28. os únicos amigos que eu preciso

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capítulo vinte e oito, os únicos amigos que eu preciso
(temp 3, ep 2)

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Mia mal chegou do seu turno na livraria e já corria para o banheiro para tomar banho e se arrumar para seu turno no restaurante. Ela tinha dificuldade em muitas coisas graças ao uso do gesso, o tiraria dali a dois dias, não que a tala fosse muito melhor, mas pelo menos era menor e menos pesada.

Ela estava terminando de prender seu cabelo quando ouviu uma batida na porta. A loira estranhou, Falcão disse que iria treinar até mais tarde e ela não tinha outras pessoas para visitá-la. Ao abrir a porta, encontrou com ninguém mais ninguém menos que John Kreese.

- Que merda você tá fazendo na minha casa? - ela perguntou agressiva. Estava guardando um rancor absurdo do velho por ter roubado a única fonte de renda que seu pai estava tendo e por ter estragado tudo que eles haviam construído.

- Olá, Srta. Lawrence. - o homem simplesmente sorriu, aquele sorriso de falsa simpatia, agora ela via claramente isso. - Ouvi dizer que seu pai não tem aparecido desde a briga na escola.

- Isso não é da sua conta, o que você quer?

- Não precisamos tratar tudo com tanta agressividade, Srta. Lawrence, eu vim em paz. Apenas queria checar se você está bem. - Mia aliviou um pouco a raiva, mas apenas um pouco. Kreese notou a abertura e achou que ela estava vulnerável a sua manipulação.

- Não era necessário, estou ótima, não vê? - a loira apontou para o gesso em seu braço.

- Seu namorado está preocupado com você, não tem aceitado ajuda de ninguém mesmo estando sozinha, isso não deve ser fácil para uma garota tão jovem ter que lidar. - Mia percebeu o tom de voz manso dele e a tentativa de validação dos sentimentos dela, o velho estava tentando passar segurança para ela.

- Não é necessário, sei me virar muito bem desde pequena, não é agora que isso vai mudar. - ela cruzou os braços e o mais velho riu. - Eu não vou voltar pro Cobra Kai, se é isso que você quer conseguir vindo aqui, não tenho tempo pra caratê e muito menos condição física pra isso.

- Só queria checar como você estava. - por alguns segundos Mia considerou que ele realmente estivesse preocupado com seu bem estar e isso a fez sentir levemente mal por tratá-lo daquele jeito. - Srta. Lawrence, me diga, seu pai a abandonou no hospital? - a loira trincou os dentes. - Mesmo sabendo o quanto você teme o lugar?

Mia agora se arrependia amargamente de ter confiado no homem meses antes, ela havia contado para ele sobre sua mãe e agora o velho tinha as cartas na mãos.

- Sabe, é realmente uma pena. Você poderia ser muito melhor do que ele foi, meus alunos nunca perdem e você seria a melhor de todos eles. Deixaria sua mãe orgulhosa e seu pai furioso. É isso que você quer nesse momento, não estou certo? - ela engoliu em seco, percebendo o que ele estava fazendo.

Mal sabia Kreese, que ele havia dado a loira uma ideia ainda melhor do que ele tinha. Sim, Mia queria deixar seu pai furioso mas ela também queria acabar com Kresse, e ela sabia exatamente como.

- É, realmente é muito triste. Se me dá licença, eu tenho que trabalhar, você sabe o caminho da saída.

A garota fechou a porta na cara do velho e foi pegar sua bolsa. Ao ver seu celular, havia duas chamadas perdidas e três mensagens. Era Carmen. O corpo dela gelou por completo, o medo correndo por suas veias antes de ler a mensagem.

𝐃𝐎𝐍'𝐓 𝐁𝐋𝐀𝐌𝐄 𝐌𝐄 ━━ 𝐜𝐨𝐛𝐫𝐚 𝐤𝐚𝐢Onde histórias criam vida. Descubra agora