – O homem ficou vermelho de raiva com a acusação do garoto.

- Veja como são as coincidências... – Pay se aproximou do homem com o belo sorriso e o telefone na mão. – Estávamos outro dia com nossa família em um restaurante cinco estrelas e, encontramos uma mulher bêbada fazendo escândalo, dizendo que o marido só servia para bancar seus luxos. – Ela desdenhou abrindo sua galeria de fotos. – Imagina a surpresa quando meu irmão Don reconheceu a mulher. – Pay abriu as fotos que Intoch havia tirado da mulher, deixando o homem de olhos inflamados ao ver as fotos humilhantes.  – Oh... essa é a nossa família e nossa casa... – Pay continuou passando as fotos para deixar o homem mais irritado. – Como pode ver você fez uma péssima escolha, para nossa sorte que ganhamos um bom irmão e uma maravilhosa mãe. – Ela sorriu largamente enquanto o homem saiu bufando pela porta. – Ué ? Nem nos agradece? – Ela olhou para Don com um sorriso.

- Para você vê... pessoas vazias são ingratas! – Don retribuiu o sorriso, agradecido pela cereja que Pay colocou encima do bolo. – Vamos voltar ao trabalho! – Ele propôs dando a volta em sua mesa e, a menina concordou indo para a dela.

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