Um Bom Médico

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Capítulo onze

Maven

O aroma delicioso do café recém preparado pairava pela cozinha me dava água na boca e uma saudade inexplicável da cafeteira "Coff&", o melhor café do país, bem... Era.

Nós ainda temos comida, mas é preocupante tudo estar no fim. Já chega a época da colheita e vamos ter bastante alimentos, mas não custa racionar . Temos galinhas, bois e vacas, vai ficar tudo bem.

Senti algo puxar a barra da minha calça enquanto pegava a minha caneca dentro do armário "#1 Pai", na verdade essa caneca nem é minha, mas gosto das cores.

— Ei Rex, pode soltar a minha calça agora? Já te levo para fora parceiro —  falei com o cachorro que felizmente largou a minha calça — Sabe Rex, se isso tudo não existisse, digo, se os mortos-vivos não existissem e essas coisas eu iria te levar para correr no campo, com aquelas folhas bem verdes, ver você correr atrás dos esquilos e até deixar você namorar rapidinho. Lógico que você só namoraria se a cadela estivesse afim. Pensando bem, você não iria namorar porcaria nenhuma. Acho você muito novo para essas coisas e sem ofensas Rex... você é um cachorro e não pode namorar antes de eu arrumar uma namorada.

Acarenciei o pelo do pastor alemão e fui ao encontro de Naomi, que estava do lado de fora da casa.

— Ei Naomi! — gritei antes de me aproximar da porta —  Meu café está ótimo...

Otis entrou avoado dentro de casa que acabou esbarrando em mim, a colisão fez com que a última xícara de café fosse derramada na minha blusa. Puto.

-—  Merda Otis. Por que você entrou correndo assim?

— Por favor! Me dê licença! — assim que me virei para trás, vi um homem carregando uma criança em seus braços que aparentemente estava bem machucada.

Algo não parecia certo. Meu sexto sentido Maven me fez pensar que talvez precisassem da minha ajuda.

NAOMI!, pensei e corri para o lado de fora e Naomi estava estática, parecia ter visto um fantasma. Totalmente paralisada.

— Ei? Eu estou aqui. Está tudo bem — Ela ainda olhava em direção da porta sem piscar. Suas mãos estavam trêmulas —  Naomi, me escuta — peguei as mãos dela na tentativa de fazê-las parar de tremer — Nós vamos ajudar o garoto, sabe que temos um bom médico aqui. — Ela finalmente parou de encarar a porta — Vamos ajudar.

— Eu conheço aquela criança, Maven.

— Que? Como?

— É o Carl. Ele era do grupo que eu estava e aquele quem trouxe ele no colo é o Rick.

— O policial? — Naomi revirou os olhos sem paciência de me confirmar.

— O que aconteceu com o grupo? — Ela começou a falar sem parar — Mais pessoas morreram? Só sobraram eles dois? A mãe dele estava no grupo, se alguma coisa aconteceu e ele ficar sem a...

— Você está se ouvindo? — interrompi —  Pare de pensar só o pior, não sabemos o que aconreceu.

— Eu sei... É que ele... é só uma criança.

— Uma criança que nós vamos salvar.

Palavras perigosas para serem ditas. Não é uma promessa que eu possa cumprir.

— A gente devia entrar — falei.

E ela apenas assentiu com a cabeça.

𝐖𝐚𝐫𝐫𝐢𝐨𝐫𝐬 - 𝐑𝐢𝐜𝐤 𝐆𝐫𝐢𝐦𝐞𝐬 (reforma) Onde histórias criam vida. Descubra agora