Capítulo 47- Desabafo

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Quando os convidados foram embora o grupo começou a se aquietar e a organizar toda a bagunça, tirando Kanda todos os demais tinham que ajudar na limpeza para que as Mães não ficassem sobrecarregadas. Aquele era um novo mundo para Pay, mas a menina estava disposta a aprender de bom grado, assim como seus novos irmãos e irmãs estavam dispostos a lhe ensinar, a menina iria superar todas as dificuldades de adaptação para provar a seus pais que era capaz de sobreviver sem todo aquele luxo, para que a meia irmã sentisse orgulho dela e para se sentir feliz consigo mesma, estando em um espaço acolhedor e fazendo jus a sua nova família. A arrumação terminou e todos se recolheram para descansarem, mas ainda tinham alguns inquietos que custavam a desacelerar, pois estavam travando batalhas internas que jamais pensaram travar.

Team estava olhando pelo janela, observando a escuridão que já tinha se tornado uma companheira para suas noites em claro e seus conflitos pessoas, aqueles que não conseguia colocar em palavras, nem dividir com ninguém. De repente ele ouve uma batida na porta e se vira para Pharm pedir passagem com um travesseiro na mão, seguido por Manaow e Intoch, ambos tão agitados quanto ele. Team caminhou até a cama onde os outros três, também, se acomodaram, todos com semblante anuviados por incertezas e medo, suas barreiras construídas com tanto cuidado ao longo dos anos estavam sendo abaladas e isso os assustavam.

- O que aconteceu?- Team questionou aos três que vieram perturbar seu pensamento.

-Hummm ... Estamos confusos ... - Intoch começou a verbalizar suas angústias. - Eles são legais, mas... não sei até que ponto podemos confiar... - Não era preciso nomear para saber de quem ele estava falando.

- N'In é sempre de se jogar... O que houve dessa vez?- Team o questionou.

- Não sinto vontade de brincar agora... - Intoch mordeu os lábios vagando o olhar para suas mãos pousadas em seu colo.

- Já tivemos muitas decepções... - Manaow bufou ao lembrar de suas histórias. - Não queremos mais uma. - Confessou ela.

- E, se não for uma decepção? - Pharm questionou pensativo. - Se estiverem falando sério? - Ele lembrou da conversa que teve com P'Dean.

- Seja o que for... só tomem cuidado... Certifiquem-se de estarem certos antes de abrir totalmente a guarda. - Team aconselhou. - De todo modo estarei aqui com vocês. - Ele prometeu com um olhar amoroso para seus irmãos.

- E, nós por você! - Manaow sorriu de volta para Team.

- Não precisam se preocupar comigo. - Team balançou a cabeça.

- Como não?- Intoch ficou incrédulo. - Aquele loiro só te cerca... E, você não o está afastando como o normal. - Ele ponderou.

- Nenhum de nós tem agido normalmente... Não somos tão indiferentes quanto achamos as investidas deles. - Pharm analisou.

- Não... - Concordou Team. - Mas eu já avisei ao P'Win para desistir porque não irá encontrar o que deseja em mim. - O menino desabafou com ar pesado. - Não sei que tipo de fantasia ele está fazendo, mas estou longe de ter qualquer relação desse tipo. - Ele disse por fim.- Vocês façam o que quiserem que estarei apoiando vocês. - Completou.

- P'Team... - Eles murmuram.

- Acho melhor irmos dormir! - Team encerrou o assunto e eles se acomodaram na cama de Team para dormirem todos ali mesmo.

Logo os invasores do quarto estavam dormindo serenos, mas Team permanecia acordado. Ele saiu com cuidado da cama para não acordar ninguém e, foi se acomodar na poltrona perto da janela onde teria novamente a companhia da noite escura acalentaria sua alma, no caminho ele notou seu telefone piscando com aviso de mensagem, então Team pegou o aparelho e foi se sentar. Ao abrir seu telefone ele viu no aviso que se tratava de uma mensagem do causador de sua dor de cabeça e, depois de alguns minutos de indecisão o pequeno clicou na mensagem.

@winpool: Pao, só queria agradecer pela noite incrível e desejar uma boa noite!

Com muito receio Win pegou seu telefone para mandar uma mensagem para o Nong, ele iria abrir um outro canal de diálogo. O rapaz escreveu, alterou, apagou e reescreveu uma mensagem diversas vezes até optar por uma simples, sem nenhum sentido oculto a não ser os óbvios de agradecimento e cuidado, ele já havia dito o que sentia e o que queria, agora era hora de mostrar isso em prática, para que o Nong soubesse que não estava brincando e que poderia fazer isso dar certo. Ao finalmente mandar a mensagem o rapaz ficou aguardando, mas o menino do outro lado nem visualizou o deixando um pouco apreensivo. Win tentou ser positivo pensando que o Nong poderia estar ocupado e resolveu ir tomar banho e se ajeitar para dormir. O jovem já estava na cama quando o telefone tocou.

@teampool: Hia, realmente foi uma noite agradável, boa noite!

Aquela simples mensagem provocou um enorme sorriso em Win, primeiro ele o chamou de Hia, então queria dizer que o pequeno o aceitava como alguém próximo, segundo ele achou a companhia agradável o que era melhor que nada e por final ele não o ignorou, então realmente era motivo de felicidade e o sênior foi dormir com o coração aquecido. Do outro lado da linha Team suavizou seu semblante a quase um sorriso, ele tentava estabelecer que tipo de papel o mais velho exerceria em sua vida, mas sabia que não o conseguiria remover dali e, de fato não achava que era isso que queria. Pela primeira vez depois de muito tempo, Team sentiu medo de que as coisas saíssem do controle. O pequeno voltou o olhar para o telefone e viu que seu sênior já havia visualizado a mensagem, ele fechou o aplicativo, deixou o telefone de lado e voltou para cama.

No apartamento de Max e Tul, os dois amantes estavam deitados em completo silêncio analisando os últimos acontecimentos, eles estavam preocupados com o rumo das coisas e com seus pequenos. Era sempre uma montanha russa com muitos obstáculos, estar próximo aquelas crianças e, agora parecia que ficariam mais instáveis por estarem lutando contra os sentimentos que começavam a florar neles e, seus tutores não sabiam bem como abordar o assunto e tantos outros que tinham que vir a tona em algum momento.

- Tudo vai ficar bem, certo?- Max sussurrou apertando a mão de seu companheiro.

- Eu espero que sim... Porque eu não sei o que será de todos nós se não der... - Tul respondeu se aconchegando ao companheiro e o silêncio voltou a acompanhá-los até que adormeceram.



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