HAITANI, baji keisuke.

17.0

Mount Everest
I don't need nobody.

Mãos quentes passeavam pelo meu rosto, Hinata estava preocupada sobre minha situação passada. Eu não a culpava, mas realmente aquele não era o momento, minha cabeça explodiria a cada segundo e eu temia pelo que ela provavelmente iria ouvir saindo pelos meus lábios impulsivos. Mordi meus lábios com raiva e frustração, eu ainda podia sentir o sangue de Kazutora molhando minhas mãos e a sensação de vingança me deixava completa.  Baji havia ido ver como o amigo estava, Emma e Hina estavam comigo e tentavam a qualquer momento saber o porquê de eu ter surtado, por agora não explicaria, mas ambas deviam ter pelo menos a noção.

Eu me sentia na ponta do inferno, ainda era capaz de me lembrar de todas as sensações. Minha cabeça estava se montando, mas quando Keisuke me tocou eu senti uma nostalgia , como se seu toque não fosse incomum para mim, como se fosse algo que eu sentisse falta. Mas tais coisas provavelmente eram apenas frutos da minha raiva e surtos momentâneos.

Toquei gentilmente a mão de Hinata e a afastei do meu rosto. Encarei seus olhos caramelados com uma expressão fria e notei o quão assustada ela estava.

─ Agora não Hinata. ─ Disse firmemente.

Emma mordeu os lábios como se soubesse de algo, e então veio até mim, o rosto tão perto do meu que eu poderia sentir sua respiração bater contra a minha. Seus olhos amarelados me assustavam, ela estava me julgando por algo.

─ Ela ainda esta ai, em algum lugar. ─ Disse me encarando.

Hina rapidamente puxou o braço de Emma para longe a tirando de perto de mim e se colocando como uma barreira. Nunca a vi daquele modo.

Quem seria essa pessoa que a Sano havia mencionado? Eu não fazia a menor ideia.

─ Emma, não. Você sabe que não é o momento ─ Respondeu.

─ Fala isso, porquê ela ainda se lembra quem é você. ─ Respondeu friamente. Olhou com receio para nós duas antes de fazer um "Tsc" e partir para longe.

─ O que ela quis dizer? ─ Perguntei.

─ Nada de importante, Emma deve ter te confundido com alguém e só isso. ─ Respondeu brevemente.

─ Vem cá, eu não sou burra tem como me explicar Hinata? Estou cansada de me encherem de bobeira por todos os cantos. ─ Decretei ─ Sejam sinceros comigo.

─ NÃO! ─ Hina gritou. Meus olhos se arregalaram de imediato.

Ela pareceu surpresa pelos gritos e então pude ver sua expressão, estava vivendo uma luta com sua própria mente. Tentei me aproximar mas Hinata recusou minha aproximação.

─ [Nome], volte para casa e porfavor esqueça isso. Só não me faça ter que brigar com você sobre qualquer merda. ─ Respondeu.

─ Não Hinata, não irei embora até que me fale que porra ta acontecendo e porquê não posso saber dessa merda. Eu sou obrigada! Parem de me tratar como a porcaria de uma criança, parem de me esconder coisas sobre eu mesma. ─ Disse já alterada ─  Se não me contar, juro que me esquecerei de você.

Hina bufou, um sorriso cansado nasceu em seus lábios rosados e então ela deu uma risada fraca.

─ É o que você faz de melhor de qualquer forma. ─ Respondeu secamente.

Arregalei os olhos assim que escutei suas palavras. A sensação grande de dejavu veio novamente e minha cabeça doeu, me apoiei na cadeira e fechei meus olhos com força. Era como se um barulho enorme de motos ecoassem pela minha cabeça, quis gritar quando eles ficaram mais forte. Então uma imagem se passou na minha mente, minima e fraca.

Um borrão.

Braços enormes me abraçaram e senti um liquido descer pela minha nuca, no mesmo lugar que agora doia. E então olhos dourados a minha frente, tristes e apagados. Por quê ele me encarava dessa forma? Porquê eu.

Minha nuca doia e eu sentia como se pudesse chorar, rapidamente senti um braço firme me segurar e tinha certeza que era Hinata so pelo toque. Abri meus olhos fracamente e pude ver seu rosto banhado de lágrimas, a culpa era minha? Eu fazia mal para os meus amigos? Eu era a causa da dor dos meus irmãos, e da dor deles?

Eu não sabia responder, mas me conformei com o abraço que ela me deu enquanto susurrava desculpas nos meus ouvidos. Beijava minha testa e dizia que havia falado demais e que so me queria segura e feliz. Mas me assustei quando Hina tocou de imediato o lugar onde minha cabeça doia, na nuca, onde eu possuia uma cicatriz que segundo Rindou e Ran fora formada por um acidente infantil.

─ Mas que merd- ─ Eu ia terminar a frase. Se olhos preocupados não tivessem se aproximado de mim.

Olhos felinos e amarelados.

Os mesmos que eu havia visto nos pequenos borroes, e então me mente se nublou.

Por que Baji estava nas minhas memorias?